Separação entre Religião e Política. Por Meraldo Zisman
Separação entre Religião e Política
(Um Caminho para Liberdade, Justiça e Progresso)
A complexa relação entre religião e política atravessa a história da humanidade, gerando intensos debates e diferentes pontos de vista. No entanto, a defesa da separação desses dois domínios encontra respaldo em argumentos sólidos que apontam para consequências extremamente positivas para a sociedade, em sua totalidade.
Um Estado secular, livre das amarras de crenças específicas, emerge como defensor da liberdade religiosa. Nesse ambiente, cada indivíduo possui o direito inalienável de professar sua fé ou crença sem sofrer coerção ou discriminação. Essa liberdade abre caminho para a coexistência pacífica de diferentes religiões e visões de mundo, promovendo a tolerância e o respeito à diversidade, fundamentos de uma sociedade justa e harmoniosa. A secularidade assegura a imparcialidade do Estado em questões religiosas, o que o impede de favorecer uma crença religiosa em detrimento de outras. A neutralidade é essencial para a construção de uma sociedade justa, na qual todos os indivíduos, de qualquer etnia, sem distinção de crenças religiosas, tenham oportunidades iguais e sejam tratados de maneira equitativa. Ao se distanciar de dogmas e ideologias religiosas específicas, o Estado torna-se um agente imparcial na busca pelo bem-estar coletivo, reduzindo significativamente os riscos de conflitos e violência.
A História mostra que a união, mesmo parcial, desses dois setores pode ser um terreno fértil para disputas intensas e derramamento de sangue. A secularidade, por outro lado, torna o ambiente mais tranquilo e tolerante, onde o diálogo e o respeito mútuo prevalecem sobre a intolerância e o fanatismo. Estando a religião fora da arena política, o governo se concentra na elaboração de políticas públicas eficazes e pragmáticas, com base nas necessidades reais da população.
Em um Estado secular, a voz de cada cidadão é respeitada e a discussão de ideias é livre, sem imposição de dogmas ou ideologias. A liberdade religiosa, a imparcialidade do Estado e a paz social, ao separarem religião e política, favorecem o bem estar coletivo. As pessoas podem viver de acordo com as sua s crenças, sem interferências externas, e a sociedade se beneficiará de um ambiente mais tolerante, justo e próspero.
É importante salientar que a defesa da secularidade não nega a relevância da fé na vida das pessoas, ao contrário, reconhece sua importância para o desenvolvimento individual e social. Por isso mesmo, a esfera religiosa deve ser distinta da esfera política, a fim de assegurar a liberdade, a justiça e o bem estar de todos. Ao adotarmos a secularidade, estamos abrindo o caminho para um futuro em que a liberdade religiosa, a tolerância, o respeito às diferenças e o bem-estar individual e coletivo possam prosperar de forma harmônica.
Defendo a separação entre as duas esferas. Proteger a separação entre religião e política é assegurar a liberdade de crença e garantir que as decisões políticas sejam guiadas pela razão e pelo interesse público, não por dogmas religiosos.
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Meraldo Zisman – Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.
Relançou “Nordeste Pigmeu”. Pela Amazon: paradoxum.org/nordestepigmeu