Hanucá e Natal: Luzes que conectam. Por Meraldo Zisman
HANUCÁ E NATAL: LUZES QUE CONECTAM A HUMANIDADE
Hanucá e Natal, apesar de suas raízes distintas, compartilham um denominador comum: a luz como símbolo de esperança, renovação e resistência.
No coração do inverno, quando as noites se alongam e a natureza se recolhe, duas festas luminosas surgem como faróis, guiando a humanidade em sua jornada pela vida. Hanucá e Natal, apesar de suas raízes distintas, compartilham um denominador comum: a luz como símbolo de esperança, renovação e resistência.
A história de Hanucá nos transporta para a Judeia do século II a.C., quando os Macabeus, em uma ousada rebelião, reconquistaram Jerusalém e purificaram o Templo. Ao acender a menorá com um pequeno frasco de óleo, encontraram um milagre que se tornou o cerne da celebração. A chama da menorá, que ardeu por oito dias, simboliza a perseverança do espírito humano, a capacidade de encontrar luz mesmo nas trevas mais profundas. A festa de Hanucá, portanto, é mais do que uma celebração histórica; é um ritual que nos conecta com a nossa própria capacidade de resistir à opressão e de manter viva a chama da esperança. O Natal, por sua vez, nos leva a uma narrativa bíblica que transcende as fronteiras do tempo. A história do nascimento de Jesus em uma manjedoura, guiada pela estrela de Belém, é um símbolo universal de redenção e renovação. A estrela, como a menorá, ilumina os caminhos escuros, oferecendo uma promessa de um futuro mais brilhante. A celebração do Natal, portanto, nos convida a olhar para dentro de nós mesmos e a cultivar a compaixão, a humildade e o amor ao próximo.
Ambas as festas, em suas particularidades, nos convidam a refletir sobre a condição humana. A coragem dos Macabeus, que enfrentaram um império opressor, ecoa na humildade de Jesus, que escolheu nascer em uma manjedoura. Ambas as histórias nos ensinam que a transformação começa por dentro, seja através da luta pela justiça ou da busca pela paz interior. A luz, nesse sentido, é um farol que guia nossos passos em direção a um futuro mais luminoso. No contexto atual, marcado por incertezas e desafios, as festas de Hanucá e Natal adquirem um significado ainda mais profundo. A chama da menorá e a estrela de Belém nos lembram que, mesmo nos momentos mais difíceis, a esperança pode nos guiar.
A luz, seja ela física ou metafórica, tem o poder de iluminar nossas mentes e nossos corações, nos conectando reciprocamente e nos inspirando a construir um mundo mais justo e solidário.
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Meraldo Zisman – Médico, psicoterapeuta. É um dos maiores e pioneiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.
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