Eleições na Indonésia. Por José Horta Manzano
Dado que o país é um imenso arquipélago, as urnas tiveram de ser entregues a seções eleitorais espalhadas por 6 mil ilhas, ilhetas e ilhotas. Viajaram de barco, de caminhão, de canoa e até de carro de boi…
Quarta-feira passada, os eleitores indonésios foram convocados para votar nas eleições gerais. Quem não tem grande informação sobre o país pode calcular o tamanho do enrosco pelos seguintes números:
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200 milhões de eleitores
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820 mil seções eleitorais
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10 mil candidatos para ocupar:
– 580 cadeiras de deputado
– 152 cadeiras de senador
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38 províncias e 416 distritos elegem prefeitos e vereadores.
Dado que o país é um imenso arquipélago, as urnas tiveram de ser entregues a seções eleitorais espalhadas por 6 mil ilhas, ilhetas e ilhotas. Viajaram de barco, de caminhão, de canoa e até de carro de boi.
Na Indonésia, vota-se em imensas cédulas de papel, coloridas, dobráveis, com o nome e a foto dos candidatos. O voto é demorado, visto que cada eleitor leva um certo tempo até encontrar seu(s) candidato(s) preferido(s).
Encerrada a eleição, as urnas percorrem o caminho inverso, de carro de boi, de canoa, de caminhão e de barco até chegarem a um centro de apuração, geralmente situado num grande estádio coberto.
As apurações começaram no dia seguinte. Correndo tudo bem, devem terminar daqui a um mês, em março. Sublinho: se tudo correr bem.
Não sei quem fabrica nossas urnas eletrônicas mas, seja que firma for, me parece que estão marcando bobeira. O que é que estão esperando pra convencer os dirigentes daquele país de que chegou a hora de entrar no século 21? Às favas esse voto pré-histórico!
A perspectiva é de comercializar um milhão de urnas! Em vez de ofender gregos e troianos a todo instante, o Lula utilizaria melhor seu tempo vendendo tecnologia made in Brazil. A experiência de terreno é genuinamente verde-amarela.
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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos, dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.
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