A Era da Desinformação. Por Meraldo Zisman
A ERA DA DESINFORMAÇÃO: ENTRE O SENSACIONALISMO E A VERDADE
Na era digital, a informação se tornou uma moeda de troca instantânea e acessível a todos. No entanto, essa democratização do conhecimento também trouxe consigo um desafio crescente: a desinformação.
Notícias falsas, boatos e sensacionalismo se proliferam nas redes sociais e plataformas online, ameaçando a credibilidade das instituições, a coesão social e os próprios fundamentos da democracia. Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura, já alertava para os perigos dessa “civilização do like”, onde a busca por audiência e engajamento leva à banalização da informação e à prioriza ção do sensacionalismo em detrimento da veracidade. Essa lógica, segundo Llosa, alimenta as paixões mais baixas da sociedade, expondo a intimidade de figuras públicas e sacrificando a privacidade em prol do entretenimento. As redes sociais amplificam esse problema, facilitando a disseminação de informações falsas e distorcidas. Boatos e rumores, frequentemente utilizados como ferramentas de manipulação, se espalham rapidamente, influenciando a opinião pública e gerando polarização. A busca incessante por cliques e curtidas leva muitos veículos de comunicação a priorizarem a rapidez à veracidade, intensificando a lógica do sensacionalismo.
Os perigos da desinformação são imensos. Ela corrói a confiança nas instituições, enfraquece o debate público e mina os pilares de uma sociedade saudável e informada. Decisões prejudiciais à saúde, resultados eleitorais influenciados por mentiras e até mesmo incitação à violência são algumas das graves consequências da desinformação.
Combater esse mal exige um esforço coletivo e multifacetado. É fundamental que os consumidores de informação desenvolvam o pensamento crítico, se tornando mais céticos em relação ao que leem e compartilham. As plataformas de mídia social e os veículos de comunicação também têm um papel crucial a desempenhar, implementando medidas eficazes para identificar e combater a disseminação de desinformação.
Ao mesmo tempo, é necessário promover a alfabetização midiática, conscientizando a população sobre os mecanismos de produção e disseminação de notícias falsas. É urgente que governos, instituições de ensino e a sociedade civil se unam nesse combate, defendendo a verdade, a transparência e o acesso à informação de qualidade.
Em suma, a luta contra a desinformação é uma batalha pela construção de uma sociedade mais justa, informada e coesa. É um desafio que exige o engajamento de todos, desde indivíduos até as grandes instituições, para que possamos navegar com segurança no mar de informações da era digital e garantir que a verdade prevaleça.
A má informação é mais desesperadora que a não-informação.
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Meraldo Zisman – Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.
Acaba de relançar “Nordeste Pigmeu”. Pela Amazon: paradoxum.org/nordestepigmeu
Atualmente, as redes sociais são onde se pode encontrar muita informação verdadeira, porque infelizmente as meias verdades e as mentiras proliferam nos grandes jornais.