Estreia. Mário Marinho: E onde estarão os grandes cartolas?
Mário Marinho
A edição especial da Copa América de 2016, que comemora o centenário da competição, será disputada nos Estados Unidos. Estava tudo certo e seguia às mil maravilhas até que o FBI colocou seu time em campo e desandou a prender cartolas.
As autoridades norte-americanas ameaçaram vetar a realização da competição em seu país, até que houve um acordo: todos os contratos comerciais serão feitos nos Estados Unidos, em sua moeda e pagos em bancos locais.
Isso é que é confiança.
Como acontece nos eventos esportivos, seria um grande momento para o encontro dos maiores cartolas do futebol mundial.
Mas, de repente, apenas um grande cartola brasileiro estará presente: José Maria Marin.
Certamente ele representará bem a maioria dos cartolas sul-americanos, mas não assistirá a nenhum jogo ou qualquer cerimônia: continuará preso em seu luxuoso apartamento de Nova York.
Presidente da Confederação Brasileira de Futebol, o paulista Marco Polo Del Nero preferiu entregar o cargo. É o tal negócio: vão-se os anéis, ficam os dedos.
Já faz quase um ano que Marco Polo, apesar do nome, não deixa o Brasil.
Desde aquela maldita viagem à Zurique, em maio do ano passado, quando ele viu seu companheiro José Maria Marin saindo do hotel diretamente para a cadeia, que resolveu não mais se arriscar.
Como presidente da CBF, sempre acompanhou a Seleção Brasileira em seus jogos mundo a fora. Mas, como seguro morreu de velho, deixou de fazer essas viagens. E até passou o cargo de presidente para um amigo eleito às pressas para assumir o cargo.
Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, quando se viu cercado de acusações de difíceis explicações, saiu rápido do Brasil. Comprou uma casa em Miami e foi morar lá.
Mas, assim que o FBI atacou, Teixeira arrumou as malas e voltou correndo para o Brasil. Acho que aqui as coisas são mais fáceis. Também não se atreve a colocar o nariz fora de nossas fronteiras.
O uruguaio Eugenio Figueredo era o presidente da Conmebol até aquele fatídico mês de maio em Zurique. Foi preso, extraditado para o seu País, onde continua preso, também será ausência notada na Copa América dos EUA.
Outras ausências que serão sentidas, mas talvez não lamentadas, são do ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, e do ex-jogador e ídolo Michel Platini que tentava ser o futuro presidente da Fifa.
É. A operação Lava Jato chegou lá.
Boa notícia
João Miguel Neto, de 20 anos, é uma das revelações do taekwondo no Brasil e até esperança de medalha nos Jogos Olímpicos do Rio.
Entretanto, João Miguel passou os últimos oito meses cumprindo suspensão por acusação de doping.
Mas, agora, ele foi declarado inocente.
Eis o que aconteceu:
Em competição na cidade de Luxor, no Egito, em abril do ano passado, João Miguel foi medalha de prata. Por não saber falar inglês, não entendeu a comunicação que lhe foi passada e achou que somente o medalhista de ouro tinha que passar pelo exame antidoping.
Assim, foi ao pódio recebeu sua medalha e voltou par a o hotel.
Só no dia seguinte foi alertado para o problema. Aí, já era tarde.
João Miguel recebeu severa pena de suspensão como se tivesse se negado a fazer o exame.
De lá para cá, foi tremenda luta fora dos tatames ajudado pelo advogado Pedro Fida que entrou com recurso na CAS (Corte Arbitral do Esporte)
No fim do ano, o presente: foi considerado inocente e está pronto para as Olimpíadas do Rio.
Boa Notícia (?)
Lembra-se do Adriano, aquele centroavante de chute forte que defendeu a Seleção Brasileira e até foi campeão da Copa das Confederações em 2005? Ele mesmo, o Imperador que brilhou no futebol italiano, passou pelo São Paulo, Corinthians, Flamengo e realizou seu último jogo de futebol no Atlético Paranaense em 2014.
Pois é, ele voltou aos treinos físicos, emagreceu nove quilos e confidenciou aos amigos que quer voltar a jogar profissionalmente.
Aos 35 anos, tomara realmente que a notícia seja boa: a recuperação completa de um atleta.
O passado não recomenda muito, mas os amigos dizem que ele agora é outro.
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*Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
Adriano voltando a jogar com 35 anos ? Essa é boa hein ….será que se regenerou ? Acho um pouco tarde para isso ….