SUICÍDIO

Carreira Médica: a importância da vocação. Por Meraldo Zisman

SUICÍDIOAs palestras médicas são fascinantes ao explorar a vulnerabilidade humana. É crucial compreender o desconhecido sobre nossa experiência, optando por focar, não na guerra em Israel, mas nas alarmantes estatísticas de aumento de suicídios entre médicos, superando outras profissões.

Todos os trabalhos, independentemente da área, são estressantes, inclusive na saúde. Cuidar da saúde mental, equilibrando vida pessoal e profissional, é fundamental diante da pressão constante que pode gerar ansiedade e depressão entre os profissionais. Durante a formação, estudantes de medicina enfrentam ansiedade, e após a certificação, a depressão persiste.

A prevalência de pensamentos suicidas entre médicos é preocupante, indicando a necessidade urgente de atenção. A formação rigorosa pode agravar ansiedade e depressão, persistindo na carreira. É notório que os médicos enfrentam dificuldades em buscar ajuda, gerando culpa e vergonha. Às taxas de suicídio são mais elevadas entre médicos, especialmente entre as médicas, devido ao estigma associado a esse tema. O isolamento, sintomas de depressão e alto estresse afetam as médicas, que frequentemente enfrentam o suicídio. É essencial aumentar a conscientização sobre a saúde mental dos profissionais de saúde, promovendo intervenções no local de trabalho para reduzir o estigma e fomentar o apoio entre colegas.

A ansiedade, falta de organização e outros fatores contribuem para o desafio enfrentado pelos médicos. Conscientização, apoio da sociedade e práticas como a atenção plena são ferramentas viáveis para auxiliar os médicos a gerenciar o estresse. Urgentemente, devemos cuidar da saúde mental dos médicos, que se dedicam a cuidar de outros.

Ser médico é perigoso, exigindo mais do que um diploma, é preciso vocação, um fator crucial ligado à realização pessoal e profissional. A verdadeira importância está na qualidade humana, não apenas no título médico.

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Meraldo Zisman – Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.
Acaba de relançar “Nordeste Pigmeu”. Pela Amazon: paradoxum.org/nordestepigmeu

1 thought on “Carreira Médica: a importância da vocação. Por Meraldo Zisman

  1. Querido amigo-irmão Meraldo. Achei seu artigo sobre carreira médica muito bom. Quase ótimo. Faltou maior desdobramento. Com sua experiência de médico, de professor e de psicoterapeuta senti falta do muito mais que sei que você poderia acrescentar. Não somente pelos desvios de vocação : escolhas por imposição de terceiros; equívocos de suposta fama e riqueza com a medicina;, fóbica pretensão de fugir da doença e da morte por estar do “outro lado”; escolha narcísica que impede a humildade exigida etc.; Também pela falta de preparo das Faculdades em desfantasiar que o médico combate a doença e a morte, alimentando as frustações durante nossa vida profissional, desviando o foco do objeto do nosso exercício que não é evitar a morte e sim saber cuidar do paciente. Ainda acrescentaria o desconforto de quem atende um colega ( quando este consegue vencer a vergonha de buscar ajuda) e evita fazer perguntas importantes ou dar orientações bem explícitas, por achar que elas poderiam humilhar o paciente que também é médico. Por estas razões sempre fui defensor da Psicossomática e da Psicologia Médica hoje em plena extinção. Não admira ver ( há muito que isto ocorre ) que o índice de suicídios entre médicos é muito elevado. Por isso achei seu texto muito bom- e ele indiscutivelmente, o é – mas senti o gostinho do “queria mais” que também, inquestionavelmente, sei que você teria para dar. Com afeto e admiração, Shmil.

    Dr. Samuel Hulak – Psiquiatra
    Postado a pedido do Dr. Samuel

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