Última flor do Lácio em agonia na imprensa
Dá neles, última flor do Lácio
Cada vez mais agredida por incultos. Erros acontecem mesmo que se tome cuidado, mas o que está acontecendo na imprensa, em todos os meios, raramente é por acaso, é por desconhecimento. Às vezes, acrescido de prepotência. É o caso, por exemplo, do que acontece no “Estadãozinho”. E não é de hoje, faz muuuito tempo.
O pessoal de lá é useiro e vezeiro em alterar a grafia oficial do nome de pessoas. O ex-governador paulista Adhemar de Barros teve seu nome alterado para Ademar lá nos anos 1957 quando foi prefeito. Mais recentemente a vítima foi o ex-tudo em vias de ser mais ex ainda Sergio Moro, virou Sérgio. Tudo sob a cômica alegação de que assim é a grafia moderna.
Moderna? Então por que não acentuam Julio, o nome do Mesquita fundador do jornal? Falta coragem ou coerência?
Na redação deve haver um dicionário especial, pois escrevem câmpus, palavra que não existe no vernáculo, em vez da latina campus, plural campi. Para eles câmpus vale para o singular e o plural.
Faz algum tempo que alguém resolveu acrescentar um hífen em Assembleia Geral da ONU – vale só para ela, se for de acionistas de empresa é sem – demonstrando desconhecer o significado do traço antes de geral. Tentaram justificar-se ao mirandeiro de forma que só reforçou o desconhecimento.
Um erro que vem sendo cometido em geral e com frequência é o “foi socorrido ao hospital”, transformaram socorrer em sinônimo de levar…
Muitos desconhecem o que é uma conjunção adversativa, “Fulano caiu do 30º andar do prédio, mas morreu…”. Caramba, e morreu, não é óbvio? Isso quando o fulano não é uma vítima fatal, talvez o mais antigo erro a sobreviver em jornais, revistas, rádios e TVs.
O pessoal da “Folha de S.Paulo” é mais cuidadoso, pisa menos na bola. Quando pegos em flagrante, a correção sai no “Erramos”.
Um erro de “cometimento geral” é o “A previsão é de que , a suspeita é de que ”. Está errado, é pura e simplesmente ou é ou a de que.
“Dez pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas”. Caramba, por que outras se as “outras” morreram. Não é óbvio que não foram as que morreram?
“Três a um neste primeiro set”. Cara-pálida, que set seria se não o que está sendo exibido, por acaso o segundo?
Ih, por que fui falar em suspeita… Os escribas não sabem o que é segundo. Segundo o delegado, Beltrano teria…”. Não, segundo o delegado, Beltrano fez…”. O pior acontece quando um vaselinista chama o preso de suspeito e criminoso na mesma linha. Isso quando não escreve que “Sicrano foi condenado a 30 anos de prisão porque teria matado uma pessoa”.
O que vem acontecendo com o tradicional “Blog do Ancelmo” desde que deixou de ser publicado diariamente n’ “O Globo” é lamentável. São tantos os erros – muitos deles crassos, na escrita de lá, craços… – que merecem um lugar especial no “Mirando”.
Apesar de os erros serem cometidos em quantidade, não têm consequências graves, são somente indícios de descuido ou de, quase sempre, ignorância.
O grave, gravíssimo, é quando os erros são cometidos por legisladores. E como cometem! Uma vírgula fora do lugar dá margem a dezenas de interpretações da lei.
O advogado Bruno Salles Ribeiro, em artigo publicado no “Estadãozinho” com o título “A criminalização do ‘bullying’” chama a atenção para um texto de lei malredigido.
Um dos trechos que critica mostra que houve descuido gramatical: “O tipo penal se utiliza do verbo “intimidar”[itálico mirandal], inédito no ordenamento jurídico-penal, que trata de condutas semelhantes por meio do verbo “constranger”[itálico mirandal]. A intimidação sempre dependerá da mensuração de forças entre as partes, ao contrário do constrangimento. Utiliza o advérbio “sistematicamente”[itálico mirandal] – também uma inovação que poderia bem ser substituída por “reiteradamente”[itálico mirandal], forma tradicional utilizada nas legislações penais e bastante mais clara.”.
Em outro trecho, ele mostra mais imprecisões: “A redundância aparece duplamente na expressão “de modo intencional e repetitivo”[itálico mirandal, já que, em regra, os delitos são tipificados na forma dolosa e, portanto, intencional. Da mesma forma, o modo repetitivo já está contemplado na expressão “sistematicamente”[itálico mirandal].
Aqui, o maior dos absurdos: “Por fim, o tipo elenca meios pelos quais é cometida a ação típica da “intimidação sistemática”[itálico mirandal e entre eles prescreve, pasmem, atos de intimidação (intimidar sistematicamente por atos de intimidação), numa tautologia, novamente, inédita no ordenamento jurídico.”.
Pronto, está feita a confusão. Nas mãos de um bom advogado nenhuma ação chegará ao fim.
Ele chama a atenção para um fato que tem de ser repetido, dado que o desconhecimento do vernáculo é cada vez maior. Basta lembrar que um semianalfabeto foi escolhido para presidir a Comissão de Educação da Câmara…
Conta ele que o Código Penal de 1940 teve revisão gramatical por Abgar Renault, membro da Academia Brasileira de Letras.
Para finalizar, uma preciosidade analfabética criada por vereadores paulistanos,“Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar.”.
Errado e incoerente. Mesmo não pode ser usado como pronome, tem de ser ele. Mais, admitindo-se que mesmo coubesse, seria pronome, portanto atrairia o “se”. A frase correta é “Antes de entrar no elevador, verifique se ele se encontra parado neste andar”.
Vi a placa com o texto escrito de forma correta uma vez na vida. Foi em um escritório de arquitetura, Gasperini & Aflalo, italianos…
Derrite, não satisfeito com a violência que patrocina em São Paulo…
… foi ao Congresso trabalhar para aumentá-la. Pediu afastamento do cargo de secretário da Segurança Pública e reassumiu a deputância federal. Ele vai relatar o projeto que, se aprovado, porá fim às saidinhas de condenados à prisão.
É um projeto sem sentido, patrocinado pelo que há de pior na Câmara, a bancada da bala. As saidinhas são importantes para a ressocialização dos presos.
O ideal seria ele pensar em uma saidona e não voltar para São Paulo. Impossível que o governador ache alguém pior do que ele para comandar a SSP.
Quem disse que o cangaço acabou?
Briga de alto coturno no Unão Brasil. Está à toda em Pernambuco. Luciano Bivar, que perdeu o comando do (des)União Brasil para Antônio Rueda, está sendo acusado de haver posto fogo na casa de praia de seu adversário. A casa da irmã de Rueda também pegou fofgo.
Quem acusa Bivar é o governador de Goiás, Ronaldo Chapiscado ops! Caiado: “É crime político. Coisa de facínora. De psicopata.”. Disse mais: “Ele fez ameaças inclusive à família do Rueda. Isso é crime político, pistolagem. Temos a maioria da bancada da Câmara, a unanimidade do Senado e dos governadores: vamos ao Tribunal Superior Eleitoral para que isso seja investigado como crime político. Também vamos pedir a cassação do Bivar no Congresso.”.
Dizem as línguas bem-informadas (agora tem hífen) que Bivar não quer largar a rapadura devido ao grande valor granático do Fundo Partidário do UB.
Foi só naquele caso
Dia desses o “Mirando” brincou com o fato de haver saído da tosca cabeça da deputada federal Caroline de Toni, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça, algo que prestasse, contrariando o ditado “De onde nada se espera é que não sai nada mesmo.”.
Mas foi só uma vez. O normal de suas ideias foram mostradas na primeira reunião da CCJ de ontem. Ela admite a possibilidade de anistiar os criminosos golpistas de 8 de Janeiro.
Fazem parte de sua folha corrida ser contra a vacinação obrigatória, acha que aborto é crime em qualquer circunstância e é a favor do ensino domiciliar, assim é evitada a influência de esquerdistas segundo capta sua mente…
Bozoide de cinco costados.
Mas que cara de pau!
O advogado do assassino que matou em dezembro passado uma turista argentina em Búzios (RJ) entrou com um pedido de habeas corpus em favor de seu cliente. O motivo? Constrangimento ilegal por celeridade no andamento processual…
Isto é normal???
Tem sentido o oba-oba que a Globo está fazendo por que mudou o visual dos estúdios de alguns telejornais? É mais ou menos como se o leitor do “Mirando” fosse avisado que “Pessoal, capricha na leitura, comprei um notebook de 18ª geração!”.
Vão caçar sapo com bodoque, caramba!
Dããã
“Brasileira musa do OnlyFans vende água de seu banho por R$ 200”
Sinceramente, chefia, vende e cretinos compram…
(CACALO KFOURI)
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Copiadas do Estadãozinho
Coluna do Estadão
Bancos e governo discutem forma de baratear(XXX) crédito em regulamentação da tributária
O alto escalão dos bancos e o Ministério da Fazenda começaram as conversas para usar a fase de regulamentação da reforma tributária, aprovada no ano passado, para gerar um regime que barateie(XXX) o custo do empréstimo no Brasil para empresas e, por consequência, consumidores.
(XXX) Cara-pálida, custo não é produto, baixa-se ou aumenta-se, viste?
No caso do título, Bancos e governo discutem forma de baixar custo do crédito em regulamentação da tributária.
No texto, tem de trocar por diminua.
MEC cria 100 institutos federais, com 140 mil vagas; SP terá 12 unidades
Maioria das vagas será para cursos técnicos integrados ao ensino médio. Hoje, rede federal tem 656 câmpus(XXX) no País.
O governo federal anunciou ontem a criação de 100 novos(*) câmpus(XXX) de institutos federais.
(XXX) Como diria Dadá Maravilha, não me venha com problemáticas que eu tenho solucionáticas. Câmpus não existe na Língua Portuguesa, é campus no singular e campi no plural.
(*) Criação só pode ser de novos, não? Mas é um pleonasmo arraigado, tem jeito não.
Sequestro, tiros e pânico no Terminal Rodoviário do Rio
Informações iniciais eram de(XXX) que sequestrador tentava fugir do Rio, por causa de uma rixa entre facções criminosas, e pensou estar sendo seguido por policiais à paisana
(XXX) Que ou as de que, escriba.
(…). A suspeita é de(XXX) que estaria tentando fugir do Estado do Rio de Janeiro, por causa de uma rixa entre facções criminosas, e imaginou estar sendo seguido por policiais à paisana.
(XXX) Que ou a de que, escriba.
Colégio bilíngue suspende seis alunos por antissemitismo
Envolvidos têm entre 13 e 14 anos e foram suspensos por tempo indeterminado após desenharem suásticas no caderno da vítima
De acordo com a assessoria da escola, os responsáveis pelas agressões teriam(!!!) desenhado a suástica no caderno da vítima. O colégio soube do caso pelos pais do estudante que foi alvo dos insultos.
(!!!) É o que está na abertura da edição de hoje. O vaselinista escreve “após desenharem suásticas no caderno da vítima” e depois “teriam desenhado a suástica no caderno da vítima. O colégio soube do caso pelos pais do estudante que foi alvo dos insultos.”.
Então o colégio soube de uma suposição, o pai não tinha certeza a respeito do que denunciou, e suspendeu os alunos sem ter certeza na interpretação do vaselinista.
“Tão logo tomou conhecimento sobre o episódio de antissemitismo na escola, a Beacon School adotou, imediatamente, uma série de medidas, incluindo o afastamento dos alunos agressores e acolhimento à família afetada”, disse a escola, em nota.
Ele não entendeu patavina do que leu, o colégio não tem dúvidas, não cabe o teria do vaselinista. Tico e Teco em coma.
FALECIMENTOS
A vítima do dia do necrórter foi Raimundo Nonato Bezerra da Silva.
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Copiadas do Blog do Ancelmo
legenda
jefe: Ancelmo Gois
miss Caixa/mistake: Ana Cláudia Guimarães (editora)
mistake 2/miss Caixa 2/miss Crase: Fernanda Pontes
errador/mister Crase/mister Caixa: Nelson Lima Neto
Por que continuar lendo o blog se tem tanto erro e dá tanto trabalho? É que, apesar da decadência do texto, continua sendo uma boa fonte de informações. E, afinal, qual seria o sentido de fazer o “Mirando” sem mirar? Pra mode de agilizar a publicação das barbaridades e gastar menos tempo, foram criados grupos por cara-pálida. Neles estarão somente as frases com os erros. É evidente que muitos dos erros que aparecem nos títulos, mas não nos textos, são cometidos por quem publica as notas. De qualquer forma, a responsabilidade é dos autores, devem fiscalizar o produto final, no Jornalismo não deve e não pode valer o triste “caiu na rede, é peixe”. Sem esquecer de que mistake/miss Caixa é a editora.
Como parece que é norma, determinação, no blog escrever errado os nomes de livros, filmes, peças teatrais, novelas, programas de TV e eventos, baixando-lhes as caixas, os erros não serão mais apontados, é chover no molhado. Apareceu um nome? Tá errado!
Cantinho del jefe
1 – . O neurologista Marco Orsini e o lutador Minotouro irão fazer evento beneficiente(!!!) de inclusão social: (…). É para professores aprenderem sobre pacientes com necessidades especiais,as(X) está aberto para pais e mães de autistas. Vai ser de(X) 13h às 16h.
(!!!) Jefe, ¡que verguenza! Beneficente, pelamordedeus!
(X) Jefe, use o as sobrante e contraia com de pra fazer das, viste?
Cantinho do errador/Mister Crase e Caixa
1 – A partir do dia 27 de março, o (centro cultural)(?) Futuros – Arte e Tecnologia
(?) MrC, o lugar tem até nome, não lhe passa pela cabeça que deve ir em caixa-alta?
Cantinho da mistake/miss Caixa – continua sem acento em Cláudia
1 – (…), inovador evento de negócios do setor varejista das Américas, realizado pela ASSERJ(X), que acontece no Riocentro. Essa(XXX)(ESTA) será a primeira aparição pública do novo casal,
(X) Asserj, mistake.
(XXX)Tisque, tisque, tisque…
2 – (…). Ama(!) Hickmann postou em suas redes sociais uma série de fotos dois(X) dois juntos com a declaração:
(!) Mistake, é Ana, ela só ama de novo.
(X) Dos dois, atenta cara-pálida.
Cantinho da mistake 2
Cara-pálida anônimo
Poucos erros? Não, poucas notas…
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Ler você se tornou quase um vício para mim. Gosto muito das suas ironias diárias e me identifico com seu estilo de humor ácido, mas nunca ousei comentar nenhum dos seus escritos por medo de ser espinafrada por alguma incorreção gramatical. Hoje, no entanto, não deu para resistir: veja duas pérolas que encontrei por acaso, ambas no jornal O Globo:
Hoje: “O estabelecimento se solidariza com a morte” – nota divulgada por um restaurante onde uma jovem indígena morreu em decorrência da explosão de um aparelho de fondue
Há algumas semanas: “O tiro foi disparado de tão perto que a vítima ouviu o cheiro de pólvora”
Vivendo e aprendendo com o novo manual de escrita criativa…
Você é muito querida por aqui…