Seleção Olímpica ameaçada. Blog Mário Marinho
A primeira ameaça concreta ao futebol brasileiro, como consequência do imbróglio que vive a Confederação Brasileira de Desportos, está aí, à frente, visível e terrível: a Seleção Brasileira está correndo sério risco de ficar fora do futebol da Olimpíada de Paris, no ano que vem.
A situação é a que se segue.
A CBF tem até amanhã, 5 de janeiro, às 18 horas, para inscrever os jogadores na Conmebol, que vem a ser a Confederação Sul-Americana de futebol.
O problema é que o Tribunal de Justiça carioca destituiu o presidente eleito Ednaldo Rodrigues, alegando irregularidades em sua eleição.
E nomeou o jurista José Perdiz para ocupar o cargo, dando-lhe 30 dias para realizar novas eleições.
Acontece que a Fifa, por seu estatuto, não admite interferências externas ao mundo do futebol em suas confederações, que são 211 espalhadas por este vasto mundo.
A interferência só é possível quando se esgotarem todas as possibilidades dentro do Direito Esportivo.
O presidente em exercício, José Perdiz, não pode providenciar a inscrição de nossos jogadores porque a CBF e a Conmebol não o reconhecem como presidente da CBF.
Além do presidente, podem assinar essa inscrição o Secretário Geral da Entidade ou o Diretor de Seleções.
Acontece que o Secretário Geral, Alcino Reis da Rocha, está agora na função de “assessor especial” da presidência.
E o diretor de Seleções?
A CBF, simplesmente, não tem esse diretor desde a saída de Juninho Paulista, em janeiro de 2023. Ou seja: o cargo está vago há um ano.
Desde a destituição de Ednaldo Rodrigues, a Fifa tem se comunicado com a CBF através de Alcino Reis Rocha que ainda consta no Expediente da Fifa como Secretário Geral.
Pode ser até que o interventor José Perdiz o confirme no cargo de Secretário Geral para quebrar o galho.
Ou seja: uma saidinha bem brasileira.
Outra saída seria o STF julgar, ainda hoje, um recurso que está nas mãos do ministro Gilmar Mendes, que pede a anulação da decisão do Tribuna de Justiça do Rio de Janeiro.
Nesse caso, Ednaldo Rodrigues voltaria ao posto e poderia assinar a inscrição.
A Fifa já nomeou Comissão que deverá chegar ao Brasil no começo da próxima semana para analisar toda essa confusão.
Mas o tempo urge, como diria o poeta.
É bom lembrar que o Brasil é bicampeão olímpico, títulos conquistados nos Jogos do Rio, em 2016, e em Tóquio, em 2020.
Final da
Super Copa do Brasil.
Esse é mais um problema para a CBF.
Como se sabe, o São Paulo venceu a Copa do Brasil. Já o Palmeiras venceu o Brasileirão 2023.
Então, os dois devem disputar em jogo único o título da chamada Super Copa do Brasil.
O jogo deveria ser realizado em São Paulo, já que os dois times são paulistas.
Mas, em São Paulo, os clássicos por força de lei, só podem ter torcida única.
E aí, quem vai?
Tricolores ou palestrinos?
Nem um dos dois times vai abrir mão de ter sua torcida ao lado.
As negociações, no momento, apontam o estádio Mané Garrincha, em Brasília, como local do jogo.
É uma possibilidade.
O jogão está previsto para acontecer em 3 de fevereiro.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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A CBF está uma bagunça e é inegável a responsabilidade de seu presidente nesse caso. Como santista, sei bem o que uma administração confusa, negligente e incompetente pode fazer com uma entidade e um time.