O Iluminado. Blog Mário Marinho
Bastaram alguns segundos em campo para que o jovem Endrick, 16 anos, se aproveitasse da generosa falha do bom Arboleda para dominar, dar três passos, e soltar uma bomba em direção ao gol de Rafael, goleiro do São Paulo.
Palmeiras, 2 a 0.
Será Endrick um iluminado?
Iluminati (plural da palavra de origem latina Iluminatus) foi uma seita secreta que nasceu na Alemanha e se espalhou pelos quatro cantos.
A seita original durou de 1786 a 1795. Mas espalhou raízes.
Seu lema era, entre outros, a busca da perfeição.
O amigo leitor, palmeirense ou não, há de concordar que ainda é cedo para considerar Endrick um iluminado, um perfeito.
Mas, que presença em campo, que faro de gol, que precisão no arremate.
Não é à toa que o garoto já teve seu passe vendido por 400 milhões de reais ao Real Madri, time que não costuma errar em investimentos futuros.
Não tão iluminado, porém, quase perfeito, é o técnico Abel Ferreira que chegou ontem, na vitória sobre o São Paulo, ao seu 10º jogo sem perder para os grandes de São Paulo.
Uma façanha e tanto.
Ontem no Morumbi, Abel deu um nó tático em seu rival do Tricolor, Dorival Jr.
O São Paulo não jogou mal. Teve a bola sob seu domínio a maior parte do tempo, criou chances (poucas) de gol, mas não venceu.
Jogada que se repetiu durante todo o jogo: o São Paulo saía de seu campo jogando em direção à área adversária. Poucos passos depois do meio de campo, seus jogadores encontravam pela frente um batalhão de cruzados vestidos de verde, com a missão específica de não deixar ninguém passar.
E, nas duas vezes em que passou, encontrou pela frente muralha intransponível: o goleiro Weverton que, por merecimento, deve ser o titular da Seleção Brasileira nos dois amistosos que fará nos próximos dias.
Fora de campo, Abel vai desempenhando o papel que propôs a si mesmo.
Como tem o elenco nas mãos, pôde convencer seus jogadores a permanecerem na defesa, porque era essa a armadilha que preparou para o São Paulo.
E o Tricolor caiu direitinho.
Digo que o Abel desempenha um papel – paralelamente ao bom trabalho que faz com o time – porque só isso explica as explosões, os surtos do português na beirada do campo.
Mas ele vai esticando cada vez mais a corda.
Ontem, a grosseria quase selvagem que fez com o atacante Calleri, por pouco não entornou o caldo.
Devagar, oh “gajo”!
O certo é que o Palmeiras (22 pontos) mantem-se em tenaz perseguição ao líder Botafogo, 24 pontos, que ontem venceu, e bem, o Fortaleza, 2 a 0.
Não poderia deixar de informar a situação do meu América que continua garrado na Zona de Rebaixamento com apenas 8 pontos ganhos.
(Garrado, que eu escrevi acima, é coisa de mineiro. Quando o mineiro não consegue sair de um lugar, serviço, trânsito, bar, diz sempre que está garrado).
Veja os gols do Fantástico:
Forja
de campeões.
O tênis é um esporte que sempre encontra espaço para novos ídolos, sejam eles de que nacionalidade for.
Ainda estamos aqui extasiados com a performance da nossa Bia Haddad, no templo de Roland Garros, e amanhã ela estará em outra competição importante, WTA 250 Nottingham, Inglaterra, onde começa o exigente circuito das quadras de grama.
Menos mal, que foi ali, no ano passado, o primeiro passo da grande ascensão de Bia Haddad, quando ficou com o título.
Lá em Roland Garros, onde Bia fez história ao se colocar entre as 10 primeiras do mundo, outro forte, quase um mito, voltou a vencer: Novak Djokovic despachou o norueguês Casper Ruud e tornou-se o maior de todos, mais uma vez o primeiro na lista dos melhores do mundo.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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