
Sonhei Torquato, acordei Caetano…Por Maranhão Viegas
Sonhei Torquato, acordei Caetano.
A quê será que se destina?
Torquato Neto foi um gênio triste do sertão que o mundo mal teve tempo de descobrir. Mas a passagem dele, se curta demais, foi intensa, com sabor de poesia eterna. Seu jeito de olhar o mundo por uma janela transversal surpreende ainda hoje.
Carregou no corpo frágil sua Teresina por onde foi. Fosse Londres ou Paris. Salvador, São Paulo ou Rio. Um bardo do existencialismo. Inconformado e inquieto. Por suas letras passaram ideias e ideais que fogem do comum.
Era igual sem ser o mesmo. Rompeu cerca e estradas. Delimitou espaço e tempo. Seus vinte e oito anos de vida foram como o brilho fugaz de um relâmpago num céu de tormentas.
Brilho intenso e fulminante. Enquanto esteve vivo traduziu em poesia o desassossego da vida. Poeta desde menino, nunca chegou a homem feito, embora estivesse pronto e soubesse disso. Aliás, todos soubemos disso.
Amou e foi amado. E do amor de Ana com ele, nasceu Thiago. Pra muita gente, Torquato morreu cedo. Para ele mesmo, morreu de fastio da vida. De consciência de obra pronta. De passagem completa.
Por sorte, seu rastro é infinito.
https://youtu.be/fZlUa-Ak5Lk?si=c4_Grigl3lJXitoU
Documentário: Torquato Neto – Todas as horas do fim
Direção e roteiro Eduardo Ades Marcus Fernando
_______________________________________
Inorbel Maranhão Viégas – escritor, jornalista e poeta, vive em Brasília. Autor de, entre outros, “Cápsulas de Oxigênio”