Virada do Inter e o novo VAR. Blog Mário Marinho

Parecia tudo bem para o São Paulo na noite de ontem, em Porto Alegre, onde enfrentava o Internacional.

Os dois times estão na faixa central do quadro de classificação: o Inter está em 10º; o São Paulo em 12º. Ou seja: ninguém estava em perigo de rebaixamento.

O time dirigido por Dorival JR dominou o primeiro tempo e, com merecimento, chegou ao gol com o artilheiro Calleri aos 49 minutos.

Mas veio o segundo tempo e o São Paulo entrou em campo anestesiado, sonolento.

Como castigo levou a virada.

O gol de empate veio aos 14 minutos, com Fabricio Bustos; Renê, aos 25, virou para a vitória final por 2 a 1.

O segundo tempo foi totalmente do Inter e o placar poderia até ter sido ampliado.

Dorival Jr apontou para a ansiedade:

– Todos nós estamos pensando muito nos dois jogos finais. Tenho certeza de que os dois lados estão da mesma forma. Todos querem que chegue logo esse momento.

Faz algum sentido. Dorival está falando sobre os dois jogos com o Flamengo para apontar o campeão da Copa do Brasil.

O Flamengo, que também jogou ontem, foi derrotado pelo Athletico PR por 3 a 0, jogo realizado em Cariacica, no Espírito Santo, já que o Maracanã está sendo preservado para o primeiro jogo da decisão, neste domingo.

Também faz algum sentido. Porém, perder por 3 a 0. Sei não. Se eu fosse o técnico Jorge Sampaoli, do Flamengo, evitaria as compras a prazo.

Nada de fazer dívidas, o futuro não está muito garantido.

Veja os melhores momentos da vitória do Inter:

https://youtu.be/eZ-ol-BqeqA?si=63Xjq17-qH3b3gww

Agora, veja as imagens da derrota do Flamengo.

https://youtu.be/XfkeaeUtZ1I?si=p6DZqDrBY-3X71GD

O novo VAR.

Nos anos 90, participei de um simpósio sobre futebol e a grande atração foi João Havelange, então o big boss da Fifa.

Após a palestra dele, começaram as perguntas e eu fiz esta:

– Presidente, por que o senhor é contra a tecnologia no futebol?

Tecnologia, no caso, trata-se da informática.

– Um dos motores de propulsão do futebol é a polêmica. Foi gol, não foi? Impedimento? Na segunda-feira em que eu entrar numa padaria e não ouvir discussões sobre jogos do domingo, eu direi que o futebol está falido.

Trinta anos depois, a tecnologia está instalada no futebol através do VAR. Mas, Havelange deve estar tranquilo no lugar onde estiver, porque a polêmica não terminou.

Todo jogo em que o VAR é chamado a intervir, será sinônimo de polêmica, atém da incrível demora para se decidir um lance.

Mas, afinal, o VAR faz bem ao futebol?

Em minha opinião, sim. Sei que tem muita gente contra; sei que muitos torcerão o nariz a essa minha afirmação. Mas muitos prejuízos têm sido evitados.

A reclamação contra o VAR não é coisa de brasileiro. Tanto assim, que a Fifa está desenvolvendo um trabalho para implantar radical mudança no sistema.

Às vezes, um impedimento é apontado mostrando que o impedimento é coisa de milímetros.

É muito rigor para um esporte que está longe de ser uma ciência exata.

Segundo o ex-árbitro Renato Marsiglia, a Fifa está desenvolvendo um estudo para mudar a regra do impedimento sob a ótica do VAR.

O trabalho está sendo comandado pelo ex-técnico do Arsenal, Arsène Wenger, um francês que comandou o Arsenal de 1996 a 2018, 22 anos, portanto.

– Há uns três anos que as novas posições no VAR estão sendo estudadas em categorias inferiores, diz Marsigilia.

E continua:

– O Arsene Wenger está lutando, não seria mais impedimento uma perna do jogador na mesma linha de um defensor, inverte o conceito atual. No conceito atual, qualquer parte à frente está impedido. Agora, seria o contrário. Qual é a grande vantagem disso aqui? 99% dos gols anulados seriam validados. E mais: facilita o VAR. Hoje, se tem duas linhas, aqui só vai ter uma linha. É muito mais fácil, a margem de erro cai drasticamente.

Tomara que o estudo se transforme logo em determinação da Fifa.

Mas, enquanto isso não acontece, sejamos, no mínimo, pacientes com o VAR.

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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