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Música e fases da vida. Por Antônio Claudio Mariz de Oliveira

Música…Canções de ninar; cantigas de roda; músicas natalinas e músicas juninas. Com o passar dos anos as melodias nos acompanham e sua variação se dá de acordo com as fases da vida.
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PUBLICADO EM "MARIZALHAS", MIGALHAS, EDIÇÃO DE 8 DE MAIO DE 2024,
 E NO BLOG FAUSTO MACEDO, ESTADÃO

Não  deve haver ser humano que não tenha na infância sido embalado por músicas. Canções de ninar; cantigas de roda; músicas natalinas e músicas juninas. Com o passar dos anos as melodias nos acompanham e sua variação se dá de acordo com as fases da vida. Claro que na juventude os acordes coincidem com o estágio de nosso envolvimento sentimental. Difícil existir um casal que no início do namoro não possua uma música inspiradora, adotada como a “nossa música”. Não é necessariamente uma única, pois depende do número de romances que cada um teve.

No curso da existência se faz a correlação de  pessoas, acontecimentos, locais, com algumas composições. Por vezes, desconhece-se  a razão dessa ligação. Ouve-se a melodia e lembra-se de alguém ou de um fato sem se saber exatamente o porquê. No meu caso certas músicas recordam-me o dia em que ocorreu isso ou aquilo, ou me trazem à mente a figura de um parente ou antigo amigo. Indago a razão e não tenho a resposta. Minha mãe afirmava que eu sempre lhe dizia que certa música tocara no dia do meu nascimento. Vá entender!!!

Canções que ficaram gravadas em minha memória desde sempre, a começar da infância são todas de roda; além de “Casinha Pequenina” ; “Meu Limão meu Limoeiro”;  ” Tristeza do Jeca”; “Felicidade”; “Sereno”; “Malvada Pinga” “Lampião de Gás; “Rancho Fundo”; “Luar do Sertão”; “Feitio de Oração”; “Naquela Mesa”, entre muitas outras.

Quando temos alguma desilusão amorosa gravamos na memória sambas canções e as chamadas “dor de cotovelo” essas com a evocação imediata do compositor Lupicínio Rodrigues.

Locais e cidades nos remetem a certas melodias. Melhor dizendo, melodias trazem à lembrança cidades e lugares. Os exemplos mais eloquentes são ” Cidade Maravilhosa” e ” Lampião de Gás”, que respectivamente evocam Rio e São Paulo. Mas há outras e muitas outras, que cantam bairros, como o Brás, Vila Esperança, Santa Efigênia, Copacabana, a Lapa, e tantas outras evocativas dos bairros e das praias de outras cidades como Salvador.   Nesse setor de músicas que cantam cidades e bairros, devem ser destacados Adoniram Barbosa, Dorival Caymmi e Inezita Barroso e outros. O Brasil obviamente não ficou fora do alcance de nossas composições. Destaca-se Ary Barroso, com a “Aquarela do Brasil” e outros chamados samba exaltação. O compositor Alcyr Pires Vermelho também se dedicou a esse gênero.

A partir de 1964 com o golpe militar, mais especificamente nos anos setenta surgiram as excepcionais músicas de protesto, juntamente com excepcionais compositores da época : Caetano Veloso; Chico Buarque; Gil; Sérgio Ricardo; Aldir Bosco; João Bosco; e inúmeros outros compuseram letras inteligentes, repletas de sutilezas e argúcia para enganar os censores, todas elas verberando a falta de liberdade que nos fora imposta.

Na sequência desses singelos escritos sobre música popular brasileira irei abordar temas, compositores e composições fazendo uma conjugação com fatos, comportamentos, locais, episódios históricos, sentimentos os mais variados, personalidades, enfim vou procurar fazer uma junção da música com  vida em seu sentido mais amplo.

https://www.migalhas.com.br/coluna/marizalhas/406850/musica-e-fases-da-vida

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*Antônio Claudio Mariz de Oliveira é advogado criminalista, da Advocacia Mariz de Oliveira. Mestre em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Conselheiro no Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), membro da Comissão de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) e atuou como Secretário de Justiça e Secretário de Segurança Pública de São Paulo nos anos 1990. Foi presidente da AASP e da OAB-SP por duas gestões. 

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