o santo remédio

Pensamento de um médico. Por Meraldo Zisman

PENSAMENTO DE UM MÉDICO

   “O TEXTO POSSUI DOIS SENHORES: O LEITOR E O CONTEÚDO”

Não desejo, neste inciso, entrar no mérito da importância dos grandes clássicos literários. Eles continuam indispensáveis, mesmo na era da Internet. Na verdade, estamos produzindo cada vez mais e mais informação a cada ano. O duplo do que a civilização humana acumulou em 40.000 anos.

O que este escriba pretende é despertar a atenção do leitor para um determinado ponto da notícia, para que ele possa transformá-la em conhecimento prático, e utilizá-la na sua atuação como profissional da Saúde. A atenção do Profissional da Saúde para com os distúrbios psicossomáticos continua capenga no Mundo. Embora a maioria dos profissionais, teoricamente, afirme que “a psique (a alma, o espírito e a mente), não pode ser separada do soma (o corpo)”, a práxis médica não corresponde ao discurso.

O que estamos assistindo é uma Medicina que prioriza a tecnologia, esquecendo de que a Natureza Humana permanece a mesma. Certamente a criação de um aparelho que melhora a Medicina baseada em evidências, aparenta ser um grande avanço no tratamento dos pacientes, porém ess a deificação é controlada pelo complexo médico-farmacêutico-hospitalar, com a movimentação de milhões de dólares ou euros, em montante somente ultrapassado pela indústria bélica.

Ninguém em sã consciência é contrário aos avanços médicos, a crítica que faço é que o doente não é uma mercadoria e muito menos apenas um número. A minha exprobração à mercantilização da Medicina é como as tecnologias de ponta passaram a ser endeusadas, em detrimento do sentimento humano.

A Medicina mudou, assim como a Família, a Sociedade, o Trabalho, e tantas outras coisas. O importante é apresentar “novas ou antigas ideias”, com simplicidade e profundidade. Talvez seja esse o papel do livro.

Não esquecer que entre o leitor e o texto é criado um mundo virtual que não mais pertence ao autor. Creio que do ponto de vista da medicina os adiantamentos médicos devem ser aplicados com cautela.

Sentimentos e sofrimentos existem e são individuais, não importa a época em que vivemos.

O Homem permanece o mesmo!

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Meraldo Zisman Médico, psicoterapeuta. É um dos primeiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.

Acaba de relançar “Nordeste Pigmeu”. Pela Amazon: paradoxum.org/nordestepigmeu

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