Na alegria e na alegria, na saúde e na saúde, na riqueza e na riqueza
Paulo Renato Coelho Netto
Juras de amor no altar da política brasileira
Artigo publicado originalmente no Portal Top Vitrine, http://www.topvitrine.com.br/ , de Campo Grande, MS, 24 de março de 2016
O escândalo que se tornou a Operação Lama Asfáltica não deixa a desejar em nada aos casos de corrupção nacional da Operação Lava Jato.
Versão campo-grandense em superfaturamento, a Lama Asfáltica investiga políticos, empreiteiras, empresários e funcionários públicos. Existem outros personagens também como esposas e secretárias.
Enriquecimento ilícito, patrimônio incompatível com a renda, imóveis em nome de filhos. Igual à Lava Jato.
Até agora são 21 pessoas e empresas denunciadas. Deles a justiça bloqueou bens no valor total de R$ 315 milhões.
A intenção é garantir que o dinheiro seja devolvido aos cofres públicos, caso for comprovado o envolvimento no suposto esquema fraudulento de tapa-buracos em Campo Grande.
A Lama Asfáltica é coordenada por uma Força Tarefa do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul.
O caso ganhou repercussão nacional.
As cartas, viradas à mesa, começam a ser abertas pelo MPE.
É de embrulhar estômago de avestruz.
Senador Easy Rider
Ao melhor estilo Peter Fonda, no filme “Sem Destino”, o senador Delcídio do Amaral (ex-PT/MS) colocou um capacete, subiu numa bela Harley-Davidson e saiu por aí, mais precisamente em São Paulo, durante as manifestações que reuniram milhões de pessoas na avenida Paulista, dia 13 de março.
Até aí, nenhum problema, caso o profeta do caos, como se definiu, não estivesse cumprindo prisão domiciliar e, ainda por cima, em licença médica.
Pela segunda vez, o senador renovou a licença. O novo prazo, de 15 dias, começou a contar a partir desta quinta-feira (24), quando ele deveria retornar ao trabalho.
Ele alega sofrer de angústia, insônia e ansiedade.
Pelo acordo que firmou com a Procuradoria Geral da República, o senador teria de ficar recolhido ao endereço informado, exceto para o seu tratamento médico.
Como pode, então, alguém em regime de prisão domiciliar e com problemas psicológicos sair por aí, livre, leve e solto de moto?
Pode. Estamos no Brasil. Simples assim.
Xepa
Fim de feira, sobra, resto. Pepinos, abacaxis, laranjas e peixes pequenos.
Questão monetária
O Brasil se divide hoje entre aqueles que precisam muito ganhar dinheiro e aqueles que precisam muito esconder o dinheiro.
Bom humor ou sarcasmo?
Passivo, Caranguejo, Atleta, Escritor, Nervosinho, Drácula, Lindinho e Avião. Estes são alguns dos apelidos atribuídos a políticos encontrados na lista de doações de dinheiro da Odebrecht.
Piada internacional
O Brasil virou o principal tema do comediante britânico John Oliver, na última edição de seu noticiário semanal na HBO, no domingo, dia 20 de março.
“Os legisladores brasileiros estão se movendo para retirar a presidente [Dilma] Rousseff”, explicou. Mas eles podem não estar na melhor posição para julgá-la, pois 60% deles enfrentam acusações que variam de fraude eleitoral a homicídio”, acrescentou, citando números que o jornal americano “The New York Times” usou do portal Transparência Brasil.
E arrematou, para delírio geral: “O Legislativo brasileiro potencialmente contém 40% de criminosos per capita a menos que o sistema penitenciário”.
Adevogado na Pátria Educadora
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, repetiu duas vezes a palavra adevogado (sic) durante entrevista coletiva para explicar que não disse o que foi gravado pelo assessor do senador Delcídio do Amaral (ex-PT/MS), José Eduardo Marzagão.
– “Não vou me meter na defesa dele. Não sou adevogado (sic) e não conheço o que foi feito”, disse Mercadante.
Resumo da Ópera: Delcídio foi passear de moto, Mercadante continua ministro na Pátria Educadora e Marzagão foi demitido do Senado.
Infinito enquanto dure
“Na alegria e na alegria, na saúde e na saúde, na riqueza e na riqueza”.
[Juras de amor no altar da política brasileira]
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Paulo Renato Coelho Netto – Criador do Portal Top Vitrine, Paulo Renato é jornalista com pós-graduação em Marketing pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), em Campo Grande (MS). É autor de nove livros, entre os quais “Mato Grosso do Sul”, obra em português e inglês e “Minha Vida Até os 40 – Uma biografia de João Leopoldo Samways Filho”. É coautor do livro “Campo Grande, Imagens de Um Século”, obra em português e francês. Foi roteirista dos filmes “Pantanal – Um Olhar sobre o Patrimônio da Humanidade”. Publicou seu primeiro livro aos 19 anos, “Ciência do Beijo”. Trabalhou como repórter no jornal Diário do Grande ABC, em Santo André (SP), e na sucursal em Campo Grande do jornal Gazeta Mercantil. Foi diretor e editor-chefe na TV Morena (Rede Globo) e TV Educativa de Campo Grande. Idealizou e implantou a TV UNAES – Centro Universitário de Campo Grande. Na mesma Instituição de Ensino Superior foi diretor da TV UNAES, responsável pelo site, pelo jornal O Centro e a Assessoria de Comunicação do Centro Universitário.