foi de bom tamanho

Hugo Souza

Ficou de bom tamanho. Blog Mário Marinho

foi de bom tamanho
Hugo Souza

A apaixonada torcida corintiana tem o saudável hábito de sempre aplaudir o seu time.

Se o time ganha, recebe aplausos.

Se o time perde, recebe aplausos.

Mas, o entusiasmado aplauso ao final da derrota de ontem 1 a 0, para o Flamengo, no Maracanã, tem pelo menos dois motivos além da paixão diuturna:

1 – A derrota por 1 a 0 deixa aberto um amplo caminho para o Timão chegar à classificação.

2 – O principal responsável pela magra vitória corintiana é o novo ídolo da torcida, que substitui um ícone do time que saiu após mais de 10 anos de ótimos serviços prestados. O novo ídolo é Hugo Souza que mantém o mesmo uniforme amarelo de Cássio e a mesma competência na defesa do arco corintiano.

Na cabeça do corintiano, basta vencer por 1 a 0, levar a decisão para os pênaltis e deixar tudo por conta do Hugo.

Pode ser. Mas também pode não ser tão fácil.

A diferença técnica entre os dois times é quilométrica. O Corinthians foi dominado o tempo todo, com exceção de dois lances: no primeiro, a bola chutada por Romero foi na trave flamenguista. Faltou pouco para entrar; no segundo, ela pegou novamente na trave e saiu.

Ou seja: o Corinthians criou pelo menos duas chances.

Já o Flamengo criou um caminhão de chances. Grande parte do caminhão parou nas mãos do esperto e ágil Hugo.

Além do gol, o Mengão criou outra chance e Gabigol marcou. Marcou, mas lá está o combatido e polêmico VAR para mostrar, na frieza dos números, que ele estava 0,02 centímetros à frente do zagueiro corintiano.

Aliás, está demorando para a Fifa terminar seus estudos quanto ao impedimento milimétrico.

A ideia é mudar a regra do impedimento e só considerar impedido quando o atacante estiver em posição absolutamente clara.

Como assim?

O impedimento é exatamente para evitar que um jogador tire proveito de uma posição legal.

Qual proveito possível quando o jogador está a milímetro, um ou dois centímetros à frente do adversário?

Nenhum.

Ontem, por exemplo, Gabigol marcou não por estar à frente de seu marcador e, sim, por ser rápido, competente.

A Fifa ainda não chegou a essa medida: um corpo à frente? Meio corpo? Corpo inteiro?

Bem, voltando ao jogo, está claro que, até agora, o técnico Ramon Dias não conseguiu encontrar o padrão certo para o time.

Dentro do mesmo jogo, o time varia muito: ruim, pior, muito pior e até bons momentos como foram os primeiros minutos do segundo tempo.

A impressão que se tem é que o time acabou de ser formado; os jogadores foram apresentados um ao outro dentro do vestiário. Dali, para o campo.

Como se fossem aqueles catados dos campos de terra de antigamente.

Tecnicamente, o time não é uma seleção mas já tem alguns bons jogadores. Está faltando o técnico acertar.

Falando em técnico, gostaria realmente de saber o que aconteceu com o Tite, com os jogadores e a torcida.

Quando um time escolhe um técnico para contratar, uma das principais questões que se levantam é: ele tem o vestiário na mão?

Muito embora Tite seja um técnico experiente e sem histórico de relações tumultuadas com os jogadores em outros times, parece que a história no Flamengo passa por aí.

Talvez até tenha nome: Gabigol.

Era sabido que o goleador do Flamengo não morria de amores pelo técnico que não o convocou para a última Copa do Mundo.

E Gabigol é uma figura amada pelo torcedor rubro-negro.

Será que o ódio do jogador contaminou o vestiário e chegou à arquibancada?

Pelo que se viu ontem, parece que sim.

Quando o serviço de alto falantes do Maracanã anunciou a escalação do Flamengo e citou o novo técnico Felipe Luiz, a torcida foi ao delírio como se fosse o gol do título ou se o técnico fosse o Guardiola ou o Carlo Ancelotti.

Mas, essa modificação de comportamento não foi só da arquibancada.

Dentro de campo também.

Nos últimos jogos do Flamengo, o que se via em campo era um time apático, burocrático, andando. Ontem, o time esteve ligado o tempo todo, correndo e ocupando espaços por todos os lados.

Foi um outro Flamengo.

Virada

do Galo

Lá em Minas, o Atlético levou um susto com o gol de Philipe Coutinho, totalmente fora de propósito.

Mas, com a costumeira garra, partiu pra cima e virou em cima do Vasco.

A vantagem obtida, 2 a 1, não é muito grande, mas, é sempre melhor sair na frente.

O jogo de ontem, na Arena MRV, teve um lance curioso.

O fortão Hulck sofreu falta bem perto da área. Mas, outro jogador do Galo pegou o rebote e deu continuidade à jogada.

O juiz, acertadamente, aplicou a lei da vantagem e mandou o jogo continuar. Na sequência, a defesa do Vasco recuperou a bola e acabou com o perigo.

Um jogador do Atlético partiu para cima do juiz:

– Por que o senhor não deu a falta?

– Eu dei a lei da vantagem.

– Que vantagem? Falta daqui para o Hulck é pênalti!

É o caso de se pensar…

A CBF e a

Mulher de César

Existe um ditado tão antigo quanto o Império Romano que diz: “À mulher de César, não basta ser honesta: é preciso parecer honesta.”

O ditado se aplica à Confederação Brasileira de Futebol cuja honestidade é sempre colocada em dúvida.

E se ela não é honesta, também não faz a menor questão de parecer honesta.

Estou falando do imbróglio da mudança de data para o jogo de volta da Copa do Brasil.

O Flamengo, alegando que cederá jogadores para a Seleção nessas duas próximas datas Fifa, e pediu a mudança do calendário.

A CBF alega que consultou os outros envolvidos: Corinthians e Vasco foram contra; Flamengo e Atletico a favor. Empate.

Mas o Regulamento Geral de Competições, elaborado pela própria CBF, diz no parágrafo 1º de seu artigo 11:

“A convocação de atletas para integrar seleções nacionais não assegura a seus Clubes o direito de alterar datas de suas partidas em competições”.

Mais à frente no artigo 14, diz ainda o RGC que “as tabelas só poderão ser modificadas por solicitação da parte interessada, se obedecidas as seguintes condições:

            1 – Encaminhamento formal de solicitação pela parte interessa com prazo de 10 dias úteis de antecedência em relação à data da partida observado que:

            a – São partes interessadas: o Clube mandante, a Federação mandante e a emissora detentora dos direitos de transmissão.”

Está tudo claro como água e até a mulher de César entenderia, mesmo se fosse desonesta, mas não analfabeta.

Para repetir: quem cede jogadores para a Seleção não tem direito na mudança de datas e, mais taxativo que isso, só o clube mandante do jogo, a Federação a que ele pertence e a emissora detentora dos direitos podem pedir mudança na tabela.

E agora, dona CBF?

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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