O verdadeiro futebol. Blog Mário Marinho
Eu gosto de futebol. E muito.
Se for o bom futebol gosto mais ainda.
O futebol me acompanha desde os seis anos de idade, quando me tornei mascote do Madureira, time do bairro Parque Riachuelo, em Belo Horizonte, e do qual meu pai, saudoso Paulo Marinho, era o presidente.
Cheguei a jogar futebol, mas o grande nome da família é meu irmão Marcio José Marinho que jogou no Cruzeiro, Seleção Mineira. Um grande goleiro.
Foi com esse espírito que me postei frente à televisão, na terça-feira, para assistir Liverpool x Real Madri, grande vencedor da Champions, com 14 conquistas, somente na chamada fase moderna da competição, a partir de 1992.
Como se fosse um teatro para a apresentação de orquestra sinfônica, estava tudo pronto.
Nas cadeiras, ou arquibancadas, o público seleto, elegante, fez sua parte no espetáculo.
O palco, o gramado, estava perfeito.
Os atores desempenhando o seu papel, com criativas improvisações e comandados por um respeitoso e respeitado juiz.
Era essa minha impressão logo nos primeiros movimentos da bola. Impressão confirmadíssima ao final do espetáculo.
Como é bom você ver um espetáculo em que os jogadores respeitam o adversário, respeitam o juiz.
Nada de cercar o juiz quando da marcação de um simples lateral, conforme acontece às pencas nesse nosso futebol de hoje.
Ou cenas como aquelas que um jogador tromba com o adversário e cai rolando e gritando feito o desesperado com a mão levantada, sinalizando, talvez a necessidade de entrar em campo um padre e oferecer a extrema unção.
Nada disso.
Bola rolando, o Liverpool abriu 2 a 0. Jogando em casa, diante de sua numerosa e fanática torcida, o placar indicava favas contadas.
Mas, diria o poeta, ledo engano.
Do outro lado, estava Vini Jr. Que, antes de terminar o primeiro tempo, empatou o jogo com gols aos 21 e aos 36.
Começou o segundo tempo e, logo aos 2 minutos, Militão faz belíssimo gol de cabeça e coloca o Real na frente.
Mas quem tem Benzema sempre espera mais gols.
E ele não decepcionou: marcou aos 10 e 22 do segundo tempo, chegando ao placar final de 5 a 2.
Sabe há quanto tempo o Liverpool não levava 5 gols em jogos em casa?
Desde 2007 quando perdeu para o Arsenal, 6 a 3, em jogo pela Liga Inglesa.
Terminado o jogo, desliguei a televisão e fiquei ali, extasiado, revendo mentalmente algumas jogadas espetaculares.
À noite, resolvi assistir Independiente del Valle x Flamengo, pela Libertadores.
Não, não tem comparação ao que vi pela manhã.
Dell Valle e Flamengo fizeram um joguinho pra lá de mequetrefe e acabou com a vitória do Dell Valle, por 1 a 0.
Daí, cabe a pergunta: o que aconteceu com o Flamengo que, há cerca de três meses, ganhou a Libertadores?
Cadê aquele time envolvente, criativo, avassalador de dois/três anos atrás? Os jogadores são praticamente os mesmos.
No dia seguinte, quarta-feira, assisti ao Palmeiras vencer mais um adversário, o Bragantino, por 2 a 0, confirmando sua condição de melhor time do futebol paulista, chegando aos 24 pontos, melhor campanha de todos e confirmando sua classificação para a próxima fase do Paulistão.
O Palmeiras está no grupo D onde também se classificou o São Bernardo, com 23 pontos.
No Grupo A, Botafogo, 14; Bragantino, 14; e Santos, 13, ainda lutam pela classificação.
O Santos tem missão difícil no próximo fim de semana: vai receber a visita do Corinthians.
Corinthians que, com 18 pontos, já está classificado no Grupo C. A segunda vaga está em disputa entre o Ituano, 9 pontos, São Bento também 9 e Ferroviária, 8.
O Grupo B, São Paulo, também está definido: o Tricolor tem 20 pontos, e o Água Santa 17, os dois classificados.
O São Paulo chegou aos 20 pontos com a vitória sobre o São Bento, 3 a 0, no Morumbi.
Além da boa vitória, um detalhe me chamou a atenção: houve uma falta nas imediações da área do São Bento e a torcida não teve dúvidas e pediu Rogério! Rogério! Para a cobrança da falta.
A torcida Tricolor mostrou seu bom humor.
E bom humor é artigo em falta no nosso amado Brasil de hoje.
Veja os melhores momentos de Liverpool x Real Madri:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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