quarteto final

O quarteto final. Por José Horta Manzano

…As quatro seleções remanescentes são uma fotografia representativa da distribuição geográfica do futebol atual: sobraram duas equipes europeias, uma sul-americana e uma africana…

quarteto final

 

Nestes últimos dias de Copa, as ruas de Doha estão se esvaziando. À medida que seleções vão ficando à beira da estrada, os torcedores desapontados vão deixando o país, sem ânimo de assistir aos últimos jogos. Para o torcedor entusiasmado, quando seu time nacional se vai, o campeonato perde a graça.

É verdade, os verde-amarelos também deram adeus. Mas a Terra não parou de girar. O espetáculo continua com embates entre os quatro sobreviventes, dentre os quais sairá o campeão do mundo, aquele que vai erguer a taça. Que fazer agora? Fazer mandinga pra todos perderem? Não faz sentido.

Daqui pr’a frente, minha torcida é fruto de um raciocínio. Vou expô-lo. As quatro seleções remanescentes são uma fotografia representativa da distribuição geográfica do futebol atual: sobraram duas equipes europeias, uma sul-americana e uma africana.

A opulenta Liga Europeia, com 53 países membros, tem direito a duas vagas entre os quatro finalistas. O continente americano também merece mandar um representante: desta vez, coube à Argentina representar o continente. Já a presença da seleção marroquina simboliza a periferia do futebol mundial, excluída a Europa e a América do Sul; é uma periferia em plena ascensão.

Acho que não se deve dar de ombros e desligar a televisão justo agora que dá pra apreciar o espetáculo de modo desapaixonado. Por minha parte, torço para a Argentina, nosso vizinho de parede e último representante de nossa região. Se ganhar, ganhou; se não, tanto faz. Vamos aproveitar, que ainda temos quatro jogos até domingo.

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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos,  dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.

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