Timão e Tricolor: iguais na ruindade. Blog Mário Marinho
O clássico entre Corinthians e São Paulo passou a ser chamado de “Majestoso” em 1942, quando do jogo de estreia de Leônidas da Silva, num Pacaembu superlotado.
Foram vendidos mais de 70 mil ingressos, embora a capacidade do Pacaembu na época fosse de cerca de 40 mil torcedores.
A explicação para tantos ingressos vendidos foi a manifestação da vontade de torcedores que queriam ajudar o São Paulo no pagamento daquela contratação vultosa. Além de guardarem o histórico ingresso.
Leônidas foi contratado pela exuberante quantia de 200 contos de réis, o maior valor pago pela venda de um jogador no futebol brasileiro até então.
Como o goleador, o propagador da bicicleta, o artilheiro chamado de Homem Borracha e apelidado de Diamante Negro demorou a se deslanchar no São Paulo, os anti da época começaram a ironizar sua contratação, afirmando que o São Paulo havia pagado 200 contos por um bonde.
Mas, a contratação não teve erro. Veja os títulos que Leônidas, ex-Flamenguista, ganhou com o São Paulo:
- Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo: 1943, 1945, 1946, 1948
- Campeonato Paulista: 1943, 1945, 1946, 1948, 1949
O famoso jogo de estreia terminou empatado: 3 a 3. E foi superemocionante.
Mas o Clássico de ontem foi bem diferente.
A Fiel corintiana, como faz habitualmente, compareceu em peso: foram 41 mil torcedores.
Dentro de campo, nem de um lado nem de outro lado havia um Leônidas.
O São Paulo se aproveitou da confusão reinante no adversário e logo aos 14 minutos fez 1 a 0, com Michel Araújo. O Corinthians chegou ao empate aos 50 minutos, ainda no primeiro tempo, com Roger Guedes cobrando um pênalti muito reclamado pelos tricolores.
No segundo tempo, houve maior equilíbrio do jogo que terminou no 1 a 1.
O resultado coloca o São Paulo em décimo lugar na classificação. O Corinthians mergulhou na Zona de Rebaixamento: é o 17º classificado.
O Brasileirão é liderado pelo Botafogo com 15 pontos, um a mais que o segundo colocado, o Palmeiras.
O meu América, pobre coitado, amargou mais uma derrota. Desta vez para o Cruzeiro, 4 a 0, no Independência. Em seis jogos, o Coelho só conseguiu um ponto no empate com o Bragantino.
Veja os gols do Fantástico:
https://youtu.be/LOFeyxatgsI
O jogo sujo
das apostas
O futebol brasileiro está sendo sacudido por pela Máfia das Apostas.
O jogo é comandado por meliantes que aliciam jogadores e oferecem dinheiro para que o jogador receba cartão, amarelo ou vermelho, durante um determinado jogo.
Os sites de apostas invadiram o nosso futebol e são também patrocinadores dos clubes.
Não há, até o momento, indícios de participação de qualquer dirigente. Nem se tem notícia de um possível contato com juízes de futebol.
A praga está nos jogos do Brasileirão das séries A e B.
Foi descoberta a partir de investigações que começaram em novembro do ano passado. Um dirigente do Goiás tomou conhecimento de que houve um contato com um jogador de seu time e denunciou o fato à Polícia que iniciou investigação sigilosa cujos resultados estão aparecendo agora.
Alguns jogadores foram afastados de seus times que agem com cuidados cautela.
Felizmente, não se tem notícia da interferência no placar de algum jogo. Mas, as investigações continuam.
Devem continuar, inclusive, claro, com o apoio da CBF.
Após a implantação do profissionalismo no futebol, em 1933, começaram a pipocar boatos de compra de jogadores pelo time adversário ou de juízes
Segundo registra a história, foi nessa época que os clubes adotaram o regime de concentração para evitar que seus jogadores fossem assediados às vésperas de jogo importante.
Uma história, talvez uma lenda urbana, ilustra essa situação.
Era um jogo entre dois times do interior, jogo importante para ambos.
Jogo duro, 0 a 0.
Num determinado momento, o centroavante goleador invade a área, mas, titubeia na hora de arrematar.
O aflito goleiro informa:
– Chuta que eu estou na gaveta!
E o centroavante responde:
– Não posso, eu também tô!
Foram também inúmeros os casos de jogadores e juízes que foram “vendidos” sem terem a menor participação na negociata.
As Federações, as polícias Civil e Federal devem se empenhar ao máximo nas apurações para apurar e evitar esse crime que fere não só o nosso futebol, mas, como o próprio País.
O último
e triste adeus
Na última sexta-feira, fomos eu e a Vera Marinho, Primeira-Dama desse blog, prestar nosso último adeus ao jornalista, companheiro e amigo Chico Santa Rita que, aos 83 anos, faleceu em Portugal onde morava com a mulher Fernanda Zuccaro.
O velório do Chico foi realizado aqui em São Paulo e no dia seguinte seu corpo foi cremado.
Conheci o Chico em 1968 quando cheguei ao Jornal da Tarde vindo de Belo Horizonte.
Pouco depois, Chico saiu do JT e passou por outros veículos como a Editora Abril e também a Rede Globo.
Em sua passagem pela Abril, Chico me convidou a trabalhar com ele na revista Escola. Foi um período curto, já que eu não queria deixar o JT, mas do qual eu tenho boa lembrança.
Chico deixou o jornalismo e passou a trabalhar com o marketing político realizando várias campanhas em eleições.
Há cerca de dez anos resolveu cruzar o Atlântico e se estabeleceu em Portugal onde, ao lado da Fernanda, da Santa Fernanda, passou a produzir vinho de ótima qualidade.
Até que, há uns três anos, começou a dar sinais de Alzheimer.
Foi então que a Santa Fernanda entrou em ação, dividindo seu tempo entre a produção de vinhos e os cuidados especiais com o marido.
Fernanda passa alguns dias aqui no Brasil e voltará a Portugal para cuidar da produção de vinho.
– Era o sonho do meu Chiquinho.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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