estrangeiro ou brasileiro - cbf

Estrangeiro ou brasileiro? Blog Mário Marinho

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 Esta é a pergunta que mais se ouve quando se trata do futuro técnico da Seleção Brasileira: devemos ter um técnico estrangeiro ou vamos prestigiar os brasileiros?

A CBF tem pressa em resolver a questão, pois no mês de março do ano que vem, haverá primeira data Fifa do ano, do dia 20 a 28 de março.

Como ainda não foi divulgado o calendário Sul-Americano, a data poderá ser usada para um amistoso ou para as Eliminatórias.

A CBF está inclinada a trazer um técnico estrangeiro, mas encontra resistência por parte de brasileiros, técnicos, dirigentes e alguns jornalistas.

Quem é contra, usa desde um argumento exacerbadamente nacionalista até o apelo à tradição.

Esses nacionalistas se escoram no argumento de que é preciso valorizar o profissional brasileiro e no argumento de quem não se pode quebrar uma tradição tão importante.

Esse segundo argumento cai por terra quando se estuda mais a fundo o assunto.

A Seleção Brasileira já foi, sim, dirigida por estrangeiro.

O primeiro técnico estrangeiro a dirigir a Seleção Brasileira foi o uruguaio Ramón, em 1925. E sua estreia, no dia 11 de novembro, empatou com o Corinthians, 1 a 1. No seu último jogo empatou com a Argentina, 2 a 2, em 25 de dezembro de 1925.

O segundo técnico foi Jorge Gomes de Lima que tinha o apelido de Joreca.

Joreca dirigiu a Seleção em duas oportunidades, nos dias 14 e 17 de maio de 1944. Passados esses jogos, voltou ao São Paulo FC onde foi bicampeão estadual 1945 e 1946.

O terceiro técnico estrangeiro “dirigiu” a Seleção Brasileira entre aspas.

Trata-se do uruguaio Ernesto Filpo Nuñes.

Em 1965, nas festividades de inauguração do Mineirão, o Palmeiras vestiu a camisa da Seleção Brasileira e venceu o Uruguai por 3 a 0.

O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) deixou escapar que gostaria de contratar um técnico estrangeiro. De preferência que não estivesse em nenhum Clube.

O leque não é muito grande.

Ronaldo Fenômeno, defensor da ideia, chegou até a sugerir o italiano Carlo Ancelotti, atualmente no Real Madrid.

Ao saber da ideia, Ancelotti tratou de pôr fim ao assunto, dizendo que não pretende deixa o Real.

Outro nome que surgiu é do técnico português José Mourinho.

Ele é um técnico polêmico, porém, vitorioso, e que gosta de enfrentar desafios. Gosta também de salários altos.

Quem defende técnico brasileiro fala em Dorival Jr e Fernando Diniz.

São dois técnicos de estilos totalmente diferentes.

Dorival, 60 anos, é conservador, tem o espírito conciliador, tipo paizão, já passou por diversos clubes. O último foi o Flamengo onde foi campeão da Copa do Brasil neste ano de 2022.

O mineiro Fernando Diniz, 48 anos, é psicólogo de formação e em termos de futebol pode ser considerado um inovador. Gosta de ver seus times valorizando a posse de bola mesmo que tenham que ficar trocando passes demoradamente, à procura de uma oportunidade de gol.

Diniz, atualmente, está no Fluminense (pela terceira vez). Já passou por diversos clubes, mas não tem títulos importantes em sua carreira.

Fala-se, também, no português-brasileiro, Abel Ferreira, campeoníssimo no Palmeiras.

A perda da Copa do Mundo do Catar foi muito dolorida.

Nenhum técnico da nossa Seleção foi tão prestigiado quanto Tite.

Perdeu a Copa de 2018 e foi mantido no cargo, o que jamais aconteceu na história do nosso futebol.

Foram seis anos de tempo para trabalhar e, depois, a melancólica eliminação.

Esse é o momento para a CBF arriscar. Temos tempo, estamos longe da próxima Copa do Mundo (embora as Eliminatórias já possam começar em março).

É a hora de arriscar pois ainda teremos tempo de arrumar a rota, se for o caso.

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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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