Corinthians: Só falta cair o presidente…Blog Mário Marinho
Cai o rei de Espadas
Cai o rei de Ouros
Cai o rei de Paus
Cai não fica nada…
Seria até engraçado, se não fosse trágico.
Mas a situação do Corinthians é exatamente essa, descrita há anos pela música de Ivan Lins, grande sucesso na voz da inesquecível Elis Regina.
E cai mais:
Caiu o grande ídolo, o gigante Cássio, por duas falhas em 12 anos de glórias, de ótimas atuações que o transformaram no maior goleiro da história do Corinthians.
Apenas duas falhas.
Aliás, me lembra o grande Gilmar, meu primeiro grande ídolo no futebol, que saiu assim, meio que escorraçado, para se transformar, defendendo o Santos, no maior goleiro do futebol brasileiro.
Apenas duas falhas.
Mas saiu – ou está saindo – o goleirão Carlos Miguel, tido, havido e festejado como o substituto perfeito para o grande Cássio. Está indo para o futebol inglês, levado pelo anglo-iraniano Kia Joorabchian, aquele que já patrocinou o Corinthians no começo do século e trouxe Carlitos Tevez.
Kia Joorabchian, muito amigo de Andrés Sanches, está levando Carlos Miguel para o futebol inglês.
Porém, não foram só os reis que caíram nessa nova administração corintiana eleita para substituir o quase reinado do grupo de Sanchez, 16 anos no poder, grupo que chegou com a promessa de administração nova, transparente, livre de intermediários. Além de tudo isso, o presidente Augusto de Mello prometeu aos quatro ventos que com a sua administração havia chegado o fim da farra do Palmeiras e do Flamengo.
Só para lembrar, o Flamengo é o líder do Brasileirão e o Timão namora namoro firme com a Zona de Rebaixamento.
Há pouco mais de um mês, o então diretor de futebol Rubens Gomes, o Rubão, foi à TV Gazeta, no programa Mesa Redonda, de onde eu tenho muitas saudades do tempo em que estive ao lado do saudoso Roberto Avallone.
Então, dizia eu, o Rubão disse que o presidente que alardeava não tratar com intermediários, contratou uma empresa para fechar o patrocínio de 300 milhões de reais em três anos.
Mas ele dizia que não haveria intermediários, e agora?, perguntou sem resposta o Rubão.
E o castelo de cartas começou a ruir.
Não se sabe certo se é nessa ordem porque, na verdade é uma desordem de fazer inveja a qualquer casa de mãe joana, já saíram:
Rozallah Santoro, Diretor Financeiro; Fernando Alba, adjunto do Departamento de Futebol (ele respondia pelo cargo na saída do Rubão).
Mais:
Fabrício Parra Vicentim, adjunto da Base, Marcelo Mendell, diretor de Relações Internacionais.
Sérgio Moura, diretor de Marketing, está licenciado.
Felipe Izabella, um dos líderes do Grupo Corinthians Grande, que já foi candidato a Presidente, retirou seu apoio ao atual presidente (até quando?) Augusto Mello, com as saídas de Alba e Rozalla.
Acabou? Não, tem mais.
Pediram demissão: o diretor jurídico Yun Ki Lee e seu adjunto, Fernando Pierino…
No meio de toda essa correria em direção ao portão de saída, a empresa patrocinadora do Corinthians, aquela do maior patrocínio do futebol brasileiro, também saiu.
Não quer ver seu nome enrolado na questão do pagamento do patrocínio.
São 10 milhões de reais por mês. Ao final do contrato serão 360 milhões de reais. Dos quais o intermediário arrebanhará a bagatela de 25 milhões de reais.
Mas não era sem intermediário?
Como se sabe, o que está ruim pode piorar. E piora mesmo.
Na semana passada, o jornalista Juca Kfouri, do portal UOL, publicou reportagem mostrando a “residência” de uma sócia da empresa intermediária: um humilde barraco de favela.
E ela está, com razão, apavorada. Veja o que ela disse:
– Tenho medo de morrer. Estão falando que eu recebi um dinheirão que eu nem sei quanto é. É muito rolo. Eu estou confusa e com medo.
A empresa patrocinadora, a Vai de Bet, oficiou o Corinthians e pediu explicações. Como não recebeu, simplesmente denunciou e rompeu o contrato.
Tem coisas difíceis de explicar. Batom na cueca é uma delas. E parece que a situação do Corinthians também.
A Vai de Bet é uma empresa de apostas. E como se sabe, nesse tipo de negócio, o jogo, mais do que outros, a credibilidade é absolutamente essencial.
E você pode me perguntar:
Mas o futebol também não precisa de credibilidade?
Parece que nem tanto.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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