Perguntar não ofende. Por José Horta Manzano
Perguntar não ofende: para onde ele pretende levar o país?
(REFLEXÃO)
Nas últimas semanas, o Brasil de Lula enviou uma delegação à Venezuela, recusou-se a assinar uma resolução da ONU condenando as violações dos direitos humanos na Nicarágua, permitiu que navios de guerra iranianos atracassem no Rio de Janeiro, recusou-se terminantemente a enviar armas para permitir à Ucrânia se defender da invasão russa.
A pátria inquieta vê surgir no horizonte um Lula bolsonarizado. Além de não desgarrar dos cacoetes do passado, diz palavrões, expõe rancores em público. Tudo vem envolto num bolsonaresco perfume de obstinação.
Para onde ele pretende levar o país?
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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos, dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.
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Caro Manzano
Como já palpitei várias vezes em sua coluna e de alguns outros que aqui escrevem, falta ao governo atual, bem como os antecessores um plano de metas, que se direcione para o país e não para os interesses próprios ou do grupo no poder.
Em outros pleitos durante a campanha os candidatos apresentavam alguma coisa – depois esquecidas – mas, pelo menos fingiam que tinham algo a oferecer.
Em 2022 nem isso existiu; apenas se atacavam – um querendo provar que o outro era pior – e, nada de plano de governo.
Lula ganhou, mais pelo péssimo desempenho do capitão, que por seus méritos.
Todos sabemos o que fez no passado e, impossível crer que nada do que foi comprovadamente trazido pela Lava Jato não existiu.
Uma penada do STF – digno de contorcionismos jurídicos como nunca se viu no país – o devolveu ao jogo.
Agora, resta o tempo de seu governo – ou desgoverno – para sabermos para onde iremos; o inicio mostra que será um caminho amargo para quem como e outros tantos sonhamos em ver despertar o eterno país do futuro.
Abraço, inté!
Concordo em gênero e número. O Brasil há de conservar por muitos anos o enigmático apodo de “país do futuro”. Pensando bem, não é tão mal assim. Quando se põe algo no futuro, resta sempre uma névoa de mistério e de esperança. Afinal, faz 500 anos que vivemos de esperança. Que mal há em continuar?
Inquietos estão aqueles, como o articulista, que acreditaram que com Lula seria diferente.
Não é nem será.
Cansei de alertar – complexo de Cassandra – que Bolsonaro e Lula de equivaliam em gênero, número e grau.
E continuo afirmando que se equivalem na letalidade que ambos representam – cada um à sua maneira – ao país.
São o que são, natureza é natureza, ninguém foge da sua.
Infelizmente, é bem verdade, as opções primeiras colocadas aos eleitores giravam entre este ou aquele.
Continuo afirmando: nem o roto nem o amassado.
Agora de nada adianta reclamar, menos ainda chorar.
Quando muito torcer para que as previsões das cartomantes, pitonisas e equivalentes se concretizem – o mais rápido possível.