Qual o futuro da Seleção com Dorival? Blog Mário Marinho
O ex-técnico do São Paulo chega à Seleção Brasileira num momento crucial.
A Seleção tem dois amistosos no mês de março, Inglaterra e Espanha, adversários fortes, e não haverá tempo para treinos.
Vai ser aquele negócio de jogadores se encontrando no avião, em saguão de aeroporto ou no vestiário, pouco antes dos jogos. Um exagero, claro, mas quase isso.
Ednaldo Rodrigues, o presidente da CBF, fez a bobagem de convidar o campeoníssimo Carlo Ancelotti para dirigir a Seleção rumo à Copa.
Como Ancelotti tinha contrato com o Real Madri só poderia vir, se viesse, no mês de julho, ele empregou o jovem e criativo Fernando Diniz para guardar a vaga, como se fosse um flanelinha.
A Seleção está hoje em 6º lugar entre os 10 países que disputam a Eliminatória Sul-Americana para a Copa de 2026.
Nunca se viu campanha tão ruim.
Fernando Diniz é um técnico criativo, mas que precisa de tempo para treinar o seu time. E tempo é artigo de luxo na Seleção. Quando convocados, os jogadores se apresentam e ficam com o técnico durante uma semana. É o tempo para treinos e dois jogos. Ou seja: não tem tempo para nada.
Dorival Jr. vai entrar no olho do furacão.
A vantagem é que ele tem perfil vitorioso. Foi campeão no Flamengo e no São Paulo para ficar em suas últimas conquistas.
É um treinador sério, calmo, paciente com seus jogadores e, o que é melhor, sabe como se relacionar para ter o vestiário dominado. E isso é muito importante quando se juntam tantas estrelas com egos inflados, mimados, pessoas que habitam um outro mundo onde não são nunca criticados.
Dorival não tem a criatividade do Fernando Diniz, Não tem o carisma de um Telê Santana ou de um Osvaldo Brandão, mas também não é nenhum Sebastião Lazaroni, o pior técnico que já passou pela Seleção Brasileira.
Tendo como base seu trabalho no São Paulo, onde pegou um time destroçado e com ambiente ruim, Dorival é altamente confiável. Deu ao Tricolor paulista o inédito e importante título da Copa do Brasil e a paz que todo aglomerado de gente precisa para se chegar a um bom resultado.
Experiente, resistente às pressões, Dorival Jr. tem pela frente missão espinhosa e muito difícil: recuperar o moral, o encantamento, que a Seleção sempre teve com a torcida e, o mais difícil, convencer os jogadores de que a Seleção é muito mais que a possibilidade de um bom contrato pela frente.
Isso, é o mais difícil.
Não falo aqui de pátria de chuteiras, mas de amor pela amarelinha (obrigado, Zagallo!).
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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Mais um técnico escolhido à conveniência de negócios e empresários que frequentam a CBF. Quero ver como Dorival se comportará em comandar as celebridades que convocará, sobretudo o “menino” Ney.