Começar de novo. Cacalo já puxa orelhas da imprensa
Juro pelo Coringão, gostaria muito que fosse possível começar de outro jeito
Porém, agir como Poliana pode ficar muito bonito em romances, mas nada a ver com a vida real.
Fazer previsões ou revelar desejos para um 2025 melhor? Por quê? Algum indício em 2025 de que existe uma remota possibilidade de que isso possa acontecer? Ao contrário, tudo indica que, sendo otimista, se for igual dará para festejar. Não custa lembrar que Trump/Tramp assumirá a Presidência do país mais rico e poderoso do Mundo daqui a 13(!!!) dias. E terá como alter ego o lamentável Elon “Muskito” Musk a zunir em seus ouvidos.
Vamos, então, a uma pequena retrospectiva de ocorrências no final de 2024 durante o “descanso” do “Mirando” e as falhas da Imprensa ao lidar com os fatos. Afinal, este é o porquê da existência da publicação. Falhas não só na atuação, mas, também, na escrita, com erros crassos, que seriam inacreditáveis até se cometidos por aqueles que não “possuem” o vernáculo como ferramenta de trabalho.
Comecemos pelas perguntas óbvias que bons repórteres fariam, mas como estão em falta, não foram feitas. Hoje os que abundam são os teatrais e os tristemente engraçadinhos.
No caso do acidente com o ônibus em MG no dia 21 de dezembro que resultou em 41? – é o que diz a PRF – 39? mortes – segundo a empresa dona do veículo – há um festival de falhas na apuração. Uma já está citada, quase 20 dias depois não há informação exata do número de mortos – ou “vítimas fatais” como insistem alguns.
Causa espanto a pouca importância dada ao depoimento do motorista do carro que foi parar debaixo da carreta em que estava o granito no qual a PRF diz que o ônibus se chocou. O motorista afirma – afirma! – que viu um pneu traseiro do ônibus explodir e em seguida ele bater no caminhão. E foi aí que o granito caiu da carreta. Tirante o “Fantástico” ninguém mais levou em conta o testemunho dele. Por quê?
Descobriu-se que o motorista do caminhão estava com a CNH cassada e que o bloco representava excesso de carga. Por que ninguém foi atrás da empresa que contratou um motorista inabilitado e colocou carga além do permitido no caminhão?
Jornalismo pra lá de deficiente.
Seguiu-se o episódio da ponte que partiu. O Dnit sabia que ela estava em más condições desde 2019. Disse que abriu licitação para repará-la, mas fracassou. O Dnit faz parte do Ministério dos Transportes. Nenhum coleguinha teve a curiosidade de saber quem era o ministro da área em 2019. Sabem quem? Quem? Quem? Sim, ele, o chefão da PM que atira primeiro e pergunta depois, Tarcísio de Freitas. Ou “Matarcísio” de Freitas apud José Simão. E ele, camaleão, foi diretor do Dnit no (des)governo Dilma Rousseff. Ah, as moscas mutantes…
Entre as várias perguntas que não foram feitas pelos solertes repórteres duas se destacam: por que o Dnit não interditou a ponte? Ou, no mínimo, limitou o peso da carga dos caminhões que poderiam passar por ela?
E uma para provocar: alguma nobre excelência destinou emendas para possibilitar o reparo da ponte? Não, só pra shows de “sertanejos”.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, entrevistado pelo UOL a respeito da privatização de cemitérios respondeu que “Serviço funerário agora é negócio”. Um repórter “repórter” teria rebatido com “Sr. prefeito, então agora vale em São Paulo o velho ditado que a morte está pela hora da morte e tudo bem?”.
E, por fim, duas dúvidas do “Mirando”: por que todos os órgãos de Imprensa noticiaram que “Avião da Embraer cai no Cazaquistão”? Por acaso os aviões da Embraer são inseguros, caem com frequência, sempre se envolvem em acidentes por falhas neles como aconteceu recentemente com os Boeing 737 Max? Síndrome do vira-lata? São aviões extremamente seguros, não “possui” sentido chamar a atenção para o nome do fabricante no acidente. Ainda mais porque foi abatido pela defesa aérea russa.
Dias depois, um acidente na Coréia – só pra lembrar: na regra, nomes não foram afetados pela reforma ortográfica, o acento deve ficar, mas ninguém respeita – do Sul foi noticiado assim: “Avião sai da pista e colide contra muro na Coreia do Sul; há 179 mortos”. Cadê Boeing 737-800?
Mais um em que o tipo não é citado: “Avião pega fogo após pouso forçado no Canadá; vídeo mostra momento”. Outro: “VÍDEO: Avião da KLM faz pouso de emergência, sai da pista e vai parar na grama, na Noruega”.
Por que as decisões do STF, principalmente as do ministro Alexandre de Moraes, são constantemente questionadas em editoriais ou por “especialistas” convidados a fazê-lo e ninguém se manifesta a respeito do fato de a OAB assistir omissa às barbaridades cometidas por alguns advogados, como as do rábula de Daniel Silveira, que, ao atacar a decisão do ministro de determinar novamente a prisão de seu cliente por haver desrespeitado as regras claramente estabelecidas, omitiu o fato de que antes da alegada passagem por um hospital ficou quatro horas fora de casa, até passeou por um shopping center, o que ele estava proibido de fazer?
Tá faltando jornalismo no Jornalismo! Quando me lembro daqueles com quem aprendi a trabalhar – cursei Engenharia Eletrônica sem acabar o curso – quando comecei na Editora Abril em março de 1974 como secretário de Produção no projeto que resultou na Playboy – tenho vontade de chorar. Ressuscitem!
Tão “democratas” como os bozoides
Olha elas aí de novo, as moscas mutantes… Estes “democratas” pedem a Lula que reconheça a eleição fraudada do ditador Nicolás Maduro: Movimento Nacional de Juventude, Associação Brasileira de Imprensa (mein Gott!), Associação Brasileira de Juristas pela Democracia(!!!), Confederação Nacional das Associações de Moradores, Movimento Brasil Popular, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, União Brasileira de Mulheres, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (triste futuro), União de Negros pela Igualdade e União Nacional LGBT, Federação Árabe Palestina do Brasil e o Instituto Brasil Palestina (devem apoiar Netanyahu…).
Viva eles!
Que dicionário! Nele “colide-se em”, levar e socorrer são sinônimos! Viva o g1!
No UOL, pra não deixar o g1 sozinho na inhorância: “Feridos foram socorridos aos hospitais Geral de Pedreira e do Grajaú”.
Coleguinhas, não é tão difícil assim
O que teve de erro não tá no gibi, vai ver Tico e Teco exageraram nos comes e bebes. Ano Novo, sem hífen, é este, 2025; já a passagem de 2024 para 2025 é Ano-Novo, com ornamento. E ano-novo, tudo em baixa e com hífen, é o dia 1º de janeiro de 2026.
Um exemplo está no título de uma matéria no “Direto da Fonte”, no “Estadãozinho”: “O que não pode faltar na ceia de Ano Novo dos especialistas”. Sabe o quê? O hífen…
Quem sabe, ao chegar perto do fim deste – deste, desse é 2024, o passado e, segundo alguns, mas só poucos alguns gramáticos, os próximos – ano percebam a diferença.
Outro problemazinho que causa problemões é o uso de bem feito e benfeito. Este é adjetivo, o primeiro é ligado a verbo, locução adverbial. Bem feito pra quem não sabe (sem hífen!).
Mais umas diquinhas: a linha que separa países é a fronteira; divisa separa estados; limite limita municípios, “”vistem”? Quem mandou matarem aulas de Geografia, caras-pálidas?
Vamos parar de chamar de suspeitos presos em flagrante? Criminosos identificados por imagens de câmeras? Aqueles que confessaram? De escrever que “Fulano foi condenado porque teria…”? Sem falar nas pobres vítimas fatais que, além de morrerem, matam? São fatais… Caras-pálidas, fatais são as causas das mortes, tá? Não elas…
Tem sentido isto? “Após os atropelamentos, o suspeito desceu do veículo e começ(ado)(X)(OU) a atirar contra as pessoas, e houve troca de tiros com a polícia.”. O criminoso desce do carro, atira várias vezes e é suspeito? É vaselinice ou já é caso de burr…?
Ah, a padroeira, a Santa Inhorância, pediu-me um favor depois de ler o que está na capa do g1: “Um dos vídeos que viralizou em janeiro de 2024 esclarece que se trata de uma piscina de verdade.”. Quer que eu esclareça que entre os vídeos que viralizARAM este é um…
“Criar algo novo…”. Forcei até à exaustão Tico e Teco e não descobri como se cria o que já existe…
Tentem perceber, não dói, que as palavras têm força, peso, que ter e possuir devem ser usadas de acordo com o contexto. Um exemplo de barbaridez, de escriba que não “possui” noção: “A defesa do morador disse à Justiça que ele possui(!!!) problemas psiquiátricos relacionados ao uso abusivo de drogas”. Pode isto, Arnaldo?
Do Brics, grupo de países, não é dos, caras-pálidas. É o mesmo caso dA Lojas Americanas, dA Casas Bahia…
Nem vou perder tempo de “junto com” as dicas juntar “à” elas um alerta “juntamente com” o que está na Gramática: só “junto de” vale. Não adianta… Só um detalhe: o fato de você se juntar a um grupo não faz com que fique junto a eles ou junto com eles, passa a ficar COM eles.
Gol é a arte de Yuri Alberto, a cia aérea é GOL; TIM é a sigla de três letras deTelecom Italia Mobile, todas em alta, Tim é o apelido de Elba de Pádua Lima, grande técnico de futebol já ido.
É impressionante o nível de inhorância, a turma não põe hífen em alto-mar e usa em assembleia geral. O insuperável “Blog do Ancelmo Gois” extrapolou, conseguiu hifenar eleições gerais… Grande parte do pessoal usa artigo antes de Guarujá e não no Tocantins. Como confiar em informação de gente tão mal-informada? Ou será só mal alfabetizada?
Por último, antes de particípio é melhor usar mais bem e não melhor.
Roedoras…
“Agora a pouco conversei com um almirante da Marinha…” Mesmo? Tem certeza de que não era da FAB?
“Morreram duas mulheres e outro homem..” Uau, então as mulheres eram homens?
Esta é de um “famoso”, Otávio Mesquita, descrevendo o sufoco que passou ao ser assaltado: “Ele colocou a arma no bolso, saiu andando na porta da farmácia e entrou em uma moto a uns 30 metros.”. Tento descobrir como se entra em uma moto até agora e não cheguei perto.
Curioso…
Os EUA nos séculos 20 e 21 não devem ter passado três meses sem se envolverem em guerras, porém seus militares quando são entrevistas exibem poucas condecorações enfeitando suas fardas. Já porraqui na Pátria amada, idolatrada, salve, salve, um tenente da PM do Ceará ao ser entrevistado carregava tantas condecorações que mal conseguiu ficar em pé…
Apud Hélio Schwartsman na “Folha de S.Paulo”
“A ignorância voluntária se manifesta das mais variadas formas. Ela pode vir como crença em falsos profetas, em rumores infundados, em pensamento mágico e outras formas de fanatismo. Em muitas dessas situações, optamos por não saber porque a busca pela verdade nos obrigaria a questionar coisas que julgamos já saber e que nos dão conforto e senso de propósito.”.
Amanhã, a gente vorta ao normal anormal, desde já confessando que sem nenhuma esperança de menos trabalho. O pessoais está cada vez pior. No de amanhã estará uma coletânea das barbaridades colhidas durante o “resçeço”.
(CACALO KFOURI)
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