Triunfo da maldade

Triunfo da maldade. Por Silvia Zaclis

Triunfo da maldade – As histórias dos reféns liberados vão se  revelando aos poucos; e em parte, já que denúncias de violências podem piorar…

Triunfo da maldade

O Catar é um espanto de versatilidade: milionário doador de bens e valores para Gaza, abriga o escritório do Hamas em seu território – de onde o chefão comanda as ações do grupo terrorista no conflito que ele mesmo começou – o chefe não é bobo de sair de seu conforto nababesco para se meter em Gaza. Ainda assim, o governo do Catar  é o mediador da “troca” de reféns por prisioneiros, atividade que recebe aplausos e elogios até dos americanos. Parece um caso de conflito de interesses, mas pelo jeito é o que temos para hoje: são eles ou ninguém. Que seja, então.

Cada refém israelense está sendo “trocado” por três palestinos presos em Israel por crimes ligados à segurança do país.  O Hamas raptou mais de duas centenas de pessoas para usá-las como moeda de troca; e está funcionando. Tudo tão calculado e cruel, que as famílias são libertadas sempre parcialmente. Cada um conta uma história de pais, filhos ou avós que ainda continuam sob o domínio do Hamas.

As histórias dos reféns liberados vão se  revelando aos poucos; e em parte, já que denúncias de violências podem piorar a situação dos que ainda se encontram sequestrados – se é que ainda estão vivos. São todas estarrecedoras: do menino de 12 anos que foi agredido nas ruas de Gaza pela multidão que comemorava sua captura;  da falta de comida, da absurda perda de peso, da infestação de piolhos; da falta de cuidados médicos, do tratamento desumano. Das crianças que foram obrigadas a assistir aos vídeos feitos pelos terroristas com decapitações e estupros  e que eram ameaçadas com uma arma na cabeça caso chorassem. Sem banho, vestidos com as mesmas roupas por mais de um mês.

Ao passarem para as ambulâncias da Cruz Vermelha recebem das mãos de um terrorista todo paramentado uma pequena garrafa de água; alguns até sorriem, imagem que tem sido usada para mostrar a humanidade dos captores. O pai de um garoto “trocado” por prisioneiros se emociona ao contar que o filho pediu autorização para beber água, já que durante cinquenta dias ele só podia beber “um pouquinho”.

Aliás, como ouvi esses dias de um jornalista americano, “como é que uma instituição mundial de tal relevância como a Cruz Vermelha, que existe para salvar vidas,  pode aceitar que proíbam seu acesso aos reféns?”

Os depoimentos de profissionais e voluntários que trabalham no serviço funerário israelense traçam um cenário de terror em sua tentativa de identificar e tratar com o devido respeito os restos mortais das vítimas de 7 de outubro.

Enquanto isso, a comunidade mundial tem inúmeras sugestões sobre o que Israel deve fazer; em geral, propõe-se que os israelenses coloquem a viola no saco e parem de matar civis.

Posso estar enganada, então me desculpem, mas não li ou ouvi qualquer comentário que propusesse uma ação da parte do Hamas que, aliás, foi quem começou essa guerra.

Impressionante a fragilidade da memória coletiva.

É triste, uma catástrofe, a morte de tantos moradores de Gaza. O Hamas se mostra condoído, acusa Israel de genocídio (?).

Minha proposta (já que todo mundo acha que pode  opinar, eu também quero) é que o Hamas libere imediatamente todos os reféns em seu poder. E que em seguida entregue suas armas como prova de que o objetivo de sua ação foi alcançado: uma discussão séria sobre um estado palestino. A partir daí, a população de Gaza poderá, com apoio internacional, construir uma realidade mais justa e pacífica. Quem viver, verá.

Para mim, além da decepção pelo silêncio das  instituições feministas ante os estupros cometidos e pelas manifestações em diversos países que põem em xeque o direito de Israel existir, soma-se a atitude do nosso presidente.

É doloroso ouvir Lula lançando comentários que, além de demonstrar desinformação, o colocam ao lado do que existe de pior entre os dirigentes mundiais.

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SILVIA ZACLISÉ JORNALISTA

2 thoughts on “Triunfo da maldade. Por Silvia Zaclis

  1. Alguns que conheço se compadecem das “criancinhas palestinas”, concordo que não deveriam estar sofrendo todo este horror, mas não disse nada quanto aos brasileiros mortos e sequestrados na ação, nenhuma vez levantou a voz para reclamar da ação dos terroristas; é como se Israel ao se defender tenha escolhido sacrificar as “criancinhas palestinas”, esquecendo quem optou por iniciar este horror. Sempre que reclamo dizem que são humanista, seja o que quer que queiram dizer com isto, mas nenhuma vez disseram algo sequer questionando a ação terrorista; eu entendo que Israel terá que modificar comportamento e impedir que indivíduos avancem sobre patrimônio de palestino em território israelense, que, no meu entendimento, é a trilha que permite pavimentar a paz, se houver tal trilha uma vez que acredito que estas ações são realizadas para ganhos financeiros por parte de pessoas incapazes de bater um um prego em uma barra de sabão com o objetivo de construir algo. Finalmente quero dizer que construir é difícil e trabalhoso, mas destruir qualquer idiota consegue.

    1. Interessantes suas observações. Esses humanistas de araque irritam mais que os especialistas em Oriebte Médio que não sabem nem localizar Israel no mapa.

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