Belo fim de semana. Blog Mário Marinho
Para quem gosta de bons espetáculos esportivos, o fim de semana foi um prato cheio. E dos melhores.
Começou no sábado com a briga entre Corinthians e América – o meu América mineiro – por uma vaga na fase semifinal da milionária Copa do Brasil.
No Independência, jogo de ida, o América surpreendeu o Timão e venceu por 1 a 0.
Em condições normais de temperatura e pressão, esperava-se um América encolhido, fechado na retranca para suportar a pressão corintiana.
Suave engano.
O América partiu para cima e resolveu encarar o Corinthians.
Por sua vez – e empurrado por 41 mil torcedores devotos fiéis – o Corinthians também partiu para cima.
O que se viu foi um jogo intenso, às vezes nervoso, mas com belas jogadas, trocas de passes e defesas importantes dos dois goleiros.
E para coroar, uma chuva de gols: foram cinco na vitória do Corinthians, 3 a 2, que levou a decisão para os pênaltis.
Ao contrário da grande maioria, eu não considero decisão por pênaltis um jogo de loteria. Para mim, ela segue uma lógica irrefutável: ganha quem está com a cabeça melhor.
Em que pese a grande atuação do Cássio, com duas defesas monumentais, ficou claro que os americanos estavam com os nervos à flor da pele.
Assim, classificou-se o grande Timão.
Como velho torcedor do América, fiquei frustrado, triste.
Mas, também, orgulhoso do Coelhão que não se intimidou e até teve torcida com a bela camisa do América. Segundo uma faixa exibida, trata-se da torcida desorganizada.
Veja os melhores momentos:
No Morumbi,
o passeio do São Paulo.
Tive um professor de matemática nos tempos ginasianos que ao solucionar um problema que a nós, alunos, parecia impossível, ele sorria e dizia:
– Foi de uma facilidade irritante.
Pois foi com uma facilidade irritante que o São Paulo passeou pelo Morumbi no meio dos imensos espaços – quase praças e avenidas – deixados pelo tímido time do Santos.
Parece que o técnico Dorival Jr. encontrou a forma de seu time jogar. A defesa é segura, comandada pelo eficiente Arboleda.
O meio-campo é combativo e criativo e na frente conta com as jogadas e os gols de Calleri.
É a segunda grande exibição seguida do São Paulo que, na semana passada, eliminou o Palmeiras da Copa do Brasil.
Quanto ao Santos pode-se dizer que são apenas três os setores que precisam de urgente solução: a defesa, o meio-campo e o ataque. Só.
Ah! ainda teve tempo do Pato não só entrar, como deixar a sua marca num belo gol.
Enquanto isso, o líder Botafogo aproveita a oportunidade para se isolar ainda mais na liderança: são 39 pontos contra 25 do Flamengo, segundo colocado.
Veja os gols do Fantástico:
A imbatível
beleza do tênis
A elegância do público no vestir e no se comportar, a plasticidade dentro das quadras com a repetição de jogadas que se modificam a cada momento, o respeito entre adversários que se aplaudem, tudo isso faz do tênis um esporte realmente espetacular.
Na manhã de ontem, em Londres, já período da tarde aqui no Brasil, se encontraram o campeoníssimo Novak Djokovic, 36 anos, e o jovem espanhol Carlos Alcaraz, de apenas 20.
Era de se supor que a experiência e competência de Djokovic falassem mais alto.
E foi o que aconteceu no primeiro set.
O garoto estava visivelmente nervoso e emocionado por pisar na sagrada grama de Wimbledon e enfrentando um adversário que, sem dúvida, foi seu ídolo durante algum tempo. Por isso perdeu o primeiro set por 6 a 1.
Mas, com os nervos no lugar, dominada a ansiedade e a emoção do momento, o garoto Alcaraz venceu com parciais de 1/6 7/6 (8/6) 6/1 3/6 6/4 após 4h42min de duração.
Foram jogadas incríveis: saques potentes, deixadinhas incríveis, voleios, passadas – um desfile do que o tênis tem de melhor no mundo.
Há 10 anos e 34 jogos Djokovic não perdia em Wimbledom.
Esse momento histórico, com certeza, marca o início de uma nova era no tênis profissional.
E aumenta a minha saudade pelas quadras, das quais estou afastado há quase quatro anos.
Saudades das partidas jogadas com Sérgio Mendes, Joel de Godoy, Ivan Machado, Walder Agmont, Ricardo Abud, Sérgio Pascoal, Élcio Frossard, Rui Achchar, Antoine Karan, Luiz Mousinho, Paulo Michima, Zé Roberto, Marcos Fabricante e tantos outros.
Há anos uma dor no peito do pé me acompanhava e incomodava.
Estranha dor que ia e voltava a seu bel prazer.
Há três anos e meio, o diagnóstico: o problema exigia uma cirurgia para a colocação de enxerto ósseo.
Ouvi mais uma opinião e optei por fazer a cirurgia que, segundo o médio, é um procedimento simples, mas com o pós-operatório delicado e doído. Segundo a previsão do médico, eu só voltaria a jogar tênis seis meses depois.
Resolvi encarar.
Os primeiros procedimentos, incluindo a avaliação de risco cirúrgicos foram realizados.
A fase seguinte foi a escolha do hospital e a data.
Tudo seguia bem, mas eis que uma brava pandemia se abateu sobre o mundo com as consequências que todos sabemos. Entre elas, a suspensão de todas as cirurgias seletivas.
A pandemia já se foi.
Mas, hoje, quatro anos mais velho, fico me perguntando: será que vale a pena?
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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