Derrota para a ressaca. Blog Mário Marinho
A conquista de um título não se resume ao jogo decisivo. São várias etapas a serem cumpridas.
O Botafogo ignorou esse detalhe em seu planejamento, o que lhe custou muito caro: a possibilidade de ser campeão do mundo.
No domingo, dia 8 de dezembro, o Botafogo conquistou o título de Campeão Brasileiro, vencendo o São Paulo, por 2 a 1, no Maracanã.
A imensa festa de comemoração durou o resto do domingo e todo o dia de segunda-feira.
À noite, o Fogão viajou para o Catar.
Depois de longa viagem, 17 horas de voo, chegou ao seu destino, já na tarde de terça-feira.
No dia seguinte, entrou em campo para enfrentar o Pachuca, campeão mexicano.
Com o time sonolento e cansado, o Botafogo foi presa fácil para os mexicanos: perdeu por 3 a 0 e foi eliminado da competição.
Acabou o sonho do Mundial.
Parece que o planejamento da viagem do Botafogo não levou muito a sério o adversário que teriam pela frente.
Se fossem um pouquinho mais bem informados, esses planejadores veriam que o futebol mexicano sempre engrossa contra os brasileiros.
Os números até que favorecem ao Brasil, em termos de seleções:
Em 41 jogos, o Brasil venceu 24, empatou 7 e perdeu 10.
Foram jogos sempre difíceis.
Se atentassem para isso, poderia ter melhorado um pouquinho essa programação.
Poderiam até seguir o exemplo do Santos, de Pelé.
Em 1969, o Santos foi campeão paulista no dia 21 de junho, um sábado, jogo no Morumbi.
A festa pelo título foi apenas e são somente no gramado do Morumbi.
Dali, o Santos seguiu direto para o aeroporto onde embarcou em viagem para a Itália.
Na terça-feira, Milão, enfrentou e venceu o Internazionale, 1 a 0, gol de Toninho, em jogo válido pelo título da Supercopa.
O Santos, representando o continente Sul-americano, e o Internazionale representando a Europa.
O título deveria ter sido disputado numa série de até três jogos e ficaria com o título aquele que mais somasse pontos.
Só que a Internazionale alegou falta de datas para fazer o segundo jogo no Brasil.
Também não aceitou a sugestão do Santos de fazer o segundo jogo na Itália.
E o Santos ficou com o título.
O time do Santos, comandando pelo técnico Antoninho, foi este:
Cláudio (Laércio), Carlos Alberto, Ramos Delgado, Djalma Dias e Rildo; Clodoaldo e Negreiros; Toninho, Edu, Pelé e Abel.
Se o Botafogo tivesse se mirado nesse exemplo, daria mais um dia de descanso para seus jogadores já no Catar.
Descansado, tenho certeza de que o resultado do jogo seria outro.
O Pachuca é bom, mas, em condições normais de temperatura e pressão, o Botafogo é melhor.
Que fique a lição para futuras competições apertadas como essa.
Lá se foi o
Grande Amaury Passos
Amaury morreu na madrugada desta quinta-feira, um dia depois de seu aniversário de 89 anos. Ele estava ao lado de familiares próximos e netos no momento de sua morte.
Ele foi o único atleta a ser eleito MVP por duas vezes em Mundiais. Foi campeão e melhor da competição nas edições de Santiago 1959 e Rio 1963.
O ídolo do basquete também conquistou duas medalhas de bronze em Olimpíadas, em Roma 1960 e Tóquio 1964. Ele dividiu quadra com astros como Wlamir Marques, Rosa Branca, Algodão e Ubiratan.
Amaury está no Hall da Fama da Federação Internacional de Basquete (Fiba) e fez história no Corinthians. Ele vestiu a camisa alvinegra entre 1966 e 1972 e conquistou 12 títulos.
A lenda das cestas ganhou um busto no Parque São Jorge em outubro deste ano. A peça está no Ginásio Poliesportivo Wlamir Marques. (UOL)
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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