Não, não dá para comparar. Coluna Mário Marinho
Não, não dá para comparar
Por uma dessas felizes coincidências do destino, eu estava em frente à televisão na tarde de ontem assistindo a Barcelona e Arsenal pela Champions League.
Que beleza de espetáculo!
O Barcelona joga muito, mas muito mesmo.
E não é apenas porque tem três jogadores do quilate de Messi, Neymar e Suarez.
É mais do que isso, é mais do que um esquema tático que dá resultado.
É a alegria desses jogadores em campo, da diversão deles trocando passes, fazendo jogadas de efeito e sempre procurando o gol adversário. É uma filosofia de jogo.
A vitória? Ah!, a vitória vem como consequência natural. Não é preciso buscá-la a qualquer custo.
O que o Messi está jogando não está escrito. Mais uma vez, um golaço.
Suarez mostra que não é apenas um centroavante mordedor (desculpem o trocadilho), não é apenas um rompedor, mas um jogador capaz também de jogadas finas, de tabelas e ontem marcou um golaço de voleio.
Neymar parece, finalmente, estar atingindo a maturidade. Procura Messi, se oferece para as jogadas sem deixar de lado suas jogadas de efeito como aquela matada de bola de calcanhar que elevou a torcida ao delírio.
E ainda tem Iniesta, Jordi Alba, Piqué, Daniel Alves…
Enche os olhos de quem gosta de futebol.
Veja os gols:
https://youtu.be/DpWOrEEQw74
Em
compensação…
Terminou a exibição do Barcelona e poucos minutos depois estava eu novamente à frente da TV para assistir a Trujillanos x São Paulo, pela Libertadores, lá na longínqua Trujillos, na Venezuela.
Não dá para comparar.
Mas, se Você acabou de assistir um espetáculo chamado futebol e tem à sua frente um jogo de futebol. É difícil não estabelecer certos paralelos.
Para começar, o estádio do Trujillanos, apelidado de Cemitério dos Grandes, é pequeno, acanhado, gramado ruim, mal cuidado e nem estava lotado.
Pensei: se o São Paulo precisa desesperadamente da vitória, certamente vai consegui-la com mais facilidade do que pensava.
Isso porque o adversário é muito ruim.
E nem de longe, passou pela minha cabeça que o São Paulo também pudesse ser tão ruim.
A ideia que se tem vendo o time do São Paulo jogar é que não há nenhum planejamento técnico, não há treinos e os jogadores pouco se conhecem.
Na verdade, não há sequência de jogadas. É como se a bola fosse um grande problema e cada quer se livrar dele o mais rapidamente possível.
O São Paulo tem apenas uma jogada: é pela direita, onde o veloz Centurion sai correndo feito um desesperado e cruza para a área.
Pode ter ou não ter algum companheiro dentro da área que ele cruza assim mesmo. É o tal chuveirinho: um cruzamento sem endereço certo – a bola vai para a área e, se Deus ajudar, pode aparecer uma cabeça amiga.
O Ganso – ah!, que saudade daquele ganso dos tempos do Santos, acho que não voltam mais. O Ganso, dizia, não é mais aquele craque, mas apenas um bom jogador que tem momentos de craque. Como o do gol que marcou. E o que é pior: perdido no meio de um monte de jogadores botinudos.
Resultado: o Tricolor ficou no empate com o pior time de seu grupo na Libertadores. E dificilmente vai se classificar.
Veja:
https://youtu.be/Vv2Mc1PGzi0
No Itaquerão,
outra paisagem.
Em minha maratona futebolística, fiquei em frente à TV para assistir Corinthians e Cerro Portenho, no Itaquerão, pela Libertadores.
A paisagem, realmente, melhorou muito no que diz respeito ao estádio do Trujillanos: Itaquerão é um estádio moderno, confortável, de lindo gramado que lembra, e muito, os bons estádios europeus.
Longe de uma comparação de competência, mas o Corinthians, treinado pelo excelente Tite, é um time com esquema de jogo, com variações, com jogadas ensaiadas e atores que sabem executá-las.
Não é ainda o time com a mesma competência do ano passado, pois perdeu seis jogadores importantes, mas está no caminho certo para a sua reconstrução.
O primeiro gol corintiano, marcado por Lucca, tem alguma semelhança com o golaço de Suarez. Ouvi, depois do jogo, a seguinte descrição dele para o gol.
– O Tite sempre manda que no caso de atacarmos por um dos lados do campo, que lá do outro lado o atacante não feche na área e fique mais aberto para aproveitar sobra do cruzamento.
Foi o que aconteceu com Suarez: Daniel Alves desceu pela direita e ele, Suarez, atacou pela esquerda sem fechar para o meio da área, aproveitando a sobra. Se duvida, é só conferir as imagens.
Assim foi também o gol desse rapaz, Lucca, que promete. Foi dos pés dele, também que saiu o segundo gol, marcado contra.
Corinthians, 2 a 0, segue bem na Libertadores.
Veja os gols:
https://youtu.be/sz06Sr9z0TU
Colômbia
Estão dizendo por aí que um determinado senhor foi nomeado Ministro, tomou posse e pouco depois, perdeu a posse. Dizem que parece a miss Colômbia…
Pura maldade.
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
A COLUNA MÁRIO MARINHO É PUBLICADA TODAS AS SEGUNDAS E QUINTAS AQUI NO CHUMBO GORDO.
… e sempre que tiver alguma novidade
Boa Marinho, nota 10 no comentário e vídeo enviado.