Cristiano Ronaldo ou Neymar? Blog Mário Marinho
A Fifa, como faz todo começo de ano, elegeu o melhor jogador do mundo na temporada do ano passado, no período que vai de 19 de dezembro de 2022 a 20 de agosto de 2023.
Pela sexta vez, deu o mega craque Lionel Messi, atualmente no Inter Miami, Estados Unidos.
Os outros dois que completaram a lista tríplice foram: Erling Haaland, do Manchester City, e Kylian Mbappé, do Paris Saint-Germain.
O último brasileiro eleito melhor do mundo foi Kaká, no longínquo ano de 2007.
Além do meia do São Paulo, também foram eleitos pela Fifa:
Romário (1994), Ronaldo (1996, 1997 e 2002), Rivaldo (1999) e Ronaldinho Gaúcho (2005).
O colégio eleitoral é formado por jornalistas, capitães, técnicos das seleções nacionais e o público, por meio de votação na internet.
Aliás, nesta última eleição, Kaká lá estava como único representante do Brasil.
Estamos caminhando para duas décadas de ausência de um jogador brasileiro entre os três finalistas.
Chegaremos a 2026 completando 24 anos da última conquista de uma Copa do Mundo, a Copa do Japão e Coreia.
Esses dois dados mostram bem a crise técnica, crise de qualidade, que nosso futebol enfrenta.
Atualmente, qual brasileiro poderia estar presente na lista tríplice da Fifa: Vini Jr? Rodrygo?
São excelentes jogadores, ótimas promessas. Mas, por enquanto, e não se sabe até quando, promessas.
Por que faço, no alto do blog, a pergunta: Cristiano Ronaldo ou Neymar?
Porque os dois conseguiram uma sinecura ou aposentadoria precoce no futebol das Arábias.
Não que eu os condene por estarem pensando no futuro. Sabe, o futebol tem carreira curta. Portanto, é preciso cuidar do futuro.
Mas, o que me chamou a atenção sobre os dois craques, foi uma frase do técnico português Jorge Jesus, que brilhou no Flamengo e que, atualmente comanda o Al-Hilal, da Arábia Saudita.
Numa comparação entre os dois, ele foi categórico:
– O Cristiano Ronaldo tem mais paixão pelo futebol e, portanto, conhece a prioridade. Neymar tem mais paixão por outras coisas. Põe essas outras coisas da vida privada dele à frente.
Eis a verdade absoluta, como diria Nélson Rodrigues.
É preciso amar, gostar, ser apaixonado por aquilo que se faz. Em qualquer setor.
Um jornalista que ama a profissão, se cerca de cuidados como, por exemplo, ler muitos livros, ler jornais e outras publicações – enfim, se manter atualizado.
O médico precisa participar de cursos, se aperfeiçoar, se especializar, estar sempre em dia com as novidades da profissão.
E, por aí, vai.
No caso de futebol, é essencial, é vital que a ferramenta de trabalho seja bem cuidada, cercada de desvelo, inquietação, solicitude.
E qual é essa ferramenta?
O corpo.
Perguntado, há algum tempo, porque não usava tatuagens, Cristiano Ronaldo foi enfático:
– Meu corpo é sagrado. Não quero profaná-lo.
E cuidar do corpo, claro, não é apenas não usar tatuagens. Mas, como disse o técnico Jorge Jesus, é preciso ter paixão pelo futebol.
Não parece ser o caso do Neymar, sempre mais preocupado em aparecer nas redes sociais, nas baladas, nas festas, nos carrões, nos iates do que no noticiário esportivo com gols e conquistas.
Estou longe de ser um fisiologista, mas, será que a série interminável de contusões do Neymar não tem a ver com as prioridades dele? Com as festas em detrimento do melhor cuidado com o corpo?
Fica a pergunta.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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