Estados Unidos humilham a Europa

Estados Unidos humilham a Europa em Munique. Por Rui Martins

Estados Unidos…Vance deixou os europeus chocados por sentirem terem sido abandonados pelos EUA de Trump, na questão da Ucrânia e por perceberem já ser coisa do passado a luta dos aliados americanos pela liberdade contra o nazismo alemão, na Segunda Gerra. 

Estados Unidos humilham a Europa

O vice-presidente norteamaericano Vance praticamente declarou guerra ideológica à Europa, e humilhou os dirigentes europeus, essa a manchete dos principais jornais europeus, repercutindo o discurso do enviado de Trump à Conferência de segurança da Europa em Munique.

Houve uma preocupante fratura no mundo, pois o vice-presidente Vance, em lugar de tratar da questão da Ucrânia, decidiu passar um sabão nos dirigentes europeus num discurso extremamente agressivo, no qual chegou mesmo a elogiar a extrema direita, a pretexto de defender a liberdade de expressão e a liberdade religiosa.

No fundo, utilizou as mesmas críticas de Musk já feitas ao STF brasileiro.

Para o norteamericano Vance, “o recuo da liberdade de expressão” na Europa e a imigração são mais graves que a ameaça da Rússia ou da China.

Declaração que reforça a anunciada aproximação de Trump com Putin e o abandono da Ucrânia, que será forçada a aceitar um plano de paz no qual sairá provavelmente derrotada.

Ninguém esqueceu que o chamado primeiro-ministro de Trump, Elon Musk, apoia a extrema direita alemã e o seu partido AFD, nas eleições gerais do dia 23, tendo mesmo feito uma saudação nazista na posse de Trump.

Vance deixou os europeus chocados por sentirem terem sido abandonados pelos EUA de Trump, na questão da Ucrânia e por perceberem já ser coisa do passado a luta dos aliados americanos pela liberdade contra o nazismo alemão, na Segunda Gerra.

Depois de ter criticado o cordão sanitário criado pela Alemanha, para impedir a chegada ao poder da extrema-direita, o vice-presidente norteamericano foi se encontrar num hotel com a líder e candidata da extrema-direita alemã, Alice Weidel, embora tivesse se negado a participar de encontros com os europeus.

Fratura entre Washington e Europa

A administração Trump, por seu vice-presidente Vance criou uma enorme fratura entre Washington e seus “aliados” europeus. Qual o objetivo? É claro que Trump tem um objetivo que, no momento, é o de abandonar a Europa para se aproximar da Rússia. Embora Vance tenha agitado em Munique a liberdade de expressão, também a bandeira da extrema direita bolsonarista brasileira, Trump acaba de restringir a liberdade dos jornalistas da agência Associated Press, AP, proibidos de participar das entrevistas na Casa Branca e de viajar nos aviões oficiais do governo, por não terem aceitado mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América.

O chanceler alemão Olaf Scholz, visivilmente irritado com o discurso de Vance e o apoio de Musk à extrema-direita alemã, declarou que “os alemães não aceitarão que terceiras pessoas intervenham em favor da extrema-direita AFD. Nós é que decidiremos qual direção tomará nossa democracia. Ninguém mais.”


  • Rui Martins também está em versão sonora no Youtube, em seu canal –

https://www.youtube.com/@rpertins

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Rui Martins – Direto da Suiça – é jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura. Criador do primeiro movimento internacional dos emigrantes, Brasileirinhos Apátridas, que levou à recuperação da nacionalidade brasileira nata dos filhos dos emigrantes com a Emenda Constitucional 54/07. Escreveu Dinheiro sujo da corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto Carlos, A rebelião romântica da Jovem Guarda, em 1966. Foi colaborador do Pasquim. Estudou no IRFED, l’Institut International de Recherche et de Formation Éducation et Développement, fez mestrado no Institut Français de Presse, em Paris, e Direito na USP. Vive na Suíça, correspondente do Expresso de Lisboa, Correio do Brasil e RFI

1 thought on “Estados Unidos humilham a Europa em Munique. Por Rui Martins

  1. Meu pai gostava de dizer: cudado com o português.
    A partir deste princípio dunk não humilhou a Europa, tentou, mas não humilhou; seria preciso algo mais que palavras, teria que provar o que diz.
    Fez papel de tolo, brigou com aliados antigos, tonou-se aliado inconfiável para os antigos e os novos aliados. Como putinho pode confiar nos EUA, se estão a se comportar como barata tonta? Uma eleição são contra a Rússia, na outra a favor: barata tonta, o país não o governo(?).
    Já havia dito em algum lugar que os EUA, doravante barata tonta, assumiu a frente dos países sem utilizar força para impor sua vontade, utilizou força para salvaguardar a vontade da maioria dos habitantes do planeta e ainda ajudou a reconstruir países; daí a sua “força moral”.
    Superou Roma, Alexandre, Gengis Khan e outros mais, sem utilizar a sua força para se impor aos outros; e irá, possivelmente, deixar de ser o “farol do mundo” sem ser atacado com armas, mas implodido por quem deveria comandar a continuidade desta força.
    Não adianta mais a simples derrubada de estrAmpício, já ficou com a fama de barata tonta, mesmo que ainda hajam poucos que assim os chamam.
    Sabe porque não se persegue doido? Não se sabe para que lado vai.

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