jogos de futebol... Palmeiras X botafogo

Palmeiras X Botafogo

Jogos de futebol ou livros de suspense? Blog Mário Marinho

jogos de futebol... Palmeiras X botafogo
Palmeiras X Botafogo

Um jogo de futebol é como uma peça de teatro, ou um filme de cinema, para qual o espectador, torcedor, vai de posse de algumas informações, como nome dos atores, diretores, produtores, mas não sabem o principal: o enredo, o desenrolar da história e, principalmente, o seu final.

Por isso o futebol tem todo esse apelo, desperta paixões e fúrias, ódios e amores. No dizer dos narradores antigos, verdadeira caixinha de surpresa. Ou como escreveu certa vez, o jornalista Uirapuru Mendes, nas páginas do saudoso Jornal da Tarde: “O que faz do futebol toda essa paixão, é a dose de inusitado que ele contém”.

Taí: caixinha de surpresa.

Os jogos Corinthians x Bragantino; Palmeiras x Botafogo, nesta semana, tiveram um desenrolar e, principalmente, desfechos, que parece terem sido escritos após inspirado sarau ou verdadeiro Summit onde estiveram Agatha Christie, Stephen King, Thomas Harris, Bram Stocker, e que foram recebidos por Rubem Fonseca e Jô Soares.

O resultado foi uma obra de fim totalmente inesperado.

Quando parecia que o final, com todas as dicas, seria aquele, eis que Agatha Christie, como uma bandeira, se alevanta e traça novo rumo. Mas, claro, Stephen King não concordará. Rubem Fonseca, sempre de poucas palavras, só meneia a cabeça e Jô manda um beijo estalado do Gordo.

Estava tudo pronto, como manda o bom roteiro.

Plateia da Neo Química Arena absolutamente lotada para aquele espetáculo que parecia de desfecho trivial, com a classificação do Corinthians em cima do Bragantino. Afinal, no primeiro jogo, ops, espetáculo, o Timão havia vencido por 2 a 1 e agora precisava de um mísero empate.

Mas não poderia ser assim, tão normal.

Para enganar um pouco o espectador, o Corinthians saiu na frente. Mas o roteiro, claro, previa surpresas e o Bragantino virou, 2 a 1. Como foi esse o placar da vitória corintiana, a decisão foi para os pênaltis.

Decisão por pênaltis sempre traz emoção.

Para aumentar essa emoção, o Timão perdeu a primeira cobrança.

Como determinava o roteiro, o Bragantino não perdeu nenhuma das quatro primeiras cobranças.

Só faltava aquela quinta cobrança para comemorar a classificação e mandar o Corinthians para casa.

Mas o que ninguém reparou é que junto à trave onde estavam cobrando as penalidades estava um senhor de terno preto, olhar atento e sorriso enigmático chamado Alfred Hitchcock.

A uma ordem dele, o goleiro Hugo de Sousa, que substitui o grande Cássio, tornou-se imenso, gigantesco, e defendeu três cobranças seguidas.

O resultado foi aquele que muitos esperavam: a classificação do Corinthians.

Mas o caminho para chegar lá ninguém imaginava.

Nesta quarta-feira, a turma esteve novamente reunida para tratar de outro espetáculo: Palmeiras e Botafogo, na lotada plateia chamada Allianz Parque.

O Verdão vai virar! É o time da virada! Exclamavam, confiantes, seus torcedores.

Mas eis que o Botafogo, com seu excelente time, faz 1 a 0, ampliando a sua folga por ter vencido o primeiro jogo por 2 a 1.

Agora, era como se fosse 3 a 1.

O Verdão vai à luta e nos minutos finais consegue o que parecia impossível: marca e diminui o placar adverso para 3 a 2. Primeiro, com Flaco Lopez, de cabeça, aos 41 minutos do segundo tempo; depois, com Roni, aos 45 minutos.

Só faltava 1 para levar a decisão para os pênaltis.

E veio, com Gustavo Gomez, já nos acréscimos.

O Allianz Parque foi à loucura com jogadores e torcedores comemorando como se fosse a conquista do mundial.

Mas tem o VAR.

Esse bendito/maldito, dependendo de que lado você está, viu o que só ele costuma vez e alertou o árbitro: tem gato na tuba.

Juizão foi lá e conferiu: a bola tocou na mão do autor do gol, Gustavo Gomez.

Aí, diz a letra fria da lei, não interessa se foi intencional ou não: gol de mão não vale.

Pobre Verdão que tanto lutou!

Mas quando aquela turma nomeada lá em cima resolve se divertir, o espetáculo parece não acabar.

Assim, já com 10 minutos de acréscimo o árbitro marca falta quase em cima da linha da grande área do Botafogo.

Para cobrar, se apresenta o especialista: Gabriel Menino.

Ele se esmera e faz o que sabe: toca por cima da barreira e a bola se encaminha para o endereço certo.

O que ninguém viu é que uma luva branca apareceu sorrateiramente e deu um piparote, um peteleco de leve na bola, desviando do endereço certo para o incerto travessão.

Ali onde Osmar Santos dizia que a coruja faz o ninho.

O juiz levanta os braços e apita: fim de jogo, com aquele terrível empate que classificou o time da Estrela Solitária.

Aí como narrava Fiori Gigliotti:

Fecham-se as cortinas…

Classificação do Corinthians

https://youtu.be/6tNNOwZqorc?si=0C-ZvW9VpIfSppGR

Classificação do Botafogo

https://youtu.be/dN0yvQpAjM0?si=4WWLoJ0Af8L5OszM

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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