Israel, Brasil e Gaza. Por Meraldo Zisman
A retirada total de Israel de Gaza em 2005 revelou a ausência de um cessar-fogo por parte da liderança Palestina, especialmente o grupo Hamas, que assumiu o controle em 2007, sendo reconhecido hoje como organização terrorista por diversos países.
Desde 2007, o Hamas lançou ilegalmente milhões de foguetes contra Israel, atingindo áreas populacionais e instalações médicas. A alegação de que Israel alveja instalações de saúde é negada, com ênfase na posição do exército israelense, que considera o Hamas como o inimigo, e não a população civil de Gaza. Uma lacuna no texto é a ausência de menção aos eventos de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas teria matado civis israelenses e estrangeiros, inclusive médicos.
O episódio gerou preocupação compartilhada pela proteção de vidas em ambos os lados da fronteira, mas enfatiza que a atenção à situação humanitária em Gaza deve começar com o governo do Hamas, que iniciou o lance.
O Hamas é considerado responsável por iniciar o processo de guerra/paz na região do conflito Israel-Palestina. As negociações de paz foram mediadas por terceiros, como os Estados Unidos, a União Europeia e as Nações Unidas, mas sem resultados para a beligerância. O Hamas, considerado por diversos países como um grupo terrorista, dificulta as tentativas de paz devido à sua postura em relação a Israel e às suas atividades militares.
As conversas de paz, em geral, envolvem o governo israelense e os líderes da Autoridade Palestina, liderados pelo partido Fatah, que visam eliminar Israel do mapa, tornando a discussão bastante difícil. Sugiro que haja um pacificador em algum país neutro, e por que não o Itamaraty, com sua experiência diplomática e sem envolvimento direto no conflito? Além de garantir a paz, é crucial intervir para tentar liberar os brasileiros que estão como reféns do Hamas.
A diplomacia brasileira, reconhecida e respeitada por sua capacidade de acalmar, poderia desempenhar um papel fundamental. É importante salientar que a proposta de paz brasileira foi amplamente aceita pelos países que integram o Comitê de Segurança da Organização das Nações Unidas. O que é fato não desprezível, tendo em vista a quantidade de civis, crianças e idosos torturados e mortos pelo Hamas.
Ou será bastante inocente pensar que o desgoverno do PT vá ajudar a resolver o conflito?
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Meraldo Zisman – Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.
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