Triste solidão. Coluna Mário Marinho
Triste solidão
No começo dos anos 80, o São Paulo tinha grande elenco e ganhou vários títulos. Mas, em 1982-83-84 houve uma seca nas conquistas.
A torcida Tricolor, que nunca foi muito fiel, se afastou.
Lembro-me que, naquela época, o grande zagueiro Oscar me disse em uma entrevista na TV Gazeta.
– A gente chega ao vestiário pouco antes do jogo começar e vai lá naquela janelinha que dá para ver o publico e confere: tudo vazio.
Oscar disse que aquilo era um balde de água fria.
– É duro entrar em campo com o estádio vazio. É triste.
Acredito que sentimento como esse deve estar batendo nos jogadores do São Paulo de hoje. Penso a tristeza que devem ter sentido esses jogadores ao entrar no Pacaembu, na última quarta-feira, e encontrar um público de apenas 2.970 pessoas.
Verdadeiro deserto de torcedores.
Talvez o torcedor afirme: não tem torcida porque não tem time. E aí o diretor responda: não tem time porque não tem torcida.
Na magra vitória sobre o Red Bull, no Pacaembu, mais uma vez o destaque foi Ganso, como vem acontecendo ultimamente.
Aliás, o belo gol marcado por Calleri foi numa jogada espetacular de ganso. Reparem no vídeo que ele para, abre os braços à procura de solução e a encontra.
https://youtu.be/eRU93jKJVfE
Onde está a solução?
Por uma dessas coincidências, encontrei-me ontem à tarde com o grande Dario Pereyra, um dos melhores zagueiros da história do Tricolor, que foi visitar o Continental Clube, onde sou vice-presidente.
Dario estava acompanhado do professor e preparador físico Wanilton Zambrotti. Eles foram recebidos pelo gerente geral Márcio Cabral que já trabalhou com ambos no São Paulo, principalmente na categoria de base. O presidente do Clube, Erwin Raszl também estava presente.
Foi exatamente sobre categorias de base que conversamos a maior parte do tempo.
Os três, Dario, Marcio e Wanilton lembravam suas passagens pela categoria e a quantidade de jogadores que foram revelados.
Dario perguntou:
– Onde está a base hoje? Onde estão os jogadores revelados?
Se o São Paulo puder responder essa pergunta, talvez tenha em casa a solução para o futuro de seu time.
Johan Cruyff
Johan Cruyff
(Amsterdã, 25 de abril de 1947 + Barcelona, 24 de março de 2016)
Lá se foi, aos 68 anos de idade, um dos maiores jogadores de futebol do mundo.
Estrela do “Carrossel Holandês” que enlouqueceu os adversários na Copa de 1974, na Alemanha.
Cruyff foi o símbolo daquela Seleção, daquele futebol total. Mais tarde, brilhou no Barcelona que enfrentava dolorosa fila à espera do título de campeão que, finalmente, veio.
Sobre ele, disse Carlo Alberto, capitão da Seleção Brasileira de 1970:
– Foi o quarto maior jogador do mundo. Primeiro Pelé, depois Garrincha, Maradona e Cruyff.
Romário, que foi seu jogador no Barcelona, também foi elogios:
– Ele foi o melhor treinador que já tive. Seus ensinamentos serão eternos para mim.
Corínthians, fácil.
A vitória foi sobre o São Bernardo, pelo Campeonato Paulista: 3 a 0.
Mais uma vez, o time mostrou o futebol-paciência imposto por Tite: a troca de passes à espera do momento certo.
Dois gols foram de Rodriguinho (revelado pelo meu América-MG) com destaque para o belo drible de corpo no segundo gol e destaque também para atuação de Fágner, ótimo lateral direito.
https://youtu.be/qX2k2eRnVyE
Caminhada
A Seleção Brasileira começa amanhã, no recife, sua caminhada para a Copa de 2018. O jogo será contra o Uruguai, amigo do goleador Suárez, companheiro de Neymar no Barcelona.
O adversário é sempre perigoso e ofereceu perigo.
Dunga também sempre oferece perigo.
Reze.
É nós.
De André Sanchez, numa entrevista à revista Época em 2001, sobre as finanças na construção do Itaquerão:
“A parte financeira ninguém mexeu. Só eu, o Lula e o Emílio Odebrecht”
Ouça.
Assisti a uma entrevista do André Sanchez no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta. Ele desqualifica a entrevista dizendo que são trechos de muitas entrevista e acusa gente do Corinthians, inimigos seus, de estarem divulgando a entrevista.
Ou seja: explica, mas, não justifica.
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
A COLUNA MÁRIO MARINHO É PUBLICADA TODAS AS SEGUNDAS E QUINTAS AQUI NO CHUMBO GORDO.
… e sempre que tiver alguma novidade