Endosso. Por José Horta Manzano
Endosso …Se 89% dos cidadãos não mudariam seu voto, os restantes 11% confessam que provavelmente acompanhariam a recomendação de um artista ou de alguém conhecido e influente, e mudariam o voto…
Para as pessoas que, como este escriba, têm uma visão nítida do mal que um Trump – se eleito presidente dos EUA – pode causar à humanidade, soa irreal imaginar que algum eleitor americano possa redirigir seu voto, para atender à recomendação de uma celebridade. A gente acredita que trumpistas e kamalistas pertencem, cada um, a um mundo diferente: como água e óleo, não se misturam.
No entanto, pesquisas feitas estes últimos anos revelam que há eleitores que escolhem seu candidato mas, ao mesmo tempo, não se sentem comprometidos com suas ideias. Esse posicionamento entreabre o caminho de uma eventual mudança de voto.
A plataforma The Conversation, que reúne artigos de acadêmicos e jornalistas, lembra o resultado de um estudo feito em fevereiro de 2020 nos Estados Unidos. A pesquisa descobriu que 89% dos adultos não mudariam seu voto mesmo que sua celebridade preferida endossasse a candidatura adversária.
Como de costume, pode-se também ler esses resultados ao contrário. Se 89% dos cidadãos não mudariam seu voto, os restantes 11% confessam que provavelmente acompanhariam a recomendação de um artista ou de alguém conhecido e influente, e mudariam o voto. Entre os jovens eleitores, essa porcentagem é ainda maior: 19% deles estariam dispostos a aceitar a sugestão de seu artista preferido.
Numa eleição presidencial apertada, como a deste ano nos EUA, a recomendação dada por Taylor Swift tem eco especial nessa franja de eleitores. São 283 milhões de seguidores que potencialmente leram seu post de endosso à candidatura de Kamala Harris. Desse mato podem sair coelhos suficientes para dar a vitória à simpática candidata.
Nos EUA, a apuração é lenta, aventurosa e cheia de surpresas. Portanto, na pior das hipóteses, assim que o Natal chegar já estaremos sabendo.
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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos, dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.
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283 milhões! É realmente um número espantoso. Mas espantoso é o ‘potencialmente’. Esse número é atual ou atualizado? Por outro lado, deve existir uma porcentagem, ‘potencialmente’ importante que segue a artista, mas não comunga com suas ideias. Em um ponto concordo com o Manzano. Será uma eleição apertada.
É verdade que se esses 283 milhões de apóstolos se pusessem de pé, um atrás do outro, formariam uma inimaginável fila de dar a volta ao mundo. Colhi a informação de um artigo desta semana de Mark Clague, professor da University of Michigan.
https://theconversation.com/taylor-swifts-endorsement-of-kamala-harris-shows-how-big-a-role-music-is-playing-in-the-2024-election-237836
Eu disse “potencialmente” porque não tenho certeza de que todos esses fãs leiam tudo o que aparece em todos os sites que “seguem”.
Assim mesmo, com quase 300 milhões de leitores potenciais, a estrela há de influenciar alguns.
É verdade que se esses 283 milhões de apóstolos se pusessem de pé, um atrás do outro, formariam uma inimaginável fila de dar a volta ao mundo. Colhi a informação de um artigo desta semana de Mark Clague, professor da University of Michigan.
Eu disse “potencialmente” porque não tenho certeza de que todos esses fãs leiam tudo o que aparece em todos os sites que “seguem”.
Assim mesmo, com quase 300 milhões de leitores potenciais, a estrela há de influenciar alguns.