1.250.000.000 asinhas de frango. Coluna Mário Marinho
1.250.000.000
asinhas de frango
Sim, eu sei que é um número assustador, mas não se assuste, ilustre leitor.
Esse foi o número de asinhas de frango que os norte-americanos consumiram ontem, domingo, dia da grande final do Superbow.
A estimativa é do Conselho Nacional do Frango, entidade que reúne os produtores nos Estados Unidos.
Segundo a mesma entidade, a final do Superbow é o segundo dia que os norte-americanos mais comem, ficando atrás apenas do Dia de Ação de Graças.
E como os brothers gostam de pesquisas e estatísticas, eis mais números: esse um bilhão e duzentos milhões de asas seriam suficientes para dar 120 voltas no Gran Canyon que, como se sabe, é muito, mas muito grande.
Quer mais: 56% dos adultos que consumiram essa grande quantidade de asas, preferem que elas venham acompanhadas do molho ranch (o molho rancheiro ou molho ranch é um tipo de molho feito com molho de salada junto com leitelho (manteiga especial da nata do leite), sal, alho, cebola, ervas e temperos. Creme azedo ou iogurte as vezes são utilizados para criar uma versão light do molho. Em segundo lugar, com 42%, fica o molho barbecue (aquele do Outback).
Estimava-se também vendas de 14,5 toneladas de batatas, 1,8 toneladas de pipoca, 4 milhões de pizzas e 4 toneladas de guacamole. E para matar a sede? 50 milhões de garrafas de cerveja.
O dia da grande final é considerado “feriado” não oficial nos Estados Unidos. Lojas e supermercados que funcionam normalmente aos domingos fecham ou trabalham só pela manhã. As igrejas fazem seus cultos em horários que não coincidam com o grande jogo.
O estádio que recebeu a final nesse domingo, é novíssimo e foi construído durante os dois últimos anos ao custo de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões). O Levi’s Stadium, localizado em Santa Clara, Califórnia, tem capacidade para 68 mil espectadores e é considerado o mais moderno do mundo no que diz respeito a autossustentabilidade, com centenas de painéis para captar energia solar e toda a água é de reuso.
Em termos de tecnologia, é também o que há de mais moderno. 700 quilômetros de fios de fibras óticas percorrem o estádio para que o torcedor não fique sem comunicação.
Seus aplicativos permitem que o usuário peça seus lanches sem sair de seu lugar ou que até encontrem o banheiro mais próximo onde não tenha fila ou fila menor.
Os ingressos para a grande final começaram a ser vendidos com preços que variavam de US$ 900 a US$ 20.000 (algo em torno de R$ 4 mil a R$ 80 mil). No sábado, véspera do jogo, os cambistas (por que lá também têm) estavam vendendo os mais baratos a US$ 5 mil (ou quase R$ 20 mil).
O valor de um comercial de 30 segundos na transmissão da televisão é de US$ 5 milhões e muita empresa importante ficou de fora.
E também não é para menos. Esse é o programa de maior audiência da TV norte-americana. Como o deste ano foi o de número 50, espera-se que tenha sido visto por pelo menos 160 milhões de norte-americanos (a final do ano passado, número 49, teve 120 milhões de telespectadores nos Estados Unidos).
Aqui no Brasil, o futebol norte-americano começa também a pegar. A Espn, que transmite regularmente, esperava atingir 500 mil brasileiros neste ano. Também a Esporte Interativo transmitiu não só a final, mas como toda a temporada.
A On Line Editora publicou no começo do ano um alentado “Guia do Futebol americano” com 100 páginas de muita informação.
Afinal pôde ser vista também pela internet e em diversas salas de cinema.
São muitas as comunidades no Brasil que se reúnem através de sites ou blogs para trocar informações sobre o futebol americano.
Existe também uma Confederação Brasileira de Futebol Americano e várias federações estaduais. São disputados campeonato regionais e nacional (o campeão brasileiro é o Coritiba Crocodiles).
A Seleção Brasileira já disputou e ganhou um campeonato Sul-Americano.
O futebol americano nasceu em 1860, quando foram definidas regras que o diferençaram do rúgbi.
O futebol brasileiro nasceu 24 anos depois, quando o jovem Charles Miller trouxe da Inglaterra duas bolas, uma bomba para enchê-las, dois jogos de camisa e um livro de regras.
Portanto, apenas 24 anos separam o nascimento do futebol americano do futebol brasileiro. Mas a realidade entre um e outro pode ser medida em número de asas de frango.
PS – O time do Denver Broncos foi o vencedor do Superbowl 50, ao bater o Carolina Panthers por 24 a 10.
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
A COLUNA MÁRIO MARINHO É PUBLICADA TODAS AS SEGUNDAS E QUINTAS AQUI NO CHUMBO GORDO.
… e sempre que tiver alguma novidade extra!
Pelo título, imaginei que fosse o número de asinhas comprado com cartão corporativo para uma festinha do PT.
Fiquei muuuuuito impressionado com o consumo dos frango em terras do Tio Sam. Sempre soube que eles
são pra lá de exagerados em tudo… mas nessa vez, me assustei de verdade. Por isso que vemos aqueles
americanos enormes que se balofões pelas ruas balançando como um grande barco…. .