Botafogo e Atlético, os resistentes finalistas. Blog Mário Marinho
Ambos os alvinegros passaram sufoco para chegar à final da Libertadores de 2024, que será disputada em jogo único, no dia 30 de novembro, um sábado, em Buenos Aires.
O sufoco maior aconteceu com o Botafogo que, com uma incrível vantagem que lhe deu os 5 a 0 do primeiro jogo, entrou nervoso no estádio Centenário, na noite desta quarta-feira, para enfrentar o Peñarol.
Quando a vantagem é mínima, 1 a 0, 2 a 0, vá lá que se entre em campo preocupado em manter a vantagem.
Mas, 5 a 0, não tem lugar para preocupação, nervosismo.
Entrar em campo podendo perder por até 4 a 0 e mesmo assim se classificar, deveria ser altamente tranquilizante.
A preocupação, o nervosismo, é totalmente do adversário.
Ele que se vire.
É mais ou menos como aquela história do cara que deve ao banco.
Uma dívida de 10, 20 mil reais, preocupa o devedor.
Mas, se a dívida for de 10, 20 milhões a preocupação é do gerente do banco.
Nem nos meus tempos da várzea em Belo Horizonte, tempos do saudoso Clube Atlético Riachuelo, eu assisti a um jogo tão ruim, de tão baixo nível técnico.
Por parte do Peñarol, é compreensível: o time corria para se livrar do tremendo prejuízo dos 5 a 0.
Além disso, trata-se de um time de qualidade inferior, se comparado com o Botafogo.
O primeiro tempo foi de chutão para todo lado.
A bola mal rolava no gramado.
Aí, me lembrei de Gentil Cardoso, um dos grandes estrategistas do futebol brasileiro, ao repreender o seu time que dava chutão na bola lá para as alturas:
“Se a bola é feita de couro, se o couro vem da vaca e se a vaca come capim, então a bola gosta de rolar na grama e não ficar lá por cima. Portanto, meus filhinhos, pelo menos em respeito à vaca, vamos jogar com a bola no chão.”
No segundo tempo, talvez alertado para essa máxima de Gentil Cardoso, os botafoguenses voltaram ao segundo tempo colocando a bola no chão.
Levaram dois gols, mas saíram classificados e festejaram o merecimento conquistado no primeiro jogo, no Rio.
Veja os melhores momentos:
https://youtu.be/-DHCe8baaF0?si=nzQeFwffiQ82vasR
O galo de quase todos os mineiros também passou por certo apuro para chegar à segunda final de Libertadores em sua gloriosa história – a primeira foi em 2013.
Em sua casa, a Arena MRV, o Galo venceu com folga: 3 a 0.
No jogo de volta, na casa do River Plate, poderia perder até por 2 a 0 que estaria classificado.
Jogando de olho no regulamento, o Atlético se defendeu, garantiu o 0 a 0 e a classificação para a final, sem passar por grande sufoco como o time de Mané Garrincha.
Acompanhe os melhores momentos:
https://youtu.be/0lU1b9ARt-M?si=LNMCK3db06jxyaaM
A final será no estádio Monumental de Nuñes, propriedade do River Plate, com capacidade para cerca de 85 mil torcedores, o local onde o Galo empatou com o River, portanto local já conhecido.
A premiação para o campeão será de cerca de 100 milhões de reais.
Graninha boa.
O dia
do Poeta Maior
Informa-me o atleticano, jornalista e escritor Gilberto Mansur que se comemora hoje, 31 de outubro, o aniversário do Poeta Maior da literatura brasileira, Carlos Drummond de Andrade, nascido em Itabira, Minas Gerais, no dia 31 de outubro de 1902 (faleceu no dia 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro).
Drummond gostava de futebol.
Tanto gostava que dedicou espaço a essa paixão nacional, como o livro “Quando é dia de futebol”.
Sobre o livro, encontrei esta resenha:
“Publicados em sua maioria nos jornais Correio da Manhã e Jornal do Brasil, nos quais o autor ocupou cadeira cativa durante muitos anos, os textos de “Quando é dia de futebol” mostram um Carlos Drummond de Andrade atento ao futebol em suas múltiplas variantes: o esporte, a manifestação popular, a metáfora que nos ajuda a entender a realidade brasileira. São crônicas e poemas escritos a partir da observação do autor sobre campeonatos, Copas do Mundo, rivalidades entre grandes times e lances geniais de Pelé, Mané Garrincha e outros. Os textos deste livro foram selecionados por Luis Mauricio e Pedro Augusto Graña Drummond, netos do poeta, os textos oferecem um passeio – muito drummondiano, e, portanto, leve, inteligente e arguto – por nove Copas do Mundo: de 1954, na Suíça, até a última testemunhada pelo autor, em 1986, no México. Não são, claro, resenhas de certames nem tentativas de análise futebolística. Vão além, em seu aparente descompromisso, pois capturam no futebol aquilo que mais interessava ao autor: a capacidade que o bate-bola tem de estilizar, durante os noventa minutos de duração de uma partida, as grandes paixões humanas. “Confesso que o futebol me aturde, porque não sei chegar até o seu mistério”, anota o mineiro em um dos textos. Pura modéstia, como se verá na leitura deste Quando é dia de futebol, pois, se houve algum escritor brasileiro habilitado à decifração desse esporte apaixonante, foi mesmo Carlos Drummond de Andrade.”
“Quando é dia de futebol” foi lançado em 2014.
O jornalista e cronista Humberto Werneck prepara biografia de Drummond que possivelmente será publicada no ano que vem.
Saindo da pena de Werneck certamente será coisa muito boa, excelente.
Tive a honra e o prazer de ter Humberto Werneck como companheiro na redação do Jornal da Tarde.
Nessa saudosa época do Jornal da Tarde, a redação do jornal que revolucionou a imprensa brasileira, era habitada por muitos e muitos mineiros.
Eram tantos os mineiros que uma vez se formou um time de futebol tendo de um lado só mineiros e de outro o restante da redação.
Bons tempos…
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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