Nos intervalos entre o cometimento dos primeiro e sexto pecados capitais, Gula e Preguiça, em razão de a internet ser péssima onde estava – o que me impediu de ler jornais e sites no volume habitual -, vi um pouco de TV por satélite, pega bem por lá. Deu para notar, por exemplo, que a CNN (emissora norte-americana) não gosta do padrão Globo, seus apresentadores trabalham sentadinhos, não são engraçadinhos, os repórteres não fazem perguntas a quem não tem nada a acrescentar de útil à informação, nem ficam se esgoelando no meio da barulheira só para provar que estão no lugar em que estão. E olha que estão espalhados pelo mundo todo. Uma coisa perceptível nas nossas emissoras é o alastramento da mudança do acento nas palavras, não bastassem o jôrnal, dêspreparado, bêneficiários e têmperaturas na Globo, temos agora o “Cártão” Verde na TV Cultura. País interessante o nosso, os maus hábitos grudam como gosma, já os bons…
Volto ao assunto da grafia do nome da Operação Lava Jato, o nome é escrito assim pela Polícia Federal, é errado, mas é o nome. Deveria ser Lava a Jato, mas, o que se há de fazer. O que NÃO se deve fazer é acrescentar erro ao já errado, escrever com hífen como muitos jornais fazem. É erro em dose dupla.
(CACALO KFOURI)
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No Blog do Gois
Autores de “Sassaricando” preparam espetáculo sobre Getulio(X)(Getúlio)(*) Vargas
(*) Atenção, sassaricadores! Getúlio, no nome do também conhecido como Pai do Povo, tem acento, só não tem (possui como alguns coleguinhas escrevem para evitar repetição…) – sabe-se lá por quê – no nome da Fundação Idem.
Gaiatice: Pezão prevê arrastão na Barra da Tijuca
(…). Tratam-se(XXXXXX)(Trata-se)(*) das obras da primeira fase do projeto
(*)(*) Como diria Miltom (MILTON) Leite, meeeeuuu Deeeuuus!!! Candidato desde já a um dos dez mais do ano e digno de uma resposta em prova do Enem.
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No Estadão
Policiais não entregam arma usada para matar vigia em SP
(…), quando dois rapazes em uma moto passaram por ele em alta velocidade. Em seguida, um dos policiais que os perseguia(perseguiam)(*) atira de dentro da viatura
(*) Oh, céus, português básico… os rapazes eram dois… Os pessoais “desconhece” mesmo gramática…
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No G1
Falha interrompe linha da (???) por 12 horas
(???), na capa. Complete o título e ganhe um picolé de pimenta! Ah, linha da CPTM.
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No UOL
Novo delator confirma R$ 10 milhões a ex-presidente do PSDB para abafar CPI
A revelação(?) sobre o repasse milionário ao então número 1 do PSDB foi inicialmente revelada(?)
(?) Uma revelação revelada é mais ou menos como uma promessa prometida…
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No Fato Online
Indústria automotiva propõe ao governo estímulos para renovação de frota
Segundo fonte envolvida na discussão ouvida pelo Fato Online, os recursos desse “cheque” viria(XXX)(viriam) de um fundo público-privado, (…), que seria criado para atender a(*) demanda.
(…), o que pode não ser rápido e, assim, não atender à(*) necessidade
(*) Por que usar o mesmo verbo como transitivo e intransitivo na mesma situação? Que falta faz um padrão… um editor…
Dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), divulgados nesta quarta-feira (6), indicam que o ano de 2015 encerrou(XXX)(acabou, terminou, fechou)(*) com uma queda
(*) Encerrou o quê? É a mania de querer usar o diferente, achando que é “sofisticado” e não levar em consideração que em certas situações o verbo é pronominal.
A tentativa da indústria automotiva de convencer o governo a adotar medidas de estímulo contrasta com a declaração do ministro(-)(*)chefe da Casa Civil,
(*) Ferreira Gullar, há milênios, disse que “a crase não foi feita para humilhar ninguém”. Pelo andar da carruagem, a frase precisa de um adendo, “o hífen também…”.
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Na TV Globo, no Bom Dia Brasil
No acidente, houve três vítimas fatais(XXXXXX)(que morreram)(*)…
(*) Um cidadão vinha caminhando calmamente pela calçada, quando um pedreiro caiu do 12º andar de um prédio em obras bem em cima dele. Ambos morreram no acidente e, como o que caiu matou o pedestre, passou a ser uma vítima fatal, que mata! Tenham dó, fatal é o que mata, as vítimas morreram, o acidente é que foi fatal.
Até agora, já(XXX)(*) foram encontrados…
(*) Isto que está aí é o mesmo que “até agora, agora mesmo…”.
o leitor tem razão em parte, em nenhum dos casos há intransitivo, mas, como o verbo pode ser usado nos dois casos como transitivo direto e indireto, não tem lógica usar ora como direto, ora indireto.
obrigado pelo puxão de orelha,
cacalo kfouri
No Fato Online: “atender a demanda” (transitivo direto), “atender à necessidade” (transitivo indireto).
Não vi nenhum intransitivo aí.
o leitor tem razão em parte, em nenhum dos casos há intransitivo, mas, como o verbo pode ser usado nos dois casos como transitivo direto e indireto, não tem lógica usar ora como direto, ora indireto.
obrigado pelo puxão de orelha,
cacalo kfouri