papa FRANCISCO

Morreu o Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, no dia 17 de dezembro de 1936, amante do futebol e torcedor do San Lorenzo de Almagro.

FRANCISCO

Foi um papa de sorriso contagiante, simpático ao extremo, que com facilidade se comunicava com seus pares no Vaticano, com líderes mundiais de diferentes cores ideológicas e com os jovens.

Incansável nos apelos a favor da Paz, o Papa Francisco deixa um legado marcante de compromisso com os valores do Evangelho e de defesa dos mais necessitados. Sua influência foi além dos limites da Igreja Católica, inspirando pessoas de todas as religiões e convicções a se engajarem em causas de justiça social e solidariedade. Suas ações e pronunciamentos têm inspirado pessoas de diferentes religiões e culturas, tornando-se uma voz importante na defesa dos direitos humanos, da justiça social e da proteção do meio ambiente.

Em visita ao Brasil e ciente da rivalidade entre brasileiros e argentinos, declarou:

– O Papa é argentino, mas Deus é brasileiro.

Ganhou a galera!

Chocou os mais conservadores ao dizer que a Igreja deveria abençoar a união de pessoas do mesmo sexo, desde que a cerimônia não lembrasse um casamento.

Foram 12 anos de pontificado, completados em março deste ano.

Lutou bravamente contra uma pneumonia dupla, ficou internado em um hospital de Roma por 33 dias e depois voltou ao Vaticano, ainda com a saúde abalada.

Sua última aparição foi neste domingo de Páscoa, quando, com a voz pesada e cansada, abençoou os fiéis na Praça de São Pedro:

– Fratelli e sorelle, buona Pasqua!

– Irmãos e irmãs, boa Páscoa.

Nos meus vinte e poucos anos de Jornal da Tarde, participei diretamente da morte e a eleição de dois Papas.

Em agosto de 1978, eu estava na Editoria Geral do JT. Foram os dois únicos anos que eu não trabalhei com o noticiário esportivo.

No domingo, 6 de agosto, eu estava indo para a redação do Jornal da Tarde quando tomei conhecimento da morte do Papa Paulo VI.

Era uma época bem anterior ao Google, à Wikipedia, e como o papa estava doente, já havíamos preparado algumas matérias.

Saímos na segunda-feira com ampla e boa cobertura.

Após as exéquias, iniciou-se o período de eleição do novo Papa.

O eleito foi o italiano Albino Luciano, de 66 anos.

Ele escolheu o nome de João Paulo para homenagear os dois últimos papas, João XXIII, e Paulo VI, que ele considerou importantes em sua formação eclesiástica.

Na noite do dia 28 de setembro, fechamos normalmente o JT.

Fechar significa deixar o jornal pronto e só aguardando o OK do Secretário Gráfico para ser impresso.

O fechamento da redação ocorria por volta das duas horas da madrugada.

Daí, saíamos do jornal e nos dirigíamos ao Bar Alemão que ficava na avenida Antártica, logo após o viaduto, em direção à rua Turiaçu.

Já não me lembro mais quais as pessoas que estava, mas tenho certeza, o Bill Duncan era uma delas e, com quase certeza, também o Sérgio Vaz.

Devia ser alguma coisa em torno das quatro da manhã, quando entra no Alemão, o companheiro Guido Fré que era o Secretário Gráfico.

Com um sorriso meio maroto, diria até meio sádico, ele disse:

– Rapaziada, vamos voltar para a redação: morreu o Papa.

Não acreditamos.

– Guido, Você está meio atrasado: o novo Papa foi eleito há um mês.

– Pois é esse mesmo que morreu, disse ele exibindo um telegrama da uma agência internacional com a notícia.

Pedimos a conta imediatamente e voltamos à redação.

Foi um trabalho duro, rápido, contra o tempo e com os profissionais da Gráfica apenas esperando a ordem para imprimir o jornal.

Fizemos um bom trabalho e, cerca de duas horas depois, o Jornal da Tarde circulava com a notícia e as principais informações sobre a morte do Papa que havia recebido o apelido de Papa Sorriso, por estar sempre sorridente.

Um mês depois, foi eleito o cardeal Karol Józef Wojtyla como o novo Papa que adotou o nome de João Paulo II e comandou a Igreja até abril de 2005.

Vá em Paz, Francisco!

O Papa Francisco caminha solitário pela Praça São Pedro e faz orações pela humanidade no começo da Pandemia
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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1 thought on “Vá em Paz, Francisco. Blog Mário Marinho

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