Lula no Egito. Por José Horta Manzano
… parte da declaração dada por Lula no Egito, país onde foi fazer turismo no Complexo de Gizé para visitar as pirâmides. No segundo dia, aproveitou para se encontrar com o ditador de turno, um senhor sorridente que leva o vistoso nome de Abdul Fatah Khalil al-Sissi…
“A única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas me parece que Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas”
O texto acima faz parte da declaração dada por Lula no Egito, país onde foi fazer turismo no Complexo de Gizé para visitar as pirâmides. No segundo dia, aproveitou para se encontrar com o ditador de turno, um senhor sorridente que leva o vistoso nome de Abdul Fatah Khalil al-Sissi.
Luiz Inácio se esmerou no discurso, falou bonito, usou até o verbo emanar, mas tropeçou na hora de escolher uma palavra para expressar a liberdade que as Nações Unidas dão a Israel para fazer o que quiser.
Disse que Israel tem a primazia de descumprir ordens da ONU. Primazia é superioridade, competência, excelência de algo ou alguém.
Certamente não é o que Lula queria dizer. Ele quis sublinhar a licença especial que, segundo ele, Israel tem para dar de ombros às determinações onusianas e agir como bem entende.
Em vez de primazia, tinha a escolha entre uma dezena de termos:
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- Licença (como citado acima)
- Consentimento
- Permissão
- Privilégio
- Anuência
- Direito
- Apanágio
- Regalia
- Carta-branca
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A lista não é exaustiva. Há outras palavras ainda. Ficam para a próxima, não é, senhor Presidente?
Lembre-se de que quem usa “emanar” não pode escolher termo inadequado, ainda mais na mesma frase. Se não, vão acabar pensando que o discurso foi escrito por outra pessoa.
O que cai mal, francamente.
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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos, dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.
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