pesadelo

Pesadelo… Nem as preces, promessas, novenas, oferendas e despachos de meio mundo foram suficientes. Os americanos, os verdadeiros donos da bola, votaram como bem entenderam. E mais uma vez elegeram Donald Trump para a Casa Branca.

pesadelo

Algumas considerações sobre Trump e sua nova eleição

(que alguns chamam equivocadamente de “reeleição”)

Nem as preces, promessas, novenas, oferendas e despachos de meio mundo foram suficientes. Os americanos, os verdadeiros donos da bola, votaram como bem entenderam. E mais uma vez elegeram Donald Trump para a Casa Branca. Como é que pode? Para mim e para muitos, aquela mulher simpática, sorridente e diplomada transmite mais confiança que aquele velho pretensioso, grosseiro e ameaçador.

Acredito firmemente que as tradições daquele país – ligadas à força física, à violência, à lei do mais forte, à crença de que vence o que atira primeiro ou o que bate mais forte – falaram mais alto. Não é tão já que entregarão as rédeas do país a uma mulher. E, ainda por cima, de pele escura.

Muitos povos têm fixação em tempos gloriosos que ficaram no passado. Franceses e ingleses vivem a nostalgia da época das colônias, em que viviam num país rico e poderoso.

Em Portugal, esse sentimento é especialmente presente. Fala-se sempre, com certa saudade, do tempo em que o pequenino país tinha importância mundial por ter colônias ultramarinas. Muitos anos atrás. tive um colega de serviço português, que suspirou um dia, balançando a cabeça e, com ar acabrunhado, me confessou sua tristeza: “Ah, e perdemos o Brasil…”.

A partir de 1945 e pelas três décadas seguintes, os EUA viveram seu apogeu. Eram os maiores em todos os pontos: os mais poderosos, os mais ricos, os mais influentes. Todo o mundo respeitava aquele país e gostaria de viver lá. O cinema nos trazia imagens de uma civilização avançada.

Quando Trump insinua que vai fazer com que seu país volte a ser importante (Make America Great Again), está aludindo àquele período. Quem é que não gostaria, não digo de voltar ao passado, mas de reviver uma época dourada, de crescimento, sem desemprego, sem concorrência comercial à altura do país? Um período de dólar forte, que permitia à população viajar à Europa ou ao México com dinheiro farto no bolso.

Pois é esse argumento de dar água na boca que aflora no imaginário do americano comum quando Trump brande seu MAGA (Make America Great Again). Seria difícil perder a eleição.

 Cantinho da Candinha

Será que é impressão minha? Pela foto do início deste artigo, parece que Donald Trump abandonou a perturbadora coloração laranja do cocuruto e permitiu a seus cabelos viver uma velhice normal?

Como meus cultos leitores sabem, dona Melania Trump é originária da Eslovênia, pequeno país de dois milhões de habitantes, resultado do despedaçamento da antiga Iugoslávia. Estive hoje dando uma vista d’olhos aos jornais de lá. Como se pode imaginar, estão exultantes com a perspectiva de voltar a ter, por quatro anos, uma conterrânea no posto de First Lady dos EUA.

Por um desses veículos, fiquei sabendo que Barrow Trump, aquele garoto meio desengonçado que aparecia nas fotos durante a primeira presidência do pai, está hoje com 18 anos. Cresceu, cresceu, passou mãe e pai, está com 2,06m. Um assombro! Além do inglês, fala esloveno fluentemente. Fora de casa, só inglês. Da porta pra dentro, só esloveno. Se o pai não estiver, naturalmente.

Você fala esloveno?

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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos,  dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.

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