Futebol Brasileiro, o grande Negócio da China. Na Coluna do Mário Marinho.
Futebol Brasileiro, o grande Negócio da China.
(Mário Marinho)
Negócio da China que dizer pechincha, moleza.
Muitos anos antes da invenção das lojas de 1,99 e dos chineses tomarem de assalto os comércios populares do Brasil, principalmente de São Paulo, havia uma loja bem no Centro da capital paulista chamada “Negócio da China”.
E realmente era possível comprar os mais diferentes objetos por um preço absurdamente barato. Bem, a qualidade nem sempre era lá essas coisas.
Registram os historiadores que os “negócios da China” começaram na época dos descobrimentos, quando os europeus passaram a comprar sedas e outros produtos chineses para vender em seu território.
Consta que a Coroa Portuguesa, no século XV, chegou a lucrar até 6000% nessas vendas.
Mas o futebol, como negócio da China é mais recente, embora não tenha começado este ano com o desmonte do Corinthians.
Em 2014, o antigo capitão da seleção portuguesa Luís Figo lançou uma academia de futebol na China, que está hoje presente em 14 cidades chinesas, empregando no total 45 treinadores portugueses.
Foi também em 2014 que a China anunciou um “plano de reforma global do futebol”, que determinou, entre outras medidas, a inclusão da modalidade como componente obrigatória da disciplina de Educação Física em 50.000 escolas primárias e secundárias.
Nosso Ronaldo, o Fenômeno, também está entrando no futebol chinês, segundo informações da agência oficial de notícias Xinhua.
A Ronald Academy irá funcionar em parceria com escolas locais do ensino básico e secundário e escolher os melhores jogadores para completarem a formação nos Estados Unidos ou Brasil.
Os planos dele, segundo a agência, será a abertura, na primeira fase do plano, de 30 escolinhas de futebol, o que é quase nada num país com um bilhão e duzentos milhões de habitantes.
O “sonho chinês” para o futebol passa por três etapas: qualificar-se para a fase final do Mundial; organizar um Mundial, pela primeira vez; e um dia vencê-lo, proeza nunca alcançada por um país asiático.
O incentivo governamental é agora maior com forte isenção fiscal para empresários e empresas que resolvam investir no futebol.
E como os chineses são persistentes e pacientes para alcançar seus objetivos, os brasileiros e corintianos em especial já podem decorar esta expressão:
科林蒂安會!
– Ela quer dizer: vai Corinthians!
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*Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo