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Todo idiota é fanático. Por Paulo Renato Coelho Netto

Todo idiota se mantém fechado e inflexível. É um ser blindado às novidades. Todo idólatra fanático segue um idiota menos idiota que ele, que teve a rasa capacidade de entender seus desejos.

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Entre os oito bilhões de humanos, quantidade de habitantes que chegamos no dia 15 de novembro de 2022, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), nada é pior que o fanático.

De acordo com o dicionário Michaelis, fanatismo significa “Excessivo zelo religioso que, às vezes, beira a obsessão e pode resultar em atitudes extremistas de intolerância; Adesão cega a uma doutrina ou sistema; faccionismo, partidarismo; Dedicação excessiva a algo ou a alguém; paixão”.

O fanático divide o mundo entre o que ele pensa que é certo e os que estão errados, ou seja, todos que pensam diferente dele.

Fanático é aquele que sai de casa para assistir a um jogo de futebol e, na ida ou na volta ao estádio, briga, insulta, ofende, provoca e até mata a pauladas o torcedor do time contrário.

Basicamente, é um frustrado.

É um tipo que percebe o fanatismo nos outros, mas não se reconhece na mesma categoria.

Vive em bolhas.

Todo fanático tem seu tema predileto capaz de deixá-lo cego de rancor ao ser contrariado: religião, futebol, política, dinheiro, homossexualidade, xenofobia, misoginia e racismo, só para citar alguns, podem tirar o adorador do sério ao ponto de acabar com a festa, seja discutindo ou à base de tiros.

No Crepúsculo dos Ídolos, o filósofo alemão Nietzsche nos alertou que todos os ídolos possuem pés de barro.

Raul Seixas, poeta, filósofo, cantor e compositor brasileiro, muito mais inteligente que esse Nietzsche aí, nos ensina na canção “Metamorfose Ambulante” que nenhuma verdade é absoluta.

O soteropolitano nos mostra que é melhor viver em estado de metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Todo idiota se mantém fechado e inflexível. É um ser blindado às novidades.

Todo idólatra fanático segue um idiota menos idiota que ele, que teve a rasa capacidade de entender seus desejos.

Nem todo fanático é idiota, mas todo idiota é fanático.

Atualmente, assim caminha a humanidade.

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paulo rena

Paulo Renato Coelho Netto –  é jornalista, pós-graduado em Marketing. Tem reportagens publicadas nas Revistas Piauí, Época e Veja digital; nos sites UOL/Piauí/Folha de S.Paulo, O GLOBO, CLAUDIA/Abril, Observatório da Imprensa e VICE Brasil. Foi repórter nos jornais Gazeta Mercantil e Diário do Grande ABC. É autor de sete livros, entre os quais biografias e “2020 O Ano Que Não Existiu – A Pandemia de verde e amarelo”. Vive em Campo Grande.

 

capa - livro Paulo Renato

 

2 thoughts on “Todo idiota é fanático. Por Paulo Renato Coelho Netto

  1. Prezado Leonardo, grato pelo comentário. Vale a reflexão de quem vem primeiro. Algumas pessoas me fizeram a mesma pergunta. No entanto, creio que a gente precisa descobrir como não entrar nesse ciclo e viver em paz nesse tempo conturbado. Pelo menos tentar viver em paz. O desafio é não se deixar contaminar. Abraços, Paulo Renato.

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