tiroteio

credit: Markku Uländer via Reuters

Tiroteio? De memória, não me lembro de ter nunca ouvido falar de ocorrência desse tipo num país que é considerado o mais feliz do mundo…

tiroteio
credit: Markku Uländer via Reuters

Para nós, ouvir falar de disparos de arma de fogo dentro de uma escola finlandesa parece notícia falsa (em bom português: fake news). Para um finlandês, é ainda mais perturbador. De memória, não me lembro de ter nunca ouvido falar de ocorrência desse tipo num país que é considerado o mais feliz do mundo.

Pois foi o que aconteceu alguns dias atrás num colégio da capital, Helsique. Professores e alunos, ninguém está preparando para um acontecimento desse calibre. Foi chamada uma força de intervenção. A foto acima mostra a chegada de alguns dos policiais, armados até os dentes.

Vosmicê vai reparar que, dos quatro figurantes, um destoa do resto do batalhão. O rapaz calça tênis e veste uma calça jeans (que, na minha juventude, levava o jurássico nome de ‘calça rancheira’). Onde é que já se viu integrante de força de intervenção tática carregando metralhadora e… calçando tênis?

Talvez o homem estivesse de folga e foi sacudido na cama? Ué, mas nesse caso teria vestido o uniforme e não essa roupa de passear no parque.

Talvez o uniforme estivesse no tintureiro, quando ele foi chamado às pressas? Ora, nesse caso, um outro policial teria sido convocado no lugar desse.

Talvez a polícia esteja com falta de pessoal e, na urgência, tenha chamado esse cidadão na rua: “Ei, você aí, que é alto e fortão, precisamos de você! Venha já aqui, é a pátria chamando!”

Não saberemos nunca o que aconteceu. Mas que é engraçado, é.

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 Repare também que, na Finlândia, prédios residenciais não têm guarita nem porteiro. E janelas do andar térreo não têm grades. As bicicletas se estacionam na rua, em frente de casa. É um outro mundo.

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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos,  dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.

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