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Lembra do “brienfing”? Por José Horta Manzano

… Na ocasião da palestra oferecida por Bolsonaro aos embaixadores, o telão erguido ao lado do orador dizia que a palestra era um “brienfing”. A palavra utilizada me pareceu ofensiva e presunçosa…
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Parece que faz um século, mas aconteceu quatro meses atrás. Foi quando um desesperado capitão convocou o corpo diplomático acreditado em Brasília para revelar-lhes que nosso elogiado sistema eleitoral era disfuncional e fraudulento.

Todos hão de ter duvidado da sanidade mental do presidente. Disfuncional mesmo é um sujeito que venceu todas as nove eleições de que participou dizer que o sistema é aberto a fraudes. Coisa de desequilibrado.

Presidentes ignorantes, corruptos, populistas, mentirosos, incapazes, já tivemos. Mas a história não assinala nenhum que tenha convocado o corpo diplomático acreditado em Brasília para falar mal do Brasil. Fico imaginando os termos que cada embaixador utilizou no relatório enviado a seu respectivo governo. É melhor nem ficar sabendo. De vergonha, basta o que o capitão disse em público.

Na ocasião da palestra oferecida por Bolsonaro aos embaixadores, o telão erguido ao lado do orador dizia que a palestra era um “brienfing”. A palavra utilizada me pareceu ofensiva e presunçosa. No original, designa uma reunião em que o discursante dá instruções aos que assistem. Para coroar, foi mal grafada. Por ignorância ou desleixo, enfiaram um “n” onde não devia estar. O correto é “briefing”.

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Francamente, ignorância e desleixo parecem estar incrustadas no universo bolsonarista. A foto acima foi tirada num desses acampamentos organizados diante de quartéis. De novo, maltrataram uma palavra da língua inglesa. “Freedom” (=liberdade) aparece mal grafada.

Quem bolou o texto julgou que palavra terminada em “m” parece brasileira, não inglesa. Deve ser por isso que tascou um “n” no fim. Fica com ar mais estrangeiro. É como alguns “Willian” que há por aí.

Antigamente se dizia que “quem não tem competência, não se estabelece”.

Parece que o ditado já não vale.

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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos,  dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.

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1 thought on “Lembra do “brienfing”? Por José Horta Manzano

  1. Para sorte do país a partir de janeiro próximo teremos um governo de estadista, de gente grande, com direito, quem sabe e enfim, àquela ‘varandinha do pum’, ideia tão desejada e nunca concluída de 2010: https://www.jb.com.br/pais/noticias/2010/12/21/lula-diz-que-brigou-com-a-caixa-para-construir-apartamentos-com-varanda-no-alemao.html.
    Aqui vai uma pergunta retórica: se essa ideia esdrúxula partisse de Bolsonaro, como o analista e escritor analisaria tal comportamento? Que imbecil pensaria nisso, não é? Concordo e respondo: aquele que, com certeza, a esposa cansou de reclamar de suas bufas fétidas e irrespiráveis.
    Mas sabe como é: é Lula, gente! E que ideia genial!
    Aplausos!

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