Campeão com todos os méritos. Blog Mário Marinho

É justa a festa que fazem os botafoguenses no Rio de Janeiro e em todo Brasil com a histórica conquista da Libertadores da América.

Não se trata apenas um time que se manteve no topo da disputa o tempo todo. Assim como lidera de ponta a ponta o Brasileirão.

Não se trata apenas de um time bem armado, bem treinado, com excelentes jogadores e até com a grata revelação do atacante Luiz Henrique, em tempos de tanta pobreza do nosso futebol, onde o futebol da Seleção Brasileira é o retrato esculpido e acabado da falta de craques que vive o nosso futebol.

Trata-se de um time bem treinado, focado em seu objetivo: chegar ao título.

De um time que, num momento decisivo como foi esse jogo contra o Atlético, soube-se reinventar em campo, se organizar, segurar seu adversário e partir para cima, chegando à vitória por 3 a 1.

Foi isso, que o Botafogo fez em campo no último sábado.

Cedeu espaço calculado para o Atlético que chegou ao final do primeiro tempo com enganosos 79% de posse de bola, contra minguados, porém efetivos, 29 por cento do Botafogo.

O Galo mineiro dominou o jogo e tocou a bola de pé em pé, durante o tempo todo. Mas tocou lateralmente. Nada de ataque vertical, nada que colocasse a defesa do Fogão em perigo.

Do outro lado, o Galo com histórico de lutas, de conquistas difíceis, caiu como um patinho.

Em momento algum dos 90 minutos de jogo o Galo tirou proveito do fato de ter um jogador a mais desde os 40 segundos de jogo, quando Gregore foi expulso.

Pelo contrário: o espectador mais distraído, deve, em muito momentos da partida, ter achado que o time de Mané Garrincha estava sobrando por ter, pelo menos um jogador a mais.

Em momento algum do jogo o time mineiro foi ousado, abusado ou criativo para tirar proveito da vantagem importante que tinha.

Nesse ponto, o Galo apresentou futebol muito parecido com a Seleção Brasileira.

Não mostrou jogador com criatividade bastante para tentar jogadas individuais.

A exceção de algumas jogadas do pesado mas rápido, como se fosse leve, Hulk.

Nem Paulinho, sempre um bom companheiro do Fortão Hulk, acostumado a partir para cima do adversário, teve boa atuação.

Do outro lado, o garoto Luiz Henrique (foto ao alto) que, com certeza, deverá ser eleito a revelação do Brasileirão 2024, jogou de lateral quando preciso e teve fôlego e vitalidade para marcar um dos gols e sofrer o pênalti que se transformou no segundo gol.

E ainda, Savarino, Almada e Júnior Santos, que entrou no finalzinho e ainda achou tempo e espaço para jogada totalmente individual no terceiro gol.

Depois de tantas comemoração, os jogadores do Botafogo, certamente, estão aproveitando o voo do Rio até Porto Alegre para descansar antes do jogo contra o Internacional.

Inter que estrará em campo totalmente desmotivado, já que a derrota para o Flamengo, no Rio, acabou com as pequenas chances de ainda ser campeão.

E o último jogo, no domingo, será contra o também desmotivado time do São Paulo, no Rio de Janeiro.

O adversário que mais preocupa o time do mestre Didi é o Palmeiras, com 70 pontos, três a menos que o líder.

A CBF, que prima por tomar decisões pouco inteligentes, cometeu, a meu ver, rematada burrice ao determinar que o jogo no Mineirão, nesta quarta-feira, seja disputado com portões fechados.

A decisão foi tomada porque há poucos meses, um ônibus que levava torcedores cruzeirenses do Paraná para BH, foi emboscado por torcedores palmeirenses na via Fernão Dias.

Vários cruzeirenses foram covardemente feridos e um deles foi morto.

Se a CBF está preocupada com o encontro das duas torcidas, deveria ter determinado que o jogo em Minas tivesse apenas torcedores do Cruzeiro.

E, no próximo ano, no jogo a ser disputado em São Paulo teria apenas torcedores do Palmeiras.

Mas é exigir demais cabeças pensantes na CBF.

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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