Os onze milhões.

Onze milhões…Convém considerar que será necessário expulsar uma média de 7.500 clandestinos por dia – dia sim, outro também, sábados e domingos incluídos – para atingir a meta dos onze milhões nos 1.460 dias do mandato…Os onze milhões. Os onze milhões.

Uma maluquice incomoda muito a gente
Duas maluquices incomodam muito mais

 Duas maluquices incomodam muito a gente
Três maluquices incomodam muito mais 

E assim por diante…

Donald Trump entrou de sola no segundo mandato. Desde o primeiro momento, soltou um festival de maluquices que tem assustado muita gente. No entanto, dado que cada maluquice empurra a anterior para a tumba do esquecimento midiático, as primeiras já passaram para segundo plano.

A primeira (assustadora) medida que Trump tomou foi garantir que cumpriria ao pé da letra a ameaça de expulsar onze milhões de cidadãos estrangeiros que vivem ilegalmente no território dos EUA. Por mais que soe impossível de cumprir, promessa de presidente costuma ser levada a sério.

Convém considerar que será necessário expulsar uma média de 7.500 clandestinos por dia – dia sim, outro também, sábados e domingos incluídos – para atingir a meta dos onze milhões nos 1.460 dias do mandato. Trocando em miúdos, será necessário mobilizar em permanência entre 100 e 150 aviões das forças aéreas americanas, cada um com capacidade de 100 passageiros em média. Todos farão rotações incessantes, ida e volta, rápida parada para embarque, desembarque, abastecimento e troca de equipagem. Vai sair caro.

Dessa primeira maluquice do presidente-estrela, apesar de ela ser missão impossível, já se fala menos. A atenção do planeta está voltada para a maluquice seguinte, o aumento brutal nas taxas de importação de nações amigas e/ou inimigas, tanto faz. Canadá, México, China entram no mesmo molde. Os outros países estão preocupados na expectativa de serem os próximos da lista.

Especialistas garantem que essa guerra de tarifas alfandegárias vai causar a ruína da própria economia dos EUA. Será uma pena. Trump, veja você, só dura 4 anos. Por seu lado, se a China preencher o lugar dos Estados Unidos declinantes, teremos de viver por décadas sob a lei de Pequim.

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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos,  dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.

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