Seja bem-vindo, Neymar. Blog Mário Marinho
Logo após o final daquela frustrante eliminação contra a Croácia, nos pênaltis, Neymar deu entrevistas sobre a sua decepção com a eliminação, principalmente como ocorreu.
Só para lembrar, o Brasil vencia a Croácia por 1 a 0. Faltavam poucos minutos para terminar o jogo e a classificação parecia decidida.
Mas o time brasileiro partiu para o ataque à procura do desnecessário segundo gol.
O gol não veio.
Ou melhor: o do Brasil não veio.
Mas a Croácia conseguiu marcar e levar a decisão para os pênaltis. Uma câmara de tevê flagrou um Neymar de olhar perdido, mãos na cintura. Foi possível ouvir o lamento dele.
– Precisava de ir para o ataque? Precisava.
Terminado o jogo, Neymar, sem afirmar taxativamente, disse que não pensava mais em voltar para a Seleção.
Tite deixou a Seleção, como havia prometido fazer independente do resultado da Copa, e a CBF ficou patinando na procura de um nome.
Como a Seleção tinha duas datas Fifa para cumprir, a CBF resolveu nomear Ramon Menezes, técnico da Seleção sub 20 como interino.
No primeiro compromisso, vitória do Brasil sobre Guiné, 4 a 1. No segundo, derrota para Senegal, 4 a 2.
A Seleção foi a mesma nos dois compromissos: apática e pouco convincente.
A CBF tomou, por fim, a decisão de nomear Fernando Diniz técnico até julho do ano que vem, quando, se espera, o atual técnico do Real Madri, Carlo Ancelotti, dar o sim para a CBF.
Mas, nesta semana, Neymar deu entrevista ao comentarista esportivo Casimiro e foi taxativo: está pronto para voltar à Seleção Brasileira.
– Quando acabou a Copa do Catar para nós, eu fiquei decepcionado, triste, amargurado. De cabeça quente, disse que não estava disposto a voltar à Seleção. Era o desabafo de um jogador que quer – e muito – ser campeã do mundo. Eu sofri muito, meus amigos e parentes também. Na verdade, 200 milhões de brasileiros sofreram.
Neymar conclui:
– Eu sou muito fominha, né? Eu quero jogar, quero ser campeão. Desta vez vai dar bom. Tem que dar, finalizou ele.
A notícia é muito boa.
Sei que o brasileiro se divide em dois grupos: os que amam o Neymar e os que amam odiar o Neymar.
Eu estou no grupo daqueles que acham que a Seleção Brasileira tem que ter craques. Ou pelo menos um craque.
E o que se tem visto, é que a Seleção está cheia de bons jogadores, mas, nenhum craque. Craque de verdade.
A Seleção Brasileira não pode ser apenas um bom time: tem que ser excepcional.
É preciso ter jogadores que ponham medo no adversário.
Jogador que quando pega na bola ali na intermediária, a defesa adversária começa a ficar preocupada, intranquila – com medo.
Já temos o Vinicius Jr.
E agora também o Neymar. Ainda bem.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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