Avós e Avôs. Por Meraldo Zisman
A proporção de avós para neto é maior do que nunca com o aumento do tempo de expectativa de vida. O número de avôs e avós vivos está aumentando.
Duas grandes tendências demográficas estão tornando a vovó e o vovô mais importantes devido a esse aumento global na expectativa de vida. Aumentou de 51 para 72 anos desde 1960.
Em simultâneo, as famílias estão diminuindo de tamanho. No mesmo período, o número de bebês que uma mulher pode esperar ter ao longo da vida caiu pela metade, de 5 para 2,4. Isso significa que a proporção de avós vivos para crianças aumenta constantemente.
Descobrimos que há 1,5 bilhão de avós no mundo, acima dos meio bilhão em 1960. Em determinadas estimativas, os avós e avôs constituem grande parcela da população de certo país. Passaram de 17% para 20%. E a proporção de avós para crianças menores de 15 anos saltou de 0,46 em 1960 para 0,8 de hoje (Instituto Max Planck para Pesquisa Demográfica da Alemanha), nos países ricos.
Até 2050, projeção verifica que haverá 2,1 bilhões de avós (compondo 22% da humanidade) e um pouco mais de avós do que as crianças e adolescentes menores de 15 anos. Essa tendência sugere que as crianças se saem melhor com a ajuda dos avós – o que geralmente, na prática, significa das avós, fato que ajudará a impulsionar outra revolução social inacabada – o movimento das mulheres para o trabalho remunerado.
Refiro-me sobremaneira aos países desenvolvidos onde a denominada classe média tende a ser mais numerosa. É também evidente que nos países em desenvolvimento a classe média tende a ser menor em relação à população total. Basta dizer que na África subsaariana, as chances de uma criança estar na escola são cerca de 15% maiores para as que moram com o avô e 38% maior para as crianças que moram com a avó. Por outro lado, os avós transmitem crenças tradicionais, histórias, canções e um senso de tradição.
Um estudo na zona rural de Gâmbia, por exemplo, descobriu que a presença de uma avó materna aumentava significativamente a chance de uma criança viver até os dois anos e ser mais bem-educada, além do fato de que suas mães podem exercer trabalho remunerado fora de casa, contribuindo para a emancipação feminina.
Concordo com Humberto de Campos quando diz sobre avô e avó, citando Lauro Müller (1863-1926): Avô— pai sem exigência. / — Avó: — mãe com açúcar.
Dou-me conta de que agora o papel dos avós e avôs é olhado como sem muita importância. No caso, sobretudo, das AVÓS na emancipação da mulher, maioria das vezes suas próprias filhas e noras, e até alguma das vezes, sobrinhas.
Daí o velho ditado: Avó é bem difere do avô.
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Meraldo Zisman – Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.
Acaba de relançar “Nordeste Pigmeu”. Pela Amazon: paradoxum.org/nordestepigmeu
Dr Meraldo sempre FANTÁSTICO!!!
Sou muito chegada aos artigos do Meraldo Zisman. Ele está sempre com a razão, é muito inteligente, sensível, escreve muito bem !
Sou fanzoca de seus escritos !
Ele é ótimo.
Abração professor.
Sonya Feldman.
maravilha, é um grande homem, um grande médico
Parabens Dr . Acompanho o sr.desde o tempo da maternidade Prof .Oscar Coutinho.