Plurais, o mentirão, e muita falta de edição. Cacalo tanto bate até que …Kfouri!
No livro de sua autoria, “Cozinha Confidencial”, o chef e apresentador de programa de TV norte-americano Anthony Bourdain escreveu que o principal indício de que um restaurante vai fechar é o enxugamento do cardápio, daí para o fim é um pulo. De certa forma, pode-se transferir o raciocínio para o que vem acontecendo com os jornais e as revistas, diminuem o número de páginas dos cadernos, eliminam alguns deles e, pior, demitem, demitem, demitem, cada vez mais resta a raspa do tacho. Como resultado, vemos falta de edição, é só notar como em uma página aparece a mesma palavra escrita de formas diferentes, erros crassos de gramática, termos usados com significado errado, leitura desinteressante, fatos mal apurados. Os que se salvam são os articulistas e cronistas. É nesses problemas que residem as magrelas edições dos diários e a triste situação da Editora Abril, até pouco tempo orgulhosamente chamada de “a maior editora do mundo abaixo da linha do Equador.” por Roberto Civita, seu ex-presidente, que morreu em 2013.
Água mole em pedra dura tanto bate até “kfouri”, sim, é comentário repetido e será assim na esperança de conseguir algum resultado. Escrevi várias vezes que os criticozinhos de TV se atêm às fofoquinhas e não cuidam de fazer jornalismo de interesse público. Ontem (18), por exemplo, no canal 658 da NET, segundo a informação estava sendo exibido o filme “Os Assassinos”, um clássico de 1946, com Burt Lancaster, Ava Gardner, aquela que levou Frank Sinatra à loucura, e Edmond O’Brien. Só que o filme exibido era “Os Assassinos”, de 1995, com Sylvester Stallone e Antonio Banderas… Nada a ver, como diz uma personagem do programa humorístico “A Praça é Nossa”. “Aforamente” que os intervalos comerciais em alguns canais estão maiores e mais frequentes que na TV aberta, os horários dos programas estão errados. Só imagino o tamanho do desastre que vai ocorrer a partir de domingo, pois já não haverá horário de verão. Infelizmente para o telespectador, a crítica de TV mais parece uma continuidade dos departamentos de divulgação das emissoras e programadoras.
Recomendo a leitura da coluna de Eliane Cantanhêde, na pág. A6, e da crônica de Ignácio de Loyola Brandão, na pág. C8, do Estadão de hoje (19). Eliane só se esqueceu de citar Rosemary Noronha, que, além de vários feitos, viajava à nossa custa no avião presidencial.
Vale a pena fazer um esforço e procurar a edição de hoje do Jornal GloboNews, edição das 10h, no Globosat Play para ter certeza de que se a CPMF vier a ser aprovada nenhum centavo será usado para o fim anunciado. A matéria trata do que deveria ter sido feito com os royalties do pré-sal e não foi cumprido.
Frase da semana, Bernardo Mello Franco, na Folha: Com as revelações da jornalista Mirian Dutra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso descobriu o que Lula e Renan já sabiam. Na política brasileira, ex é para sempre.
(CACALO KFOURI)
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No UOL
Após repercussão, Claudia Leitte desiste de publicar livro via Lei Rouanet
Obs.: – Em 1977, o político Francelino Pereira perguntou “Que país é este?”. Pergunto eu agora, 39 anos depois, qual é ele, em que Claudia Leitte consegue grana para lançar sua biografia por meio de uma lei que, teoricamente, incentiva a cultura? Se fosse para financiar a de Elis Regina, Nara Leão, Elizeth Cardoso e outras da mesma importância, figuras marcantes da música brasileira, nada a opor, mas quem é a moça em termos de significância (e não faço juízo de valor, não se trata de gostar ou não)?
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