mulheres- VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A violência contra as mulheres. Por Adilson Roberto Gonçalves

 Violência…Mesmo sendo mulheres as melhores, continuam vítimas de serem o que são, vítimas de suas naturezas, vítimas dos agressores. Estupro e feminicídio não acontecem por causa da mulher, acontecem porque há estupradores e assassinos…

violência - mulheres

Traço algumas considerações envolvendo mulheres, motivado pelo artigo da editora Marli Gonçalves https://www.chumbogordo.com.br/453583-sempre-alerta-por-marli-goncalves/, com o receio de errar na dose ao comentar assuntos que vêm à tona em mais um mês de março, por não ter o devido lugar de fala para fazê-lo.

 Mesmo sendo mulheres as melhores, continuam vítimas de serem o que são, vítimas de suas naturezas, vítimas dos agressores. Estupro e feminicídio não acontecem por causa da mulher, acontecem porque há estupradores e assassinos.

 Cansa reclamar e denunciar? Parece que sim. Até a colunista Mariliz Pereira Jorge, da Folha de S. Paulo, propôs a extinção da seção de comentários nas reportagens e artigos publicados naquele jornal, devido ao baixíssimo nível da discussão. Sim, são manifestações em grande parte misóginas, preconceituosas, racistas, multifóbicas, mas vou entender como um irônico alerta a solicitação dela para acabar com nossos comentários – de nós, leitores. Já é minúsculo o espaço concedido, que, concordo, nem sempre atinge a pluralidade de opiniões, mas matar o mensageiro porque a notícia ou opinião é ruim, ou censurar todo mundo porque não se consegue punir o delinquente, não parece a melhor opção numa imprensa supostamente democrática. Vejam que seu próprio artigo já tinha mais de 500 comentários até o dia seguinte à publicação.

Por outro lado, mesmo uma cantora que já foi famosa faz publicamente apologia do estupro. Se a Baby do Brasil perdoa os que dela abusaram sexualmente é uma decisão de foro íntimo. Por outro lado, incitar o crime, minimizando a violência – especialmente contra a mulher –, deve ser prontamente condenado. Agiu corretamente nossa deputada federal Sâmia Bomfim ao acionar o Ministério Público contra a cantora. Mesmo que a ação não prospere, como sói acontecer quando a apologia ao estupro envolve famosos, a exposição da cantora e do local do evento em que fez tal ato criminoso já resultou em retratação parcial.

 Boa parte dos assassinos de hoje são os agressores de ontem. Pouco se avançará no combate ao feminicídio sem uma punição severa na origem, ou seja, à mínima agressão, medidas restritivas devem ser imediatamente aplicadas. A educação também é fundamental, ainda que os resultados venham somente a longo prazo.

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Perfil ambiental e político – Adilson Roberto Gonçalves –  pesquisador da  Universidade Estadual Paulista, Unesp, membro de várias instituições culturais do interior paulista.  Vive em Campinas.

 

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