democracia em ruinas

A democracia em ruínas. Por Paulo Renato Coelho Netto

Democracia em ruínas…No sistema democrático, é comum o eleitor com déficit de inteligência bater palma para louco dançar. 

democracia em ruinas

 

Um país democrático assegura ao cidadão o direito de pensar como bem entende.

Pensar, se manifestar e defender suas ideias nas urnas.

A democracia garante até mesmo a existência do pobre de direita, contrário às cotas nas universidades públicas.

Cotas para que pessoas que não tiveram acesso às melhores escolas particulares, na infância e na adolescência, também estudem nas melhores universidades do Brasil.

Faz parte do jogo democrático índio votar em políticos que defendem os interesses da classe a que pertencem, os produtores rurais. Fazendeiros que, geralmente, não nutrem simpatia alguma pelos povos originários.

É do jogo democrático que as mulheres, que representam 52% do eleitorado brasileiro, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votem, eleição sim e a próxima também, em candidatos homens para representá-las.

Homossexual defender e eleger homofóbico reacionário é outra faceta da democracia.

No sistema democrático, é comum o eleitor com déficit de inteligência bater palma para louco dançar.

Alternância de poder faz parte do jogo democrático.

O direito ao voto é apenas mais uma garantia do Estado Democrático de Direito, que assegura o direito de ir e vir, os direitos humanos, o direito à educação, à segurança e à saúde, ser ateu ou seguir uma religião, à se reunir com outras pessoas, à liberdade de imprensa e de opinião e a separação entre os poderes.

Ao tomar posse, o presidente eleito faz o seguinte juramento:

Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.

Até o presente momento, a democracia é o regime vigente neste país.

É do jogo democrático eleger senadores para representar os interesses dos Estados de origem e deputados federais para representar o povo. Está na Constituição a atribuição de cada político.

O que ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023 foi uma tentativa violenta de golpe de Estado para acabar com a democracia no Brasil.

Quem acompanhou a brutalidade pela televisão enxergou a violência que a Polícia Legislativa enfrentou diante da multidão em fúria.

Dias antes, na véspera de Natal, 24 de dezembro de 2022, plantaram uma bomba em um caminhão-tanque cheio de combustível para explodir no Aeroporto de Brasília.

Por sorte, deu errado. Seria uma tragédia de proporções inimagináveis.

Um pouco antes, queimaram ônibus, carros e tentaram invadir a sede da Polícia Federal na capital federal.

Atos terroristas.

Não havia inocentes donas de casa armadas com batom no 8 de janeiro. Sabiam o que estavam fazendo.

No Supremo Tribunal Federal (STF) os golpistas de 8 de janeiro de 2023 foram condenados e denunciados pelos crimes previstos nos arts. 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito), do 359-M, 163, parágrafo único, I, II, III e IV (dano qualificado) e 288, parágrafo único (associação criminosa armada), todos do Código Penal; e art. 62, I (deterioração do Patrimônio tombado), da Lei 9.605/1998.

É incompreensível que deputados federais, eleitos pelo povo, pensem anistiar essa gente que se organizou para cometer, entre outros, o crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Vossas Excelências vão dar carta branca para que nas próximas eleições — municipais, estaduais ou para presidente da República — a malta contrariada nas urnas reaja novamente com violência extrema.

A sociedade precisa conhecer o nome de cada parlamentar que vai votar a favor da anistia dos criminosos de 8 de janeiro.

Por sobrevivência ou em benefício próprio, os ilustres deputados deveriam considerar que nem todo eleitor sofre de amnésia.

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paulo rena

Paulo Renato Coelho Netto –  é jornalista, pós-graduado em Marketing. Tem reportagens publicadas nas Revistas Piauí, Época e Veja digital; nos sites UOL/Piauí/Folha de S.Paulo, O GLOBO, CLAUDIA/Abril, Observatório da Imprensa e VICE Brasil. Foi repórter nos jornais Gazeta Mercantil e Diário do Grande ABC. É autor de sete livros, entre os quais biografias e “2020 O Ano Que Não Existiu – A Pandemia de verde e amarelo”. Vive em Campo Grande.

 

capa - livro Paulo Renato

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